A Federação Moçambicana das Associações dos Transportadores Rodoviários (FEMATRO) propõe o agravamento da taxa de transporte rodoviário no país como consequência do recente reajuste dos preços dos combustíveis. Alguns utentes concordam com a proposta.
Numa das paragens rodoviárias da Cidade da Matola estava Lúcia Mabessa à espera do transporte. Ela pretendia chegar ao seu local de trabalho. A jovem mulher reside no Bairro São Dâmaso, de onde sai até ao terminal Rodoviário do Bairro Patrice Lumumba, pagando 10 meticais e para chegar ao Bairro Central, zona do Museu, na Cidade de Maputo, paga 15 meticais totalizando 25 mt por viagem. E para regressar depende mesmo do valor, isto é, ela gasta 50 meticais por dia, para sair da sua casa para o trabalho e vice-versa.
Ela sabe da subida do preço dos combustíveis e sugere que, ainda assim, a actual tarifa praticada nos transportes públicos e semi-colectivos deve baixar. “O combustível subiu sim, mas não é possível subir o preço do chapa porque há pessoas com salários precários e por isso tem que reduzir um pouco o combustível para melhorar as condições do transporte”.
Quem tem opinião diferente é Mário Manhiça que diz ser oportuno aumentar o preço das tarifas dos transportes de passageiros. “Os chapeiros não estão a ganhar nada, o combustível está muito caro, mesmo agora perguntei a cerca de gás também subiu muito”.
Já os operadores do sector de transporte alegam que há seis anos que não se aumenta a tarifa do transporte e esta é a oportunidade certa, uma vez que o combustível subiu e encarece os custos operacionais. Castigo Nhamana, presidente da FEMATRO, diz que os sustos operacionais tornam a actividade menos atractiva. “Há muito esperávamos por essa subida, portanto, apresentamos esta questão no ano passado, o pedido de aumento da tarifa de transporte ao Ministério dos Transportes e Comunicações, e não tivemos resposta até hoje. E com este reajuste dos preços de combustíveis os operadores já não suportam, não aguentam mais e não dá para andar mais”, concluiu.
A classe dos transportadores considera ainda que, na falta de consenso com o Governo, não haverá outra saída se não parar com a actividade.
Até ao momento, os transportadores não têm definida a proposta de aumento da tarifa no transporte, esperam que nesta reunião saia a proposta, que depois será levada à mesa de negociações com o Governo.