Os agentes económicos ouvidos pelo Banco de Moçambique num inquérito esperam que, no fim deste ano, o nível geral de preços aumente em cerca de 6,61% e não 6,19 por cento, como previam em Fevereiro.
Segundo o banco central, só a mais recente subida dos preços dos combustíveis, em Março último, nomeadamente, a gasolina em 12,09%, gasóleo (15,01%), petróleo (4,61%) e gás (13,33%), poderá ter um impacto directo na inflação geral de cerca de 0,87 pontos percentuais entre Março e Abril.
“Considerando o peso dos combustíveis (7,0%) e dos alimentos (34,0%), com destaque para o trigo, com 4,16%, no índice geral de preços no consumidor, os significativos aumentos dos preços destas mercadorias ao nível global poderão resultar num aumento dos preços domésticos”, refere o inquérito.
Entretanto, o impacto poderá ser maior devido aos efeitos indirectos que advêm do uso dos combustíveis como matéria-prima em todos os sectores de actividade, com destaque para os transportes, com um peso de 3,82% no cabaz do Índice de Preços do Consumidor, refere o regulador do sistema financeiro.
Esta informação consta do relatório de Conjuntura Económica e Perspectivas de Inflação, que destaca os aumentos dos preços do trigo e seus derivados; semente e óleo de girassol; e adubos e fertilizantes, dos quais o país é importador líquido.
Os dados da balança de pagamentos, citados pelo banco, mostram ainda que, em 2021, Moçambique importou da Rússia e Ucrânia, países envolvidos numa guerra que está a afectar todo o mundo, cerca de 15,4% de trigo e derivados, 18,3% de adubos e fertilizantes e 10.6% de semente e óleo de girassol.