O parque automóvel da Empresa Municipal de Transporte de Passageiros da cidade de Inhambane tem, ao todo, quatro viaturas, porém opera com apenas dois autocarros pelos quais tem de gerar receitas e pagar todas as suas despesas, incluindo os salários dos seus trabalhadores.
No entanto, a referida firma não paga, há cinco meses os salários a mais de 20 trabalhadores, pelo que dizem que é dramático terem de ir ao posto de trabalho diariamente, mas, no final do mês, nada vem para as suas famílias.
Aliás, há, entre eles, quem conta que começa a ter problemas na família, pois todos os dias deve ir trabalhar mesmo sem salário e, se não o fizer, poderá acumular faltas.
Todos têm medo das faltas, mas desde segunda-feira em que eles comparecem ao posto laboral sem trabalhar por decisão própria. Ou seja, decidiram paralisar os autocarros para pressionar o patronato a pagar-lhes os cinco meses de salários que estão em dívida.
Esperam resolver, agora através da greve, um problema que nunca foi satisfeito na mesa de negociações, durante as quais as promessas nunca faltaram.
O “O País” tentou ouvir o dono da empresa e o Conselho Municipal, contudo não se disponibilizaram para o efeito.