O presidente queniano reconheceu pela primeira vez, nesta semana, os abusos de poder cometidos pelas forças de segurança do país. Durante o seu discurso de Ano Novo, William Ruto falou em actos excessivos e extrajudiciais das autoridades, sem dar detalhes.
As declarações do presidente queniano surgem após uma série de manifestações lideradas por jovens que protestavam contra os desaparecimentos atribuídos às forças de segurança, durante protestos contra a subida de impostos e alto custo de vida naquele país de África.
A contestação à actuação das Forças de Segurança foi violentamente reprimida pela polícia, com gás lacrimogêneo e detenções em massa.
William Ruto apontou que toda a liberdade tem seus limites e a segurança pública deve sempre ter precedência sobre a liberdade desenfreada.
Os activistas dos direitos humanos denunciam a falta de investigações exaustivas sobre estes desaparecimentos. O tribunal ordenou recentemente a libertação de cinco pessoas, alegadamente raptadas pelas forças de segurança, ou uma explicação sob juramento da polícia. No entanto, não houve nenhum desenvolvimento após ordem judicial e o delegado da Polícia em tribunal para dar alguma explicação, mas além dele, nenhum agente compareceu.
As vítimas da suposta má actuação policial incluem jovens opositores do Presidente Ruto, com destaque para dois indivíduos que partilharam uma controversa imagem gerada por inteligência artificial representando o chefe de Estado num caixão.
William Ruto associou osincidentes ao aumento da desinformação digital, que chamou de uma ameaça ao tecido moral da nação.