A ZAP vai transmitir as ligas de basquetebol Mozal, em masculinos, e Sasol, em femininos, nos próximos dois anos. O acordo para o efeito foi assinado, ontem, entre a operadora de televisão por satélite e a Liga Moçambicana de Basquetebol, e os valores envolvidos na operação não foram revelados.
Foi pelas mãos de Hélder Tembe, administrador-delegado da ZAP, e António Madeira Júnior, presidente da Liga Moçambicana de Basquetebol (LMB), que ontem foi selado um memorando que pretende abrir uma nova página no basquetebol moçambicano.
O aumento de número de jogos, pelo menos nos seniores masculinos, é uma das grandes apostas da ZAP e da Liga Moçambicana de Basquetebol, até para se dar maior ritmo competitivo aos atletas, alguns dos quais convocáveis para as selecções nacionais.
Pretende-se, na verdade, que a competição seja dividida em quatro fases, nomeadamente de qualificação (envolvendo três zonas, sendo que a mesma contará com a participação de seis equipas); de apuramento (duas zonas com a participação de seis equipas); fase regular (oito equipas) e “final four” (comportando quatro conjuntos).
De acordo com a proposta da LM B, as partidas seriam realizadas numa periodicidade quinzenal em cada uma das zonas, cobrindo um período de seis semanas. O “draf” prevê que, durante o período em que as equipas não estiverem a participar na fase de qualificação, os campeonatos provinciais terão de ocorrer, sendo a condição para a participação na “Liga” a participação nos campeonatos provinciais. De cada uma das zonas, apuram-se quatro equipas que se qualificam para a fase seguinte, ou seja, a de apuramento.
“O objectivo é que cada equipa, pelo menos nos seniores masculinos que é a Liga Mozal, consiga entre 45 e 50 jogos no período entre a prova e os campeonatos provinciais. Se repararem, este é um modelo misto.
Tem que existir o campeonato provincial ao nível de todas as províncias e será intercalado com os jogos da Liga, aumentando, portanto, o nível competitivo e o número de jogos”, começou por explicar António Madeira Jr., presidente da Liga Moçambicana de Basquetebol (LMB).
Há muito que a ZAP, no quadro da sua responsabilidade social, tem apoiado incondicionalmente o desporto moçambicano, no geral, e basquetebol, em particular. Destaque-se o apoio dado aquando da realização dos “nacionais” assim como a Taça dos Clubes Campeões Africanos em seniores femininos. Hoje, a operadora de televisão por satélite aposta nas Ligas Mozal e Sasol, duas provas nas quais pretende contribuir para o seu engrandecimento.
“A Liga Moçambicana de Basquetebol aproximou-se à ZAP com o projecto. Portanto, o modelo de competição foi redesenhado, tornando-se, dessa forma, num modelo competitivo. Pensamos nós que vai ser um grande sucesso”, destacou Hélder Tembe, administrador-delegado da ZAP.
A Liga Moçambicana de Basquetebol Mozal vai à sua 14ª edição, enquanto a Sasol vai à sua 3ª edição. As provas já têm os seus patrocinadores oficiais que ostentam o “name ”, pelo que era importante clarificar o envolvimento da ZAP no projecto. “A ZAP não está a patrocinar, estamos apenas a adquirir direitos de transmissão.”
A ZAP e a Liga Moçambicana de Basquetebol pretendem estimular o regresso do público aos pavilhões, através de jogos com qualidade e diversas inovações. Mas não só: contribuir para que a modalidade, com tradição, volte a atingir os níveis atingidos no passado.
“As marcas dos actuais patrocinadores detêm a componente de ‘marketing’. Eles têm prioridade, obviamente. A ZAP, no entanto, vai querer participar da festa do desporto, neste caso do basquetebol, e traçaremos um plano de activação para abrilhantar a competição”, observou Hélder Tembe.
A Liga Moçambicana de Basquetebol arranca no dia 24 de Julho, com a disputa da fase de qualificação na zona Sul, seguindo-se as zonas Norte e Centro. O objectivo passa, segundo a LMB, por maior divulgação das provas desde a fase de apuramento até ao período de realização da “final four”.
“A Liga tem dois grandes patrocinadores que são a Mozal, na prova masculina, e a Sasol, na competição feminina. A ZAP vem, digamos, complementar aquilo que estava a faltar na Liga que é a sua imagem como produto para tentar expor as marcas. Acho que isso é o mais importante neste acordo”, frisou António Madeira Jr.
O PROJECTO DAS ETAPAS DA LIGA MOÇAMBICANA DE BASQUETEBOL MOZAL
O documento apresentado pela Liga Moçambicana de Basquetebol prevê que, na fase de apuramento, para as zonas Sul, Centro e Norte (as cidades terão de se candidatar para realização desta fase) será estabelecido o critério de escolha das seis equipas, de entre as que permaneceram na Liga e das que por mérito competitivo nos seus campeonatos provinciais se qualificaram para tal.
Irão formar um leque de seis equipas por cada uma das zonas, competindo numa volta durante oito ou nove dias seguidos, segundo um comunicado da LMB a que “O País” teve acesso.
Os jogos devem realizar-se numa periodicidade de 15 dias em cada uma das zonas, cobrindo, desta forma, um período de seis semanas. Durante este período em que as equipas não estiverem a participar na qualificação, os campeonatos provinciais terão de ocorrer, sendo condição para participação na Liga, a participação nos campeonatos provinciais. De cada uma das zonas, apuram-se quatro equipas que passarão para a fase seguinte, fase de apuramento.
Já na fase de apuramento, indica a nota da Liga Moçambicana de Basquetebol, das três zonas, apurar-se-ão quatro equipas de cada zona. Das doze formações, serão criados dois grupos de seis, em que quatro de cada grupo disputarão o acesso à fase regular. Os jogos serão todos contra todos numa só volta, sendo que se apurarão os quatro conjuntos de cada grupo que terão direito de participar na fase regular.
Nesta fase, entra para o calendário da LMB o apuramento também para os seniores femininos, a Liga Sasol, cujo modelo a partir desta fase é paralelo aos masculinos.
Assim, para a fase de apuramento, serão realizados dois torneios em masculinos e dois em femininos, em locais ainda por serem definidos, decorrendo ambos de forma alternativa de duas em duas semanas, obedecendo às mesmas regras definidas para a fase de qualificação, perfazendo, assim, um horizonte temporal de oito semanas.
Das duas zonas da fase anterior, serão apuradas quatro equipas de cada zona. Das oito formações qualificadas, as mesas disputarão a fase regular numa cidade (Cidade de Maputo) durante 12 dias (duas semanas) com quatro jogos diários. Esta fase será, primeiro, realizado em femininos, sendo que, na semana seguinte, entram em cena os masculinos, todos no mesmo modelo.
Desta fase, apuram-se quatro formações que irão disputar a “ final four”.