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Moçambique terá equipamento para previsão da seca e seu impacto

Em todas as zonas áridas do país haverá sistemas de aviso prévio da seca e indicação dos respectivos impactos. A iniciativa, que conta com o apoio do Programa Mundial de Alimentação e da União Europeia, vai permitir avaliar o tipo de intervenção a ser feita nos mesmos locais e o dinheiro necessário para assistir às famílias afectadas.

Quis a natureza que Moçambique estivesse na pérola do Índico e, devido à sua localização, está vulnerável a eventos extremos: seca, cheias, ciclones e outros.

Mas é a seca que se estende por mais tempo no país, sobretudo na região sul, onde o situação é considerada preocupante. Só para se ter uma ideia, este ano o Instituto Nacional de Gestão de Calamidades (INGC) está a assistir pouco mais 200 mil pessoas em 31 distritos áridos e semi-áridos.

Esses distritos, por conta da seca, não conseguem produzir comida, o que agrava a insegurança alimentar.

Para que a seca não chegue e encontre as famílias desprevenidas, assim como os que devem prestar apoio, o INGC, em parceria com o Programa Mundial de Alimentação e a União Europeia, está a desenvolver um sistema de aviso prévio à seca.

“A ideia” é permitir que os instrumentos assegurem a previsão de calamidades naturais. “Significa que vamos ter doadores que vão apoiar na base das previsões”, explicou Nicolas Babu, chefe de  programas do Programa Mundial de Alimentação em Moçambique.

O que se pretende é fundamentalmente montar sistemas de pré-aviso nos distritos mais assolados pela seca e pequenas estações meteorológicas. Nesta fase inicial, serão abrangidos os da região sul do país e uma parte de Tete. O valor a investir no projecto ainda não é conhecido.

Além da falta de sistemas de aviso prévio, o país não dispõe ainda de conhecimento consolidado sobre a situação das zonas áridas e semi-áridas.

Entretanto, com o trabalho feito pelo Instituto Nacional de Meteorologia (INAM) e pelas universidades, “começámos a ter alguns passos científicos”, segundo Gabriel Monteiro, director-geral adjunto do INGC.

Esses passos, de acordo com o interlocutor, permitem ver que nível e intensidade da seca o país poderá registar num ou outro ano.

“Isso vai possibilitar a planificação das nossas acções, identificação de projectos nas zonas de problemas. Assim, pensamos que em Junho do próximo ano teremos esse documento elaborado e aprovado pelo Governo”, disse Gabriel Monteiro, optimista.

Neste momento, o Programa Mundial de Alimentação e a União Europeia dão assistência técnica para a instalação dos sistemas de aviso prévio nos distritos já identificados.

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