Foi uma negociação longa e pouco favorável para os transportadores em greve. Nas conversações dirigidas esta segunda-feira pela vice-ministra dos Transportes e Comunicações, Manuela Rebelo, o Governo pediu aos transportadores para que retomassem o trabalho.
“Nós temos de sentar com as vossas chefias e com o município para encontrarmos uma solução. São boas propostas que vamos levar connosco, porque não podemos ouvir as vossas preocupações, sem termos também algumas sugestões”, destacou a dirigente.
Apesar de algumas dúvidas sobre o processo negocial, os transportadores, que reivindicam o reajuste da tarifa em vigor por a considerarem irrisória e a introdução do cartão Famba, decidiram aceitar o pedido do Governo.
“Vamos voltar, sim. Estamos comprometidos com a nossa causa e vamos voltar, agora, à estrada. Como disse, as negociações também começam agora, as equipas foram formadas e já vamos começar a trabalhar com o Governo para que, o mais rápido possível, possamos trazer a resposta exigida pelos operadores”, garantiu.
A falta de transportes, principalmente na região metropolitana do Grande Maputo tem-se mostrado um grande desafio para o Governo, associado à própria manutenção. Entretanto, a Vice-ministra dos Transportes fala de uma possível aquisição de novos autocarros para aliviar a pressão existente na região.
“Nós temos, de facto, intenção de adquirir novos meios de transporte, mas julgo que o grande problema gira em torno da manutenção das viaturas. Se nós tivermos como repor todos os autocarros avariados, poderíamos resolver uma parte do problema. Os municípios de Maputo e Matola têm cerca de noventa autocarros avariados”, apontou Rebelo.
Uma outra preocupação dos transportadores é o alegado esquecimento do Governo da alocação de apoio para minimizar o impacto da COVID-19, pois só alocou o apoio aos transportadores públicos e não com os privados.
