Com mais de 30 milhões de habitantes, a população jovem em Moçambique constitui a base da pirâmide etária. Por isso, a preocupação com a empregabilidade tornou-se parte importante da agenda governamental e, consequentemente, das instituições públicas de ensino superior.
Com efeito, o Governo norte-americano, reconhecendo esta prioridade, lançou, por via da missão da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID) em Moçambique, e em parceria com a Universidade Estatal do Michigan (MSU), a Universidade Eduardo Mondlane (UEM), o Instituto Superior Politécnico de Manica (ISPM) e a Universidade do Púnguè (UniPúnguè), um programa de desenvolvimento de carreiras no ensino superior, de modo a fomentar o acesso a serviços de empregabilidade de qualidade, por via de centros de desenvolvimento de carreiras em cada uma das instituições parceiras.
O programa HECDI, como é designado, terá uma duração de quatro anos e pretende alcançar inicialmente cerca de 4800 estudantes, oferecendo uma variedade de serviços aos estudantes, desde orientação profissional, incremento de competências para o emprego, enquanto se promove um diálogo com o ecossistema de mercado de trabalho, nomeadamente, o Governo, as instituições de formação e o sector produtivo, de modo a permitir uma melhor orientação vocacional, inserção e carreira profissionais.
Os centros de desenvolvimento de carreiras estarão localizados em cada uma das três instituições parceiras do programa e estarão em funcionamento já a partir do ano de 2022. Parte das suas actividades iniciais de implementação passa pela formação de quadros nos domínios do serviço ao desenvolvimento de carreiras, tornando-se, assim, num programa pioneiro de referência nacional, enquanto uma acção concreta para a promoção do emprego à jovem população de graduados que o país já produz, que atinge hoje pouco mais de 173 mil graduados anualmente.
De um universo de mais de 221 mil estudantes que o sistema de ensino superior em Moçambique acomoda actualmente, através deste programa nas três instituições parceiras, potencialmente, cerca de 24% da população estudantil do ensino superior em Moçambique, poderão ter acesso a estes serviços nos próximos quatro anos.
O lançamento oficial foi no dia 28 de Fevereiro corrente, e o plano de implementação decorrerá, incorporando um conjunto de actividades, entre as quais de auscultação, consulta e realização de estudos no domínio da empregabilidade dos graduados.