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Arrancaram as obras de reposição de solo na cratera em Marracuene

Foto: O País

Está parcialmente controlada a erosão que perigava a Estrada Nacional Número 1, no bairro 29 de Setembro, em Marracuene, Província de Maputo. Parte da área engolida pela erosão, causada pela chuva, foi restaurada com pedras e solos. A Rede Viária de Moçambique (REVIMO) diz que só no fim da época chuvosa, em Março, poderá construir valas de drenagem.

Uma enorme cratera com caminhos bem definidos apontando a estrada tinha-se criado no bairro 29 de Setembro, que colocava a Estrada Nacional Número 1 em risco de corte e, consequentemente, impossibilitando a ligação por terra entre as outras províncias do país e a Província de Maputo.

Uma semana depois, o “O País” voltou ao local para apurar que trabalhos estão em curso para evitar o avanço da cratera para a parte do asfalto. No terreno, máquinas mobilizadas pela Rede Viária de Moçambique já roncam, marcando o início das obras de reposição dos solos.

Fernando Matola, Director de Manutenção da Rede Viária de Moçambique, foi quem explicou o que se pretende com a acção.

“Estamos aqui a fazer um aterro com enrocamento com solos misturados, de um modo emergencial, para recuperar a área de reserva e conter a erosão a que temos assistido”.

Questionado sobre a segurança da intervenção em questão, Matola garantiu que se trata de uma acção que, apesar de provisória, vai garantir que, até ao fim da época chuvosa, a EN1 esteja protegida da fúria da natureza.

“Estamos a fazer um enrocamento, mas não é um simples espalhamento. Estamos a compactar muito bem este material e onde formos a terminar, iremos fazer uma protecção provisória, talvez com uma contenção, talvez com betão ou outro tipo de material, que é para evitar que a água ao descer da protecção arraste parte do material, que pode provocar um colapso do aterro”, disse.

As obras de reposição vão decorrer em duas fases, sendo que a primeira já decorre e a segunda está prevista para o mês de Março.

“Logo depois do término da época chuvosa, faremos a segunda intervenção, que podemos considerar definitiva, que passa por construção de estruturas de drenagem, valas em ambos os lados, vamos incluir estruturas de saídas e vamos incluir a protecção deste areeiro”, explicou Matola.

A chuva ainda cai um pouco por todo o país. Mas para o caso do local em risco de ser engolido pela erosão, o Director de Manutenção da REVIMO reconhece haver perigo não só para os automobilistas, mas também para os residentes que vivem nas proximidades da cratera. Soluções para o problema, não existem, por enquanto.

“Já não é uma acção isolada da REVIMO. A acção isolada nossa é a obra civil. A parte social não depende só da REVIMO. Há uma actividade de sensibilização que está em curso com as autoridades locais, para se poder retirar as pessoas”, disse.

Segundo a fonte, as negociações não costumam surtir efeito, pois as pessoas alegam que têm lá negócios de suas vidas, não têm para onde ir viver ou praticar seus negócios.

As escavações desta cratera iniciaram em 2014, para a retirada de areia que foi usada durante a construção da Estrada Circular de Maputo. Porém, desde lá a esta parte a extensão e profundidade aumentaram, expondo dezena de famílias ao perigo e desespero.

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