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Vencedor da Taça de Moçambique clama por prémio

Foto: FMF

É um caso que está a deixar o Ferroviário de Maputo e a Federação Moçambicana de Futebol (FMF) de costas voltadas. Ou seja, num ambiente verdadeiramente de cortar à faca. É que, duas semanas depois de ter conquistado a Taça de Moçambique (vitória na final sobre o seu homónimo da Beira por 1-0), o Ferroviário de Maputo não recebeu o valor monetário de 550 mil Meticais previsto no regulamento de competição da prova. O finalista vencido, o Ferroviário da Beira, teria direito caso tivesse havido premiação a 330 mil Meticais.

Mas mais do que não ter recebido o valor, o Ferroviário de Maputo queixa-se de não ter sido informado oficialmente pelo órgão reitor do futebol moçambicano sobre a alegada falta de dinheiro para dar aos clubes que se qualificaram para os oitavos de final da segunda maior prova do calendário futebolístico moçambicano.

O eclético clube, que este ano açambarcou o desejado troféu pela sexta vez na sua história, reclama ainda por, alegadamente, ter tido conhecimento de exiguidade de fundos e falta de patrocinador e premiação na competição através das cada vez mais activas redes sociais.

“Ainda não tivemos uma informação oficial da Federação Moçambicana de Futebol relacionada com a premiação na Taça de Moçambique.  Tudo que sabemos foi através das redes sociais. Tivemos informação de que as equipas que se qualificaram para os oitavos de final não teriam prémio por falta de patrocinador. Nós temos compromissos com atletas e precisamos de dar uma justificação”, reclamou a secretária-geral do Ferroviário de Maputo, Ivone Buque.

O “País”, tal como lhe competia, procurou ouvir a versão dos factos da Federação Moçambicana de Futebol. E foi na voz do vice-presidente para Área de Estudos, Projectos, Marketing e Relações Públicas que “O País” foi informado que, desde o sorteio dos oitavos de final, a Federação Moçambicana de Futebol “informou aos clubes que a prova não teria patrocinador e, por consequência, premiação monetária”.

“Amputada” do patrocinador oficial, Tmcel, empresa que atravessa uma crise financeira e está em processo de reestruturação, a Federação Moçambicana de Futebol partiu para o mercado à procura de alternativas para que a prova tivesse premiação monetária. Acontece, porém, que nenhuma empresa deu uma resposta satisfatória até pela “situação delicada e de crise que muitas instituições enfrentam no mercado”.

E, perante esta situação, qual foi o posicionamento da Federação Moçambicana de Futebol? A resposta veio nos seguintes termos: “Se reparar, encurtamos a prova. O patrocinador não queria endividar-se ainda mais com a FMF. Informámos aos clubes”, frisou Gervásio de Jesus.

O BCI, parceiro da FMF ao nível da selecção nacional, foi a solução encontrada para pelo menos se criar condições para a compra de um troféu, fogos-de-artifício e garantir segurança. “O que fizemos foi pedir apoio ao BCI, que disponibilizou pouco mais de 150 mil Meticais para despesas prontas a pagar”, assegurou.

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