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Travessia Maputo-KaNyaka condicionada pelos próximos 60 dias

Foto: O País

Está mais difícil a ligação entre a Cidade de Maputo e o Distrito Municipal KaNyaKa, porque a principal embarcação que liga estes dois pontos, transportando pessoas e bens, está parada desde a última sexta-feira, 1 de Julho.

Segundo uma nota fixada na ponte-cais, a interrupção de viagens deve-se a trabalhos de manutenção do navio, na doca, que ainda nem arrancaram.

O jornal “O País” sabe que a interrupção das viagens tem por objectivo evitar naufrágio do navio, devido ao estado em que a embarcação se encontra, e a previsão é que volte a funcionar nos próximos 60 dias.

A situação torna mais difícil a ligação entre a Cidade de Maputo e o distrito Municipal KaNyaka. A população depende, agora, de pequenas embarcações para chegar à ilha, sob todo o tipo de riscos, até porque as viagens são feitas de noite.

“Não temos escolha, estamos aqui, no porto de pesca, à espera para voltarmos à casa. Estes barcos não são muito seguros e, para piorar, somos obrigados a viajar de noite e, nos submetemos a estas situações, porque não temos outra opção”, desabafou Mabonane Mabanga, residente na ilha.

Nos barcos, à vela e a motor, os passageiros pagam 300 Meticais, enquanto, em KanYaca, pagavam 280 MT. Nos períodos de grande procura, como esta quarta-feira, a população teve de recorrer a lanchas que até cobravam 1500 Meticais.

Por falta de dinheiro, Mabongane não conseguiu viajar: “Vim para aqui (Cidade de Maputo) tratar uns documentos, terminei cedo e cheguei ao porto de pesca por volta das 14 horas. Até agora, 13 horas, estou aqui, não tenho onde comer, onde dormir nem sei se consigo voltar à casa hoje ou se terei de dormir aqui, novamente”.

Uma das soluções para a travessia e para amenizar o sofrimento da população vem do Município de Maputo, cujo barco, com capacidade para 45 pessoas, está avariado desde o ano passado.

Segundo o presidente do Conselho de Administração da Empresa Municipal de Mobilidade e Estacionamento, no Município de Maputo, João Ruas, a caixa de velocidade que criava problemas já foi adquirida a um valor de 400 mil rands, (cerca de 1 milhão e 500 mil Meticais) na Inglaterra e já se encontra na África do Sul.

“Pensamos que, nos próximos oito ou 10 dias, a equipa sul-africana estará aqui, para montar a caixa, mas descobrimos, há dias, que há alguns problemas, no motor, que devem ser revistos. Acreditamos que, ainda este mês, o barco voltará a funcionar para mitigar o problema da travessia”, avançou João Ruas.

Outro problema que atormenta os residentes de Inhaca é a falta de transporte rodoviário para o transporte de bens e pessoas, que, por um tempo, ficou sem os dois carros alocados para aquele distrito devido a avarias mecânicas. O Município de Maputo anunciou, hoje, que uma das viaturas já foi reparada e está a circular.

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