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Chissano e Guebuza dizem desconhecer apoio da OJM a Nyusi num novo ciclo de direcção da Frelimo

Foto: O País

Os antigos presidentes da Frelimo, Joaquim Chissano e Armando Guebuza, escusaram-se a dar qualquer comentário sobre a mensagem da Organização da Juventude de Moçambique, que disse apoiar Filipe Nyusi para mais cinco anos na liderança da Frelimo.

À porta da realização do décimo segundo congresso da Frelimo, agendado para 23 a 28 de Setembro de 2022, já há, no partido no poder, alas de apoio, sendo que um dos panos de fundos é a eleição do presidente do partido, isto depois de Filipe Nyusi ter sido eleito para dirigir a Frelimo, a 29 de Março de 2015, pelo Comité Central, com a renúncia de Armando Guebuza do cargo.

E Nyusi está com o fim do mandato à vista, até porque o número cinco do artigo 84 dos Estatutos da Frelimo prevê que “O Presidente eleito pelo Comité Central termina o seu mandato no Congresso”.

Neste âmbito, a Organização da Juventude Moçambicana, braço juvenil da Frelimo, foi clara ao dizer, no último fim-de-semana, que apoia Filipe Nyusi na direccão do partido dos camaradas por mais cinco anos.

“Queremos agradecer pela força, ensinamentos que fomos recebendo do camarada Presidente durante a nossa vigência; foram determinantes para a nossa forma de ser e estar na sociedade. Camarada Presidente, estamos preparados e firmes com a nossa liderança, porque sabemos que é consigo que dá certo. Camarada Presidente, queremos aqui, agora, reafirmar o nosso voto incondicional para que continue na direcção do nosso partido por mais cinco anos. Estamos consigo rumo ao 12° congresso”, disse Anchia Talapa, secretária-geral cessante da OJM.

E os que já dirigiram a Frelimo, no caso, Joaquim Chissano e Armando Guebuza, falando à margem de uma palestra sobre a vida e obra de Julius Nyerere e o seu contributo para a independência dos países africanos, organizada pela Fundação Samora Machel, dizem não ter conhecimento desse apoio.

“Eu ainda não ouvi”, disse Joaquim Chissano, presidente honorário da Frelimo, respondendo a uma pergunta de “O País”.

Uma resposta não distante da de Armando Guebuza, também presidente honorário da Frelimo, que foi directo ao dizer: “não ouvi isso”.

Não ouviu, mas esteve presente no segundo congresso da OJM, particularmente no dia da intervenção da secretária-geral cessante desta organização, Anchia Talapa.

Estes pronunciamentos surgem num contexto em que Filipe Nyusi termina o seu mandato como Presidente da República em 2025, sendo que, historicamente, quem dirige o país é, simultaneamente, presidente do partido no poder, embora nem a Constituição da República, nem os estatutos da Frelimo prevejam que assim tenha de ser.

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