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Tribunal ordena retirada de ocupantes da terra das irmãs em Namicopo

Um grupo de populares invadiu uma vasta área pertencente às irmãs católicas no bairro de Namicopo, província de Nampula, alegando que o local serve de refúgio dos malfeitores. As irmãs recorreram ao tribunal para pedir, através de uma providência cautelar, o abandono da área por parte dos invasores, e o tribunal aceitou o pedido.

A informação foi avançada por Nassir Mussa, oficial de diligências no Tribunal Judicial da Província de Nampula, que disse que o tribunal deu, nos termos legais, o procedente a providência requerida pelas irmãs, ou seja, “ficam intimados os requeridos a suspender imediatamente qualquer actividade ou construção dentro da propriedade da requerente”.

Por outro lado, segundo disse Nassir Mussa, ficam intimados também os secretários, chefes de bairro e da zona a não emitirem declarações pareceres, compra, venda e não autorizar invasão dentro da propriedade da requerente.

Esta é a segunda vez que o Tribunal Judicial da Província de Nampula intima os invasores a abandonarem a área. A primeira previa 30 dias, e estes não obedeceram.

Um dos invasores ameaça não abandonar o local, ameaçando ainda quem se aproximar para fazer a sua retirada. “Eu estou a informar, dizer que se aquele senhor continuar a vir aqui, não vamos nos entender. Não vamos abandonar, porque primeiro nós nunca fizemos mal a ninguém”, disse.

Outro dos invasores diz que o povo tem um governo e “o governo somos nós”. Ademais, apela à clemência e ao bom senso. “Quando o tribunal vier demolir, peço para vir com piedade. Não negamos para ele fazer esse trabalho, mas dar piedade a esse povo, saber aonde que vai colocar”, pede.

O terceiro dos invasores fala em concessão arbitrária. “Ninguém comprou e ninguém ofereceu. Só entramos aqui por causa dessas matanças que estão a existir aqui”, afirmou.

A polícia esteve a fazer a cobertura da entrega da notificação e apela à colaboração dos invasores. Rodolfo Araújo, chefe das operações no distrito de Nampula, pediu para os invasores suspenderem as actividades até que o tribunal tome uma outra posição.

“Esta é a posição da polícia, o conselho da polícia. E menos agitação. Não queremos aqui agressões. Nós viemos em paz”, frisa o chefe das operações no distrito de Nampula.

Recentemente, o presidente do Município apelou aos titulares de DUAT de áreas invadidas a recorrerem ao tribunal, por entender serem matérias para decisão judicial, e não administrativa.

“Nós aconselhamos todo aquele que tiver DUAT, numa situação igual à invasão de terra e tenha documento, que faça uma apelação ao Tribunal Judicial. Só o tribunal tem competências para resolver a questão do derrame de ocupação ilegal de espaços”, sugeriu na ocasião Luís Giquira, edil de Nampula.

Caso não haja abandono voluntário, o tribunal poderá ordenar a retirada compulsiva.

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