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Transportadores interprovinciais confirmam cessação de ataques no centro o país

A trégua anunciada pela Junta Militar da Renamo reanima o negócio de transporte de passageiros a partir do Terminal Rodoviário Interprovincial da Junta em Maputo para diferentes pontos do país. Todavia, o medo de viajar para as províncias do centro prevalece, quer para os passageiros, quer os transportadores.

Paz, tranquilidade, viagem segura e dinheiro não faziam parte do vocabulário dos transportadores interprovinciais que temiam ataques da Junta Militar da Renamo em Manica e Sofala.

“Às vezes, nós saíamos com 20 passageiros e com esse número não era possível abastecer os carros. Chegávamos no parque sem dinheiro nem para pagar salários” por causa da falta de passageiros que evitavam viagens por causa da instabilidade militar no centro do país. “Era difícil”, recordou Ernesto Flerindo, transportador na rota Maputo/Manica.

Para o interlocutor, “o negócio são os passageiros e sem eles nada” se faz na estrada. “Então, nós gostaríamos” que a trégua anunciada fosse para sempre.

O cenário que os transportadores descrevem é de calmaria, ainda persiste o medo dos ataques.

“É tão difícil aquela situação [os ataques em Manica e Sofala]. Sempre que atacam um autocarro nós andamos com o coração na mão” porque nunca se sabe quando se chega ou não ao destino com vida, disse Paulinho Fernando, outro transportador.

Por sua vez, os passageiros também manifestam receio. “Não tenho a certeza se iremos chegar bem porque um ataque armado é algo que não se avisa. Estou a rezar a Deus para chegar bem”, disse Olinda Vasco, cujo destino é a província de Tete.

O destino de Cecy Manhombo é Malawi. Ela narrou que ouviu dizer que os ataques acontecem “quando se viaja de noite. Então, talvez passamos viajar durante o dia e à noite poderemos dormir em algum sítio”.

Mesmo com a cessão das hostilidades, a circulação dos autocarros está condicionada a alguns horários e às péssimas condições das estradas. “O que resta são buracos. De Casa Nova para Inchope” a via “está muito mal”, lamentou Cristóvão Cossa, transportador que faz o trajecto Sofala-Maputo, revelando que quando forem 18h00 sem atravessar a zona de Mutindire, as Forças de Defesa e Segurança proíbem a circulação de autocarros para evitar emboscadas.

Já o responsável pelo Terminal Rodoviário Interprovincial da Junta, João Chaduma, fala de aumento de passageiros associado a dois factores: quadra festiva e a cessação de ataques no centro do país.

“As pessoas tinham receio de viajar, temendo os ataques. Mas desde que se anunciou a trégua ainda não acompanhamos” relatos “relacionados com ataques”, confirmou João Chaduma, chefe do terminal.

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