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Tecnologia sustentável na era do desenvolvimento

Tecnologia e sustentabilidade são duas palavras que se encontram, cada vez mais, lado a lado em debates, estudos ou conferências, um pouco por todo o mundo.

É impossível falar de tecnologia sem pensar no futuro. Tudo, no mundo das novas tecnologias e da inovação, conduz para o que aí vem. Para daqui a uns anos, mas também décadas ou mesmo séculos. A tentativa de perceber como será a sociedade daqui a 20, 30 ou 50 anos é tão natural como a dos nossos antepassados quando imaginavam o que seria o novo milénio em que nós nos encontramos.

Mas se muitas vezes as previsões falham por não acertarem na tecnologia que irá triunfar, a nossa geração começa a pouco e pouco a chegar a um consenso no que realmente importa: que esse futuro garanta a sustentabilidade da vida na Terra às gerações vindouras.
Desta feita, é urgente que a inovação e as novas tecnologias ajudem as sociedades a garantir um futuro sustentável.

Apesar de não ser o maior contribuinte, o continente africano será, de todos, aquele que mais sofrerá com as consequências de efeitos como o aquecimento global, destruição de habitats ou escassez de água potável, apenas para referir alguns.

Serão decisivas, para África, todas opções que forem tomadas a nível global e que possam vir a ter impacto nas sociedades e nas economias do continente, principalmente as mais vulneráveis.

Moçambique encontra-se num momento fulcral do seu processo de desenvolvimento. A descoberta, nos últimos anos, de grandes reservas de matérias-primas – como carvão ou gás natural – colocou o país numa posição invejável do ponto de vista económico.

Além do desafio de explorar de forma eficaz estas reservas, o país encontra-se numa encruzilhada entre o desenvolvimento económico que estas poderão proporcionar e a necessidade de apostar num ambiente limpo e sustentável, que não coloque em causa os seus cidadãos e as suas formas de sobrevivência.

Se, por um lado, o desenvolvimento económico traz vantagens evidentes às estratégias de sobrevivência das populações mais vulneráveis, por outro, cria desafios sobre quais as apostas a fazer agora e que benefícios trarão no futuro.

Apesar de os debates muitas vezes colocarem a tecnologia e o desenvolvimento em oposição frontal à sustentabilidade, a verdade é que podem e devem contribuir de forma virtuosa para a prossecução de um objectivo maior de desenvolvimento sustentável.

As novas tecnologias e a inovação deverão, assim, procurar caminhos que permitam resolver as principais ameaças à sustentabilidade e garantir que estes mundos sejam cada vez mais cooperantes e que não coloquem entraves de parte a parte.

De que vale a Moçambique ter carvão e gás natural se não o consegue transformar em comida, saúde ou habitação para todos?
Apesar de poder parecer “contra-natura”, as novas tecnologias poderão ter uma palavra muito valiosa a dizer sobre comunidades que muitas vezes nem sequer têm electricidade ou qualquer contacto com o mundo tecnológico.

Questões como redução dos impactos ambientais, com a aposta em fontes renováveis, como é o caso da energia solar e a eólica, poderão contribuir em muito para garantir diversificação relativamente a outras formas de energia menos limpas, com vantagens óbvias para as populações ao nível, por exemplo, da saúde.

Mas a inovação poderá também trazer vantagens nos combates da saúde, da agricultura ou na redução dos impactos nefastos que as energias fósseis ainda geram e que poderão ser resolvidos.
Por isso, é importante pensar no presente e, no futuro, estreitar cada vez mais os caminhos da tecnologia e da sustentabilidade para garantir que a próxima revolução nestas duas áreas contribua para todas as populações a viver neste momento no planeta e garanta as gerações futuras.

O MOZEFO não podia deixar de lado a tecnologia como forma sustentável numa era que é de desenvolvimento, particularmente em Moçambique. Por isso, reunirá, nos dias 22, 23 e 24 de Novembro, em Maputo, alguns dos nomes que têm trazido para os debates estas questões, como é o caso de Mihaela Smith, CEO da Commonwealth Partnership for Technology Management, e Sílvio Meira, Chairman da Porto Digital/Brasil.

Este debate está em aberto e o MOZEFO pretende, uma vez mais, contribuir para pensar o presente e o futuro da sociedade moçambicana e global.

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