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Utentes agastados com a demora no atendimento na pediatria do HCM

Foto: O País

Persiste a morosidade no atendimento na pediatria do Hospital Central de Maputo (HCM). Esta segunda-feira, utentes chegaram a ficar mais de oito horas à espera de serem atendidos.

A situação, que por mais de duas vezes foi reportada no mês de Fevereiro, deixou, novamente, os utentes daquele serviço agastados, pois, segundo denunciaram ao “ O País”, havia apenas uma médica a atender aos pacientes.

“A cada uma hora, era atendido apenas um paciente, depois a médica saía para ver pacientes em estado grave, por isso a fila não anda, porque são poucas, muito poucas mesmo as pessoas que já foram atendidas, até ao momento”, reclamou Aniceto Manhiça, pai de um menor.

Conforme protestou a fonte, “não faz sentido que um hospital tão grande, como este, tenha apenas uma médica a atender, é inconcebível”. Acrescentou que chegou ao hospital por volta das oito horas e, até às 16 horas, quando o “O País” conversou com ele, ainda esperava pelo atendimento do seu filho.

Mónica, nome fictício da mãe de uma paciente de seis meses, contou que chegou ao hospital por volta das 10 horas. A senhora disse que, até àquela hora, já estava com muita fome e cansada de tanto esperar e o mais agravante é que ninguém se aproximou para dar qualquer informação.

“Quando procuramos saber o que estava a acontecer, a médica disse que cada paciente tem a sua hora para ser atendido. Podemos ficar até às 19 ou 20 horas, com crianças aqui… é complicado”, lamentou Mónica.

Por conta da situação, muitos pacientes acabaram por desistir e saíram à procura de outras unidades sanitárias para serem atendidos, pois não viam “uma luz no fundo do túnel”, pela forma como a fila “andava”.

O HCM já admitiu que a demora no atendimento se deve à pressão na procura e à falta de profissionais de saúde, por isso recomendou aos pacientes a procurarem as unidades sanitárias mais próximas, entretanto muitos utentes preferem os serviços da considerada maior unidade sanitária do país.

É o caso de Aníbal Machai que disse que a tosse do seu filho persiste já há um tempo, mesmo depois de se ter dirigido aos centros de saúde próximos das sua casa, por isso, esta segunda-feira, foi ao HCM à espera que o seu filho fosse submetido a exames mais complexos.

O jornal O País entrou em contacto com o Gabinete de Comunicação do HCM, mas não teve sucesso.

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