O partido Frelimo poderá ter 193 assentos no Parlamento e os partidos da oposição, juntos, ficarão com menos de 60. Cálculos com base nos resultados provisórios mostram um Parlamento mais diversificado, com a entrada do PODEMOS, mas com uma oposição com pouco poder de influência.
Com recurso ao método de MONTE, referido na Lei Eleitoral no Artigo 170, como base de cálculo dos mandatos no Parlamento, o Jornal O País analisou os números que mostram uma mudança histórica na composição da Assembleia da República.
A Frelimo alcançou números nunca antes alcançados na história do Parlamento multipartidário, tendo mais deputados eleitos a partir do círculo eleitoral da Zambézia, onde foram escolhidos 33 parlamentares, enquanto que a Renamo teve seis e o PODEMOS teve três. De referir que Zambézia dispõe de 42 mandatos, sendo o segundo maior círculo eleitoral do país, depois de Nampula.
Aliás, em Nampula, a Frelimo teve menor domínio, comparativamente a Zambézia. A província de Nampula teve 30 deputados eleitos, contra 10 do PODEMOS e seis da Renamo. O MDM garantiu dois assentos.
Os números mais baixos para o partido no poder foram conseguidos na Cidade de Maputo, mas, nesta província o número de assentos é também reduzido.
Em Maputo, a Frelimo conseguiu eleger sete deputados, contra dois do PODEMOS e um da Renamo. O MDM não teve nenhum deputado. Aliás, além de Nampula, o MDM só teve dois deputados em Manica.
Assim, os dados provisórios apontam para 193 deputados para Frelimo, 31 para PODEMOS, 20 para Renamo e quatro para o MDM.
O Parlamento fica, desta forma, com quatro bancadas. Entretanto, com esses números, a Frelimo ganha poder até para rever a constituição sem precisar do consentimento da oposição, que embora mais diversificada, perde cada vez mais força na Assembleia da República.