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Trabalhadores operam trancados numa pequena indústria de chapas de zinco em Quelimane

É uma situação triste a que estão sujeitos os trabalhadores de uma pequena indústria de corte e ondulação de chapas de zinco localizada no bairro Mapiazua, cidade de Quelimane. Do ponto em que está localizada a referida indústria,  não se pode imaginar que no meio de um calor intenso e sujeitos a todo tipo de perigo, existam pessoas a trabalhar no interior do  armazém local em que foi instalada a pequena  indústria.

E porque os portões estavam encerrados e trancados por dois grandes cadeados, do lado de fora a nossa reportagem conversou com trabalhadores da referida indústria. Os mesmos contaram o sofrimento que estavam a passar nomeadamente o calor e sem espaço para fazerem necessidades biológicas.

Mas porque precisam de emprego, segundo explicaram estão sujeitos a tamanha situação desumana. Apercebendo-se da nossa reportagem no local, o proprietário da indústria, Muzami Lanif, por sinal um jovem, reconheceu que a prática não era boa. Disse igualmente que o caso ocorreu apenas  nos últimos dois dias.

Disse que, quarta-feira, trancou o portão de acesso da indústria para permitir que os trabalhadores não furtassem os bens da indústria uma vez que ele pretendia ir a faculdade. Já esta Quinta-feira estava ocupado noutros trabalhos de negócio numa zona próxima a fábrica.

"Ontem a tarde tranquei porque fui a faculdade e hoje foi porque temos uma reunião com um cliente e estamos atrasados conversei com eles, tranquei a porta e saí mas não estava muito longe. Se fosse um caso de emergência eles iriam me contactar porque tem telefone" disse Muzami Lanif.

Momentos depois chegou a inspecção do trabalho  para apurar o sucedido. Almeida Juga, inspector, mostrou-se visivelmente indignado com o sucedido tal é que fez vários questionamentos ao proprietário sobre como é que os trabalhadores iriam fazer em caso de necessidade biológica e outras.

"Sinceramente, isto não é humano para além de estarem a violar aquilo que manda a legislação do trabalho" disse. Até a retirada da nossa equipa de reportagem a inspecção do trabalho da Zambézia encontrava-se no local para devido trabalho.

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