O Presidente do Ruanda, Paul Kagame, anunciou que é candidato a um quarto mandato nas eleições de Agosto de 2024, pretendendo prolongar as duas décadas à frente do país.
“Estou satisfeito com a confiança que os ruandeses demonstraram em mim. Servirei enquanto puder. Sim, sou de facto candidato”, disse o Presidente, citado pela DW.
Antecipando-se às críticas internacionais, nomeadamente do Ocidente, Kagame afirmou: “Pessoalmente, não sei quais são os seus valores [do Ocidente]. O que é a democracia? Será que o Ocidente dita aos outros o que devem fazer? Se eles não respeitam os seus próprios valores [democráticos], porque é que os havemos de ouvir?”.
Para Kagame, tentar transferir a democracia para os outros é, por si só, uma violação das normas democráticas. “As pessoas devem ser independentes e ter uma plataforma para fazer o que querem fazer”.
Kagame tornou-se o homem forte do país após o genocídio de 1994, que matou entre 800.000 a um milhão de pessoas, e consolidou o seu domínio seis anos mais tarde, com o início do seu primeiro mandato presidencial.
Foi reeleito, com mais de 90% dos votos, em todas as eleições que se seguiram, a última em 2017, e em 2015, Kagame alterou a Constituição ao ponto de lhe permitir, em teoria, permanecer no poder até 2034, se o povo assim o decidir.