A Tropigalia vai vender mais de três milhões de acções, equivalentes a 10% da sua estrutura accionista. Ontem, a empresa fez o lançamento oficial da Oferta Pública de Subscrição, e a operação será feita através da Bolsa de Valores de Moçambique
Nasceu há 18 anos no mercado nacional e, desde então, faz parte de muitas famílias moçambicanas, já que vende produtos alimentares. Porém, agora, a Tropigalia não quer que os moçambicanos sejam apenas clientes, quer que se tornem donos de uma parte da empresa.
Para isso, vai colocar, entre 17 de Outubro corrente e 04 de Novembro próximo, 10% das suas acções à disposição, para que o público as possa comprar. De forma concreta, estão disponíveis 3 078 507 acções, e estão avaliadas em 360 milhões de Meticais.
Nesta operação, os jovens com idade inferior a 30 anos, completos até 31 de Dezembro, beneficiam de um desconto de 20 meticais, podendo subscrever acções ao preço de 100 meticais. De tal maneira que há um segmento dedicado apenas a esta camada, que é o Segmento A, onde também poderão subscrever, também, os trabalhadores da Tropigalia.
No segmento B, destinado ao Público em Geral, cada acção custa 120 Meticais. O lote mínimo de subscrição é de 50 acções por investidor.
As acções que a firma irá emitir são preferenciais, que correspondem à classe B. A grande diferença que estas acções têm em relação às ordinárias é que elas não dão direito a voto para quem nelas investir, mas dão outros “privilégios”, tal como disse o fundador e accionista maioritário da Tropigalia, Adolfo Correia. “Dão 10% acima, na distribuição de dividendos”. Ou seja, “quem investir na nossa operação, que já tem uma experiência de 18 anos, fá-lo para obter retornos e não para gerir a empresa; essa responsabilidade mantém-se rigorosamente como foi ao longo dos últimos 18 anos”.
Diante de várias personalidades, potenciais investidores e convidados, Adolfo Correia, fundador e accionista maioritário da firma fez uma apresentação da mesma. Falou do que a empresa foi, o que é e do futuro que se projecta, em termos numéricos e operacionais. Até aqui, a firma tem crescido a uma taxa de 25% por ano, mas espera-se mais para os próximos tempos. Isso anima a Bolsa de Valores.
“É uma empresa que está na despensa de todos nós e tem estado a mostrar uma história de sucesso, sob o ponto de vista de governação e performance”, disse Salim Valá, presidente do Conselho de Administração da Bolsa de Moçambique.
Esta é a primeira operação de Oferta Pública de Subscrição realizada por uma empresa de capitais privados, depois de cinco públicas ou, pelo menos, comparticipadas pelo Estado.