O presidente do Município da Beira afirma que os encontros que o Presidente da República mantém com vários estratos sociais, assim como os mantidos pelo Conselho Constitucional e partidos políticos, com vista a fazer face aos protestos pós-eleitorais, não surtirão efeitos e para ele a solução é dialogar com Venâncio Mondlane.
Albano Carige chamou, hoje, a imprensa para falar sobre a tensão política que se vive no país desde que a CNE anunciou os resultados das eleições de 9 de Outubro, que dão vitória a Daniel Francisco Chapo, da Frelimo, com pouco mais de 70 por cento de votos.
O edil da Beira criticou os encontros que o chefe de Estado tem mantido com vários estratos sociais.
Para Carige, os referidos encontros não contribuirão para pôr fim aos protestos pós-eleitorais e, na sua opinião, os mesmos deveriam ter sido realizados no início do mandato de Filipe Nyusi.
“O Presidente da República tem apenas 30 dias. Estamos a dizer que até dia 15 de Janeiro deixa de ser Presidente da República. No entanto, existem todas as demarches, que, no fim do dia, não vemos o seu resultado”, disse Carige.
O edil disse ainda que os referidos encontros deveriam ser substituídos apenas por um diálogo aberto entre Filipe Nyusi e Venâncio Mondlane.
“O Presidente da República até pode reduzir o nível da temperatura. É só ir a um dos ministérios chamar um jovem que conhece bem a informática e dizer a ele: trás ela um link, quero entrar em contacto com Venâncio. Venâncio é um moçambicano. Tenho a plena certeza que sabe ouvir e tem a noção do que os moçambicanos estão a sofrer”, avançou Carige.
O presidente do Município da Beira lamentou as mortes e destruições e exortou ao Chefe do Estado para não se preocupar apenas com o assassinato de agentes da Polícia.
“Lembrem-se! Esse polícia para ser polícia sai do civil. Isso significa que se não se preocupa com o civil o número de polícias para sustentar e manter todos aqueles que vão à reserva não vão existir. Queria também apelar para que além de se preocupar com os policiais, preocupe-se também com aqueles civis que estão a ter mortes macabras”, apelou.
Em relação aos encontros entre o CC e os partidos políticos, Carige disse que está espantado.
“A Professora doutora Lúcia chama um arguido ou um autor de um processo para lhe dizer que o seu processo está a resolver assim, estou a fazer assim (…) nunca se viu isso. Os não atentos acham que alguma coisa ela está a fazer, mas para os atentos quero dizer que a veneranda juíza presidente está a massagear as mentes dos líderes políticos para no dia 23 anunciar o que ela já preparou”, denunciou.