O recém-publicado documento mostra como a tecnologia pode ajudar a tornar as economias mais resilientes no contexto da pandemia em que se vive no mundo, principalmente nos sectores de transportes públicos, saúde e trabalho.
“É uma necessidade urgente de utilizar tecnologias 5G para acelerar uma distribuição mais ampla da resiliência económica, bem como criar um acesso significativamente maior aos cuidados de saúde e meios seguros e eficientes para que as populações urbanas se possam deslocar”, diz a publicação da plataforma internacional de pensamento económico.
Tecnologia 5G ou, simplesmente, de quinta geração é descrita como a que oferece internet 500 vezes mais rápida que a sua antecessora, 4G e que possibilita maior conectividade entre dispositivos.
Para o Fórum Económico Internacional já existe, de facto, uma tecnologia que ajudou a absorver boa parte do impacto negativo da COVID-19 na economia pois, mesmo com as medidas restritivas, o mundo não parou por completo. Alguns sectores de produção continuaram activos.
Mas, porque ainda se pode fazer mais, a pandemia veio acelerar a necessidade de tecnologia mais actualizada para fazer face às diferentes condições que hoje são impostas ao mundo.
“Quando confrontados com a falta de escolha a não ser prestar serviços digitalmente, mesmo as indústrias que tradicionalmente têm um atraso na adopção digital estão a ter de se transformar rapidamente”, diz o documento.
REINVENTADO O SECTOR DE TRANSPORTES PÚBLICOS
A COVID-19 trouxe o imperativo do distanciamento social, tendo forçado a redução na circulação de pessoas, devido ao facto de estas passarem mais tempo em casa.
Contudo, um certo grupo de pessoas que trabalha na área da saúde e alimentação precisa continuar a circular.
Segundo o relatório, “neste cenário, os operadores de transportes públicos enfrentam o importante desafio de redesenhar os seus serviços com maior flexibilidade para responder às mudanças (…) previstas para os próximos meses e anos”.
A publicação mostra que, com a tecnologia 5G, tornar-se-á possível monitorar o distanciamento social através de uma aplicação de celular. Além disso, pode-se igualmente detectar filas e controlar o cumprimento do carregamento recomendado de passageiros.
Moçambique também deu avanços no uso da tecnologia nos transportes, com o recém-anunciado projecto de implementação de bilhetes electrónicos. Contudo, em entrevista ao “O País”, Ivan Gerson, utente de transportes públicos mostra reservas em relação à aplicabilidade desta tecnologia no país.
Ivan pensa que, no país, “existem problemas maiores por resolver antes de pensar no avanço tecnológico”.
Já Albano Idetaiua, também utente de transportes públicos, quando confrontado com a possibilidade de um futuro no qual os transportes são controlados à distancia por um dispositivo electrónico.
Em caso de ocorrência de um acidente de viação, “é mais controlável do que um carro controlado por uma pessoa”, afirmou Albano.
UMA SOLUÇÃO PARA O MERCADO DE TRABALHO
Mais uma vez o imperativo do distanciamento social torna-se o vilão da história. Muitos sectores tiveram que se adaptar ao “novo normal” e aprender a trabalhar remotamente.
Mas, outro problema se levanta. “Enquanto os empregados existentes colaboram virtualmente de forma eficaz, há também a questão de como embarcar e formar novos empregados que precisam de assimilar rapidamente a sua situação de trabalho”, lê-se na publicação.
Para solucionar este problema, o Fórum aponta o uso das realidades virtual e artificial, como forma de treinar pessoas sem que estas estejam, de facto, expostas ao cenário real.
O documento conclui que a tecnologia de quinta geração pode causar uma revolução no sector industrial criando um ambiente economicamente favorável, tanto para as empresas, como para os cidadãos, permitindo maior produtividade.