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Três alunos do Xiquitsi formam-se em música em Portugal

Aos três jovens músicos projectados pela iniciativa da Associação Kulungwana, as bolsas foram atribuídas no âmbito do projecto PROCULTURA, financiado pela União Europeia, co-financiado pela Fundação Calouste Gulbenkian e pelo Camões, IP (gestor do projecto), depois de terem sidos aprovados em alguns testes.

Segundo entende a Directora-Artística do Xiquitsi, a atribuição das bolsas para os três alunos “é mais uma prova dos resultados de que estamos no bom caminho, é mais uma prova de que o Xiquitsi veio para mudar o cenário musical moçambicano e para isso vamos continuar a lutar, trabalhar com estes e outros alunos que estão a crescer musicalmente dia após dia”, afirmou Kika Materula numa nota de imprensa do projecto que dirige.

E Materula não se ficou por aí: “esta é também mais uma forma para que os nossos patrocinadores, aqueles que nos apoiam, possam ver e orgulhar-se do investimento que tem vindo a fazer desde 2013, aquando da fundação deste projecto, um dos mais novos de Moçambique”.

Florêncio Manhique, Kledy Alfainho e Márcia Massicame beneficiaram-se das bolsas da PROCULTURA, uma acção do Programa indicativo Multianual PALOP – Timor-Leste e União Europeia. Esta acção é enquadrada pelos princípios do consenso Europeu em matéria de desenvolvimento (O nosso mundo, a nossa dignidade, o nosso futuro), nomeadamente, pelo reconhecimento de que a cultura favorece “a inclusão social, a liberdade de expressão, a formação da identidade, o empoderamento civil e a prevenção de conflitos” e pela intenção da União Europeia e de seus Estados membros de fomentar a Economia e as políticas culturais quando estas contribuem para alcançar o desenvolvimento sustentável.

De acordo com os três alunos, as bolsas que acabam de adquirir vão permitir-lhes aprofundar os seus estudos, num país com muita qualidade e tradição no que concerne ao ensino de música e artes em geral. Márcia Massicame espera desenvolver habilidades até aqui apreendidas no projecto Xiquitsi. Para a jovem cantora erudita, Portugal é um país com elevado nível curricular.

Por isso mesmo: “acredito que irei desenvolver melhor a nível técnico profissional”, afirma a cantora na nota do Xiquitsi.

Quanto a Kledy Alfainho, há algum tempo que aguardava por uma oportunidade desta natureza, de ir estudar para o estrangeiro, pois, segundo entende a instrumentista que toca viola de arco, seria muito mais difícil elevar o seu nível de conhecimento musical em Moçambique.

Por fim, Florêncio Manhique deseja crescer como instrumentista em Portugal. “Vou para um país onde a música clássica é parte da cultura do povo. Penso que isso irá influenciar muito no meu aprendizado e na minha formação”.

Florêncio Manhique nasceu 1990. Este ano, actuou como solista na Temporada de Música Clássica de Maputo (1ª Série). Através do Xiquitsi participou em vários festivais como o Stellenbosch International Chambre Music Festival (África do Sul), Festival Internacional de Música da Primavera de Viseu (Portugal). Estagiou na Orquestra do Projecto Neojiba (Brasil) e participou no Festival Regional do ISCED (Brasil). Foi 2º lugar no Prémio Melhor Aluno do Projecto Xiquitsi (2017), onde dois anos antes começou a leccionar violoncelo como monitor. O instrumento que toca é violoncelo.

Kledy Alfainho nasceu em 1993. No âmbito do projecto Xiquitsi, participou em vários festivais em Portugal e África do Sul. Esteve no SICOF (Seoul International Comunity Orchestra Festival), na Coreia do Sul, como membro da SICO 2017 (Seoul International Comunity Orchestra), seleccionada em concurso internacional. É membro e co-fundadora do quarteto de cordas Acapella, que tem feito actuações em eventos públicos, privados, incluindo eventos do Estado.

Márcia Massicame nasceu em 1995. Integrou o projecto Xiquitsi em 2014, onde dois anos depois exerceu a função de monitora. Tem experiência em Trabalho com Coro Xiquitsi e já interpretou várias peças como Coro dos Escravos Hebreus de Verdi, Ave verum, e Adiemus de Karl Jekins, Halleluia de Handel, Cantique de Jean Racine. Participou na Temporada do Xiquitsi 2019 e fez o Papel de Opinião Pública na ópera Órfeu nos Infernos de Jacques Offenbach. No Xiquitsi actua como soprano.

 

 

 

 

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