“Senti algum vazio em relação às respostas ligadas à segurança, sobretudo, no que tem a ver com os desafios em Cabo Delgado, e no fortalecimento das Forças de Defesa e Segurança”, disse Custódio Duma, comentador do Programa Noite Informativa da STV. Duma reagia ao discurso de Venâncio Mondlane durante o diálogo público presidencial realizado, ontem, na Universidade “A Politécnica”.
Custódio Duma diz que “a pressão de estar a falar dos mesmos assuntos esgotou os argumentos apresentados por Venâncio Mondlane”. Além disso, o comentador diz que Venâncio Mondlane devia ter olhado com mais atenção para questões ligadas ao Conselho Constitucional.
“O nosso Conselho Constitucional, fazendo uma análise profunda, é um órgão eminentemente político, não jurisdicional, como poderia ser um tribunal. Por isso, não é necessariamente com a mudança de um nome, onde se mantém as suas competências, que poderá sair de um órgão político, para jurisdicional”.
Por outro lado, Esaú Cossa, também comentador do Noite Informativa, disse que o candidato conhece o cenário político do país, entretanto, foi “romântico”, ao falar da redução de poderes do Presidente da República.
“Venâncio traz uma bagagem muito grande sobre a questão da realidade do país. Entretanto, há algumas questões que soam a um certo romantismo, conhecendo a realidade sociopolítica nacional, e, acima de tudo, conhecendo a realidade social do país. Por exemplo, quando fala da redução dos poderes do Presidente da República, sendo que ele só concorre para presidência, parece-me muito romântico, pois sabe que o único poder que terá, então é um tiro no próprio pé”, explicou Duma.
Diz ainda que “É preciso olhar também para a dinâmica humana, porque ninguém vai querer perder os seus próprios poderes”.