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Funcionários do Município de Namaacha paralisam actividades para reivindicar salários atrasados

Foto: O País

Os funcionários do Município de Namaacha, na Província de Maputo, voltaram a paralisar actividades desde a última sexta-feira, em reivindicação dos salários atrasados há seis meses. Segundo uma carta enviada aos trabalhadores, a edilidade não pagou os ordenados por falta de cabimento orçamental.

Desesperados, mais de 20 funcionários reuniram-se, esta terça-feira, no edifício da edilidade para exigir os seus direitos. “Estamos a pedir socorro, estamos a pedir os nossos salários”, reivindicou uma funcionária.

Desde Setembro de 2022 que os funcionários não recebem os seus ordenados. Durante este período, tiveram duas reuniões com a edilidade. No primeiro encontro, o presidente do Município da Vila de Namaacha, Manuel Munguambe, teria pedido calma e paciência aos funcionários, mas não resolveu o problema.

“Tivemos um encontro com o presidente, antes do fim do ano, e disse que devíamos ter paciência. Na passada quinta-feira, voltámos a reunir-nos com ele e disse que queria dar-nos salários refentes ao pagamento de um mês e nós negamos”, relatou outra funcionária.

No dia 19 deste mês, os funcionários enviaram uma carta de pedido de esclarecimentos do atraso salarial à direcção da edilidade. A resposta saiu na última segunda-feira, através de uma nota que diz que o limite orçamental comunicado para 2022 pelo Ministério da Economia e Finanças não foi suficiente para suportar os encargos com os funcionários.

O documento revela que o município previa gastar, no ano passado, cerca de 29,8 milhões de Meticais, mas o limite orçamental que recebeu do Ministério das Finanças era de 13,9 milhões de Meticais, o que representa um défice de pouco mais de 15 milhões de Meticais.

A nota esclarece ainda que a edilidade já solicitou uma cobertura orçamental ao Ministério da Economia e Finanças, estando, até ao momento, a aguardar a resposta.

Enquanto isso, mais de 100 funcionárias continuam sem salários. Como pais e encarregados de educação, os manifestantes dizem que a situação vai condicionar o ano lectivo dos seus educandos.

“Queremos todo o nosso dinheiro, um mês de salários não seria suficiente para pagar todas as nossas contas, porque contraímos dívidas para suprir este tempo que estamos sem salários. As aulas vão iniciar, as crianças vão ter que ir sem cadernos, temos que comprar material escolar. Estamos a pedir ajuda”, exigiu um funcionário, cujas palavras foram reforçadas por um outro: “O que nós queremos é que as nossas contas fiquem satisfeitas e que possamos pagar as nossas contas”.

Mais uma vez, o jornal O País tentou ouvir a direcção do Conselho Municipal de Namaacha, mas sem sucesso.

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