Nos últimos tempos, Zena Bacar esteve internada durante três meses, na enfermaria de cirurgia ortopédica do Hospital Central de Maputo, onde, de acordo com Maria Cossa, uma amiga que a acolheu em momentos difíceis, recebeu apoio da Ministra da Saúde, Nazira Abdula. Bem dito, Maria Cossa conviveu com a vocalista dos Eyuphuro numa altura em que a RAM Multimédia (que a agenciava) pretendeu relançar a carreira da muthiyana. Foi Maria Cossa quem cuidou do internamento da cantora. Ainda assim, o abraço da morte à amiga a acolheu de surpresa, quando foi informada esta manhã.
Conforme lembra Maria Cossa, Zena Bacar percorreu o mundo nos momentos áureos do seu grupo Eyuphuro. Nessa altura, a artista ganhou estabilidade social e financeira, mas, segundo explica, nem sempre Zena Bacar esteve rodeada de boas pessoas. Por perto, de acordo com Maria Cossa, a cantora teve muitos empresários de má-fé, que se aproveitaram não apenas dela, mas de toda a banda Eyuphuro. “Por exemplo, há à venda os discos da banda Eyuphuro um pouco por todo o mundo, mas não sabemos para onde é canalizado o dinheiro. Nenhum membro da banda tem informação sobre nada”, disse a amiga, acrescentando: “Zena doou os seus bens à Igreja Universal. No princípio deste ano, ela pediu que a Igreja lhe devolvesse a casa. Ela não falou pessoalmente com a Igreja. Eu cuidei disso. E, pela boa-fé que a Igreja teve, devolveu a casa semana passada. Ela não teve tempo de voltar para a sua própria casa”.
De acordo com Maria Cossa, Zena Bacar teve apenas um e único filho, que morreu em Portugal. Zena não chegou a enterrar o filho, e isso trouxe-lhe muitos transtornos e perturbações mentais. “Nessa altura, nós tentamos reintegrar a Zena no mercado, mas, infelizmente, as pessoas já haviam interiorizado que ela era uma doente. Chegavam a dizer que era maluca. E assim ela ficou sem poder reviver seus momentos de glória”.