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Transporte: Vítimas das cheias em Boane sem desconto três semanas após anúncio do PR

Foto: O País

A Federação Moçambicana das Associações dos Transportadores Rodoviários diz que ainda não recebeu uma comunicação oficial sobre a nova medida. Já a Agência Metropolitana dos Transportes diz que não sabe quando a medida vai entrar em vigor. Por sua vez, o Ministério dos Transportes e Comunicação diz estar em conversações com os transportadores municipais.

A 14 de Fevereiro deste ano, aquando da sua comunicação à nação sobre a situação de cheias e inundações na Cidade e Província de Maputo, o Presidente da República, Filipe Nyusi, anunciou a redução, em 50%, da tarifa de transporte para as vítimas de inundações no distrito de Boane, na Província de Maputo.

Passadas quase três semanas, os passageiros continuam a pagar a totalidade do valor da tarifa do transporte.

A Federação Moçambicana das Associações dos Transportadores Rodoviários (FEMATRO) diz que ainda não recebeu qualquer informação oficial, por isso continua a cobrar a tarifa normal.

“Ainda não temos um dado avançado, mas creio que o teremos a qualquer momento, e quando o tivermos vamos cumprir. Mas só se tivermos um comunicado oficial que dá uma informação clara sobre como identificar o grupo-alvo, vítima das intempéries”, disse Jorge Manhiça, porta-voz da FEMATRO.

Segundo Manhiça, a FEMATRO ainda não está esclarecida sobre os termos para a redução da tarifa, o que pode complicar a realização do processo.

“Tem que haver alguém que reembolse estes 50% que estejam em falta. A nossa situação é diferente da dos transportadores municipais, que têm a forma de identificar estas pessoas. Nós vamos vender o bilhete completo, disse.

Sobre o assunto, o porta-voz da Agência Metropolitana de Transportes Maputo, Armando Mbebele, diz que não sabe quando o desconto vai entrar em vigor.

“Não sei quando é que se vai iniciar. Preciso de receber primeiro as listas, que podem não ser definitivas, porque pode haver mais gente nessa situação”, explicou.

Os termos da redução da tarifa e o modelo para a identificação das vítimas também são uma incógnita. Mbebele diz que serão conhecidos em momento oportuno.

“Em momento oportuno, vamos informar. Neste momento, o que nos compete é receber as listas e fazer uma nota com os cálculos para as instituições e, logo que o valor estiver disponível, julgo que se vai fazer o processamento e nós vamos dar instruções aos operadores em função daquilo que for o modelo a usar, seja o adiamento ou qualquer outro”, explicou.

Segundo o director nacional dos Transportes e Segurança, Fernando Ouana, o Ministério dos Transportes e Comunicações diz que está a trabalhar com as empresas municipais de modo a viabilizar o processo.

Os transportadores privados dizem não estar clara a origem e a forma para o seu reembolso.

Enquanto isso, os transportadores dizem que vão continuar a cobrar a tarifa normal até que o Governo anuncie alguma alteração, com as devidas regras de funcionamento.

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