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Vítimas da lixeira de Hulene em Maputo sem subsídios de renda há seis meses

Foto: O País

Mais uma vez, as 260 famílias cujas casas foram destruídas aquando do deslizamento da lixeira de Hulene, em Fevereiro de 2018, na cidade de Maputo, amotinaram-se, ontem, no edifício do Município para exigir explicações por conta do atraso no pagamento de seis meses de renda das casas onde vivem actualmente.

A história daquelas famílias mudou quando, em Fevereiro de 2018, houve deslizamento da lixeira de Hulene, tendo, as suas casas, sido destruídas. Na altura, as autoridades colocaram-nas em casas arrendadas, onde pagam 10 mil meticais mensalmente, porém já há tempo em que o dinheiro não chega regularmente.

Há, segundo relatos, famílias que já estão a ser despejadas devido ao atraso no pagamento de renda das casas onde vivem actualmente. Leontina Jalane diz que já foram dados prazos para abandonarem as casas que ocupam. “Os donos estão a mandar-nos embora das suas casas”, revelou uma das vítimas do desabamento da lixeira, num tom de desespero.

Emília Langa diz que passa muito tempo depois da tragédia e, mesmo assim, continuam a sofrer para ter os subsídios de casa.

“Houve a tragédia de Hulene há quatro anos e o Município em si nos conhece, porque assinámos contratos e eles vinham pagando anualmente esse valor, mas chegou uma dada altura em que não pagavam nada. Viemos aqui (referindo ao edifício do Conselho Municipal de Maputo) noutra vez, resolveram. Agora, de novo, mandaram-nos assinar outros contratos e estamos há seis meses sem pagamentos das casas onde vivemos”, contou Emília Langa, em meio a outras vítimas da tragédia de 2018, exigindo uma explicação da edilidade da capital.

Reuniram-se, inicialmente, no muro de vedação do mercado do povo, depois decidiram que deviam atravessar a avenida Ho Chi Min e amotinaram-se num dos acessos do edifício do Conselho Municipal de Maputo. Essa situação obrigou uma pronta intervenção da Polícia Municipal, aliás foi o próprio vereador de Protecção e Segurança, Manuel Zandamela, que os dispersou, porque estavam aglomerados sem observarem o distanciamento físico e, depois, dialogou com as famílias para a identificação de interlocutores para se reunirem com o edil de Maputo.

As cinco pessoas identificadas seguiram a uma reunião à porta fechada com o Presidente do Município de Maputo, Éneas Comiche.

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