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UE diz que cabe ao Governo de Moçambique decidir sobre o uso ou não da vacina da AstraZeneca

O Embaixador da União Europeia em Moçambique disse que cabe às autoridades do país tomar uma decisão sobre o uso ou não das mais de 300 mil doses de vacinas da AstraZeneca oferecidas a Moçambique através do mecanismo COVAX.

A reação acontece numa altura em que vários países já suspenderam a vacina por efeitos colaterais indesejados.

Por suspeitas de estar relacionada com casos de formação de coágulos sanguíneos, que podem levar à morte, a vacina da AstraZeneca foi suspensa em mais de 10 países europeus, e na África do Sul.

Cerca de 56 por cento das doses de vacinas que Moçambique possui, até agora, são desta farmacêutica. Para o embaixador da União Europeia em Moçambique, cabe ao Governo avaliar a situação e tomar uma decisão sobre a administração ou não desta vacina.

“A vacina foi distribuída em Moçambique e em vários países do mundo, inclusive nos da União Europeia. Compete às autoridades moçambicanas, decidirem se vão ou não também esperar por estudos adicionais para administrar esta vacina”, disse Antonio Sánchez-Benedito Gaspar, em entrevista ao “O País”.

O diplomata disse que “gostávamos de deixar uma mensagem de calma e tranquilidade. Houve sim casos isolados de efeitos colaterais adversos na Europa, sendo que ainda não temos muitos elementos sobre as suspeitas. O que os países europeus fizeram foi suspender esta vacina por uma questão de precaução. A UE aprovou esta vacina, e nesse processo de distribuição houve suspeitas em alguns casos, num universo de milhares de pacientes vacinados. É mesmo uma questão preventiva para aferir a segurança nesta vacina”.

Em relação à AstraZeneca, só nesta segunda-feira, Portugal, Alemanha, França, Espanha, Países Baixos e Chipre suspenderam preventivamente a vacina.

Na ocasião, Antonio Sánchez-Benedito reafirmou, ainda, a pretensão da União Europeia de apoiar Moçambique na luta contra o terrorismo na província de Cabo Delgado.

“Nós temos interesse em apoiar Moçambique neste esforço de combate ao terrorismo em Cabo Delgado. Já temos vindo a intervir através da ajuda humanitária aos deslocados. Estamos ainda a trabalhar num plano de desenvolvimento da região, para criar emprego e melhorar infra-estruturas.

Segundo Antonio Sánchez-Benedito, “é importante reforçar que a ajuda no teatro operacional tem que ser feita de forma integrada. Estamos empenhados em garantir o reforço das capacidades de defesa de Moçambique, mas trata-se de um assunto complexo que está a ser estudado pelas duas partes (EU e Governo moçambicano), mas daqui a pouco iremos dar o nosso contributo no reforço dessas capacidades”, garantiu.

Importa lembrar que além da União Europeia, os Estados Unidos estão a formar militares moçambicanos em matérias de combate ao terrorismo.

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