Celebrou-se hoje, terça-feira, o Dia da Medicina Tradicional Africana e Alternativa e, para assinalar a data, foi lançado, na cidade de Maputo, um suplemento nutricional que se espera que venha contribuir no fortalecimento do sistema imunológico de doentes com a COVID-19.
“Contribuição potencial da Medicina Tradicional para a Resposta à COVID-19” é o lema escolhido para a celebração do Dia da Medicina Tradicional Africana e Alternativa. E, na cerimónia que decorreu hoje, terça-feira, no Município de Maputo, foi lançado o suplemento desenvolvido pelos investigadores da Universidade Pedagógica de Maputo (UP-Maputo), em parceria com o Ministério da Saúde. O suplemento leva o nome de “Ekume” (saúde, em Português), palavra emprestada de Emakhua, Língua Bantu com maior número de falantes em Moçambique.
Cornélio Mucaca, um dos pesquisadores da UP-Maputo, diz que o suplemento vai contribuir para o fortalecimento do sistema imunológico das pessoas com COVID-19 e outras doenças.
“Trata-se de uma farinha produzida com base em produtos naturais, locais e de fácil acesso. Nesta farinha, encontramos vários nutrientes, dos quais farinha de banana verde, farinha de malambi, que contém um elevado teor de vitamina C; farinha de mapira, de milho, que é muito rica em proteína; amendoim e adoçantes que são importantes para o paladar”, explicou Mucaca.
A Associação dos Médicos Tradicionais de Moçambique (AMETRAMO) diz estar a avançar pesquisas de algumas plantas medicinais que possam contribuir no combate à COVID-19.
Fernando Mathe, presidente da AMETRAMO, garante que “haverá uma pesquisa que vai trazer uma garantia depois de os próprios medicamentos serem testados em laboratório.”.
A vice-ministra da Saúde, Lídia Cardoso, presente na cerimónia de lançamento do suplemento, repudia alguns comportamentos considerados desviantes por parte de alguns médicos tradicionais. No entanto, a dirigente enaltece a contribuição da medicina tradicional no tratamento de várias doenças que enfermam a população.
“É importante continuar a formar e capacitar mais praticantes da medicina tradicional e alternativa, para que as pessoas não se atrasem no diagnóstico hospitalar. A medicina tradicional e a convencional devem actuar de maneira conjunta, o que vai permitir que mais pessoas detenham o saber, para prevenir doenças ou seguir devidamente os tratamentos médicos.”
A Organização Mundial da Saúde, presente na celebração do Dia da Medicina Tradicional Africana e Alternativa, reiterou o seu compromisso em continuar a apoiar o Ministério da Saúde, na elaboração e implementação de políticas e estratégias para a promoção da medicina tradicional.