Quatro pessoas foram decapitadas e uma foi sequestrada por terroristas, na manhã desta segunda-feira, no distrito de Mocímboa da Praia, província de Cabo Delgado. A informação foi confirmada ao “O País” pelo administrador daquele distrito. Sérgio Cipriano avançou que a vítima sequestrada foi, posteriormente, devolvida ao convívio familiar, após pagamento de resgate.
Na madrugada desta segunda-feira (22), o bairro Filipe Nyusi, na vila de Mocímboa da Praia, foi alvo de um ataque terrorista. Quatro pessoas foram decapitadas nas suas residências. Uma das vítimas era uma mulher.
Durante a incursão, o grupo de terroristas sequestrou um cidadão que, mais tarde, foi liberto, após os familiares pagarem resgate, segundo o administrador de Mocímboa da Praia, Sérgio Cipriano.
Contactado telefonicamente pelo “O País”, Sérgio Cipriano garantiu que, apesar de ataques esporádicos, a maioria da população permanece nas suas comunidades, e a vida tende a seguir com normalidade.
“O grosso da população está cá. Hoje [nesta terça-feira], tivemos uma reunião com os líderes das aldeias e estruturas de base dos bairros. A população pediu para não abandonar as suas casas”, mas ao Governo deixou a responsabilidade de “garantir segurança e serviços essenciais como saúde, educação e comércio”, contou Sérgio Cipriano.
O administrador assegurou que as Forças de Defesa e Segurança estão presentes no terreno e que o patrulhamento foi reforçado para garantir a segurança. “O transporte está a fluir, o comércio funciona, o hospital atende aos doentes e os trabalhadores continuam com as suas actividades. A nossa vida tende a voltar à normalidade”.
Apesar de a situação estar controlada, alguns cidadãos têm optado por abandonar, temporariamente, Mocímboa da Praia, deslocando-se, principalmente, para os distritos de Mueda, Palma e Pemba, em busca de segurança e protecção dos seus bens.
“Alguns preferem retirar os seus pertences e deixá-los num local seguro, para não perder tudo, caso haja novos ataques”, explicou.
Cipriano manifestou o desejo de os terroristas abandonarem a violência e entregarem as armas às autoridades e sublinhou que as decapitações e os sequestros não permitem a reconstrução das comunidades.