A Universidade Lúrio (UniLúrio) assinala 15 anos de existência, e a Faculdade de Ciências de Saúde destaca-se por ter aumentado 10 cursos, passando de três para 13, e tem um terço do total de estudantes daquela universidade pública.
Desde o tempo colonial até ao início da década de 2000, ter acesso ao ensino superior em Moçambique só podia ser possível em Maputo, na então Universidade de Lourenço Marques, actual Universidade Eduardo Mondlane, ou na extinta Universidade Pedagógica, olhando para as instituições públicas. Quando o Governo viu a necessidade de expandir o ensino superior no país, criou, por decreto presidencial, a Universidade Lúrio, em Dezembro de 2006, para servir as três províncias do Norte – Nampula, Niassa e Cabo Delgado.
No que concerne à Universidade Lúrio, cujo funcionamento começou em 2007, a Faculdade de Ciências de Saúde foi a pioneira, tendo começado com três cursos de licenciatura em Medicina, Medicina Dentária e Farmácia com um total de 140 estudantes. Quinze anos depois, a mesma faculdade conta com 13 cursos, sendo oito de licenciatura e cinco de pós-graduação.
Alarquia Saíde fez parte do primeiro grupo de estudantes de Medicina Dentária e, hoje, é director da Faculdade em que se formou. Quando olha para o passado, vê crescimento em todos os sentidos: “destacaria o nosso crescimento em termos de infra-estruturas, de capacidade laboratorial, do corpo docente qualificado em áreas específicas, de acordo com as especificidades dos nossos cursos e o nosso envolvimento na solução dos problemas da comunidade, através do nosso programa ‘um estudante, uma família’”.
A Faculdade de Ciências de Saúde da Universidade Lúrio é uma das poucas no país com laboratórios próprios para os cursos que ministra. Ao todo, são 13 e, para além do laboratório de anatomia equipado com manequins, existe outro que tem amostras de peças humanas reais para os estudos práticos.
“Os nossos cursos são, principalmente, práticos e há necessidade de, logo nos primeiros momentos, capacitar os estudantes em termos de competências ou habilidades, de modo que possam conciliar o teórico e o prático”, salientou Alarquia Saíde.
A educação nutricional é algo fundamental em Nampula, província com o índice mais elevado de desnutrição crónica a nível nacional, por isso a Universidade Lúrio investiu bastante no laboratório para o curso de Nutrição (cujo curso de licenciatura foi introduzido em 2008), em que os estudantes aprendem, na prática, a preparar alimentos saudáveis para combater a desnutrição.
Em termos globais, a Universidade Lúrio conta, neste momento, com mais de 4888 estudantes dos cursos de graduação e de pós-graduação, e a Faculdade de Ciências de Saúde é o espelho, contando com o maior número de cursos e cerca de um terço de toda a população estudantil.