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Três ausências no arranque da “Operação Costa do Marfim e Malawi”

Foto: O País

Os Mambas iniciaram, esta terça-feira, os trabalhos de preparação para os embates diante da Costa do Marfim e Malawi de qualificação ao Mundial do Qatar, em 2022. Reinildo, Bonera e Amâncio “Neymar” foram ausentes e só se juntam à selecção nacional esta quarta-feira

Muita animação e bastante entusiasmo marcaram o início dos trabalhos dos Mambas para os dois confrontos com Costa do Marfim, na sexta-feira, e Malawi, na terça-feira, do arranque da fase de grupos de apuramento à fase final do Campeonato do Mundo do Qatar, em Novembro e Dezembro de 2022.

Recuperação física, aspectos técnico-tácticos, bem como uma peladinha, marcaram a sessão que decorreu no campo anexo do Costa do Sol, contando com 20 dos 23 jogadores convocados por Horácio Gonçalves para esta empreitada.

Reinildo Mandava, do Lille da França, Francisco “Bonera” Simbine e Amâncio “Neymar” Canhemba, estes dois do Marítimo, foram os grandes ausentes, por terem chegado apenas esta terça-feira ao país, devendo juntar-se ao grupo no treino desta quarta-feira.

JOGADORES MORALIZADOS E EXPECTANTES

Na primeira sessão de treinos, Shaquile e Zainadine Jr. foram os porta-vozes do conjunto e revelaram-se satisfeitos pela chamada aos Mambas.

Shaquile, do Ferroviário de Maputo, que é chamado pela terceira vez depois de ter estado no torneio triangular disputado em Maputo, e no Cosafa, na África do Sul, diz estar preparado para dar o seu contributo à selecção nacional. “Estou satisfeito com a chamada aos Mambas e espero dar o meu contributo para que possamos vencer estes jogos”, disse Shaquile.

Relativamente aos adversários destas duas jornadas, Costa do Marfim e Malawi, Shaquile diz que o importante é ter respeito e não temer, até porque os Mambas têm o seu poderio e as suas possibilidades em campo.

Já Zainadine Jr., experiente jogador dos Mambas, assegura que o conjunto está motivado e que o balneário respira confiança. “Estamos a iniciar os trabalhos para esta campanha e vamos fazer de tudo para vencer os dois jogos”, disse Zainadine, reiterando que a miscelânea que existe está a ser bem recebida. “Não são os nomes que jogam, mas sim o bom momento de forma que estes jovens jogadores atravessam e a sua qualidade. Se eles estão aqui é por algum motivo”, disse o central do Marítimo de Portugal, esperando que os jogadores novos passem o seu melhor para o bem do conjunto moçambicano.

MEXER E DOMINGUES SÃO IMPORTANTES PARA OS MAMBAS

Questionado em relação à sua responsabilidade em face das ausências de jogadores mais experientes, casos de Mexer, Domingues, Kambala e outros, Zainadine começou por dizer que tem sido a mesma responsabilidade, independente de quem estiver na selecção, e não vai mudar agora, mas assume que não se deve fechar os olhos a estas ausências. “São jogadores com muita qualidade e, no caso, Domingues e Mexer são jogadores importantes para a selecção nacional, para ser sincero. São jogadores com muita qualidade e com muita experiência, mas a mim cabe trabalhar dentro do campo para ajudar a selecção”, vincou Zainadine Jr.

Ademais, segundo Zainadine Jr., é preciso que os jogadores chamados para esta campanha estejam cientes do que é representar a selecção nacional, ganhar experiência, mas sabendo que é preciso vencer os jogos também, fazendo uma diferenciação entre jogos internos e internacionais. “O objectivo é sempre o mesmo – ganhar jogos para procurar garantir a qualificação”, sentenciou.

“NOSSO OBJECTIVO É FAZER UMA EQUIPA DO FUTURO”, HORÁCIO GONÇALVES

O seleccionador nacional lamentou a ausência dos três jogadores que ainda não se juntaram ao grupo de trabalho, mas assegura que está tudo projectado para que os trabalhos decorram sem sobressaltos e, principalmente, para a sua integração assim que estiverem disponíveis. Mas, o mais importante para Horácio Gonçalves, é ter em conta os objectivos actuais da selecção nacional. “Temos que olhar para aquilo que são os nossos objectivos, de que temos vindo a falar desde o princípio, a primeira vez em que vim aqui, que passa por um projecto de construção e estamos a construir o futuro. Por isso, temos, aqui, um grupo homogéneo, mas muito coeso e tenho certeza de que vamos fazer um bom trabalho nos jogos que vamos ter pela frente”, começou por dizer o seleccionador nacional.

Mas, essa construção será feita dentro das adversidades e adversários que aparecerem pela frente, desta vez tratando-se do gigante africano, a Costa do Marfim.

“Temos o nosso objectivo que é pensar jogo-a-jogo, e os nossos objectivos é fazer sempre o melhor e queremos vencer o jogo e vamos, acima de tudo, transportar para aqui a nossa forma diferente de pensar o jogo, tal como fizemos no torneio triangular e no Cosafa, e fazer a construção do futuro”, esclarece o seleccionador nacional.

“PROCESSO DE CONSTRUÇÃO INCLUI OS AUSENTES E MAIS INTERNACIONAIS”

Entretanto, relativamente à questão das ausências de jogadores, como Mexer, Domingues, Kambala, Clésio e outros, que têm sido chamados frequentemente, e que, desta vez, ficaram de fora por opção técnica, Horácio Gonçalves assegura que não foram descartados dos Mambas. Diz mesmo que o processo de construção significa isto mesmo: chamada de novos jogadores em detrimento dos mais assíduos.

“Ninguém está fora da possibilidade de ser convocado. No processo de construção, tem de haver encaixe de jogadores mais internacionais e menos internacionais e é isso que estamos a fazer. Se os mais internacionais não puderem vir agora, não quer dizer que foram descartados. É um erro pensar que o seleccionador está a descartar os jogadores internacionais, eu não estou a descartar ninguém”, esclareceu Horácio Gonçalves.

Aliás, para Gonçalves, todos são importantes e cada um terá o seu momento dentro deste processo de renovação. “Todos eles são importantes e, a qualquer altura, podem vir a serem seleccionáveis. Não tenho problemas com eles, mas temos que fazer este trabalho e não podemos olhar para trás, nem para o lado”, justificou o seleccionador nacional.

Para o português que comanda os Mambas, a construção da selecçao nacional deve ser vista como oportunidade para preparar uma equipa que vai trazer bons resultados no futuro. “Os mais internacionais são importantes para ajudar os mais novos para que, nos próximos anos, Moçambique consiga construir uma equipa que consiga dar uma resposta diferente daquela que deu nos últimos anos”, assegurou Horácio Gonçalves, vincando ainda que “ninguém está de fora e desengane-se quem pensa assim. Todos são importantes e serão chamados nos próximos compromissos, mas precisamos de fazer desta forma”.

Recorde-se que, para esta convocatória, as grandes novidades são as chamadas de Agenor (UD Songo), Betão (AD Vilankulo), Salas (Fer. Nampula), Cigano e Estêvao (ambos da Liga Desportiva de Maputo), Fidel, Martinho, Melque e Victor (todos da Brack Bulls), ficando de fora os jogadores assíduos, tais como Mexer, Domingues, Kambala, Jeitoso, Clésio, Edmilson, Sidique, entre outros.

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