Em Maio último, a Tanzânia recusou asilo a cerca de 3.800 moçambicanos que fugiam dos ataques armados em Palma, província de Cabo Delgado, anunciou, ontem, o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR).
Num comunicado a que o “O País” teve acesso, o ACNUR diz que “os 3.800 moçambicanos foram devolvidos à força da Tanzânia, em Maio, através do posto fronteiriço de Negomano”, em Cabo Delgado, alvo do terrorismo desde Outubro de 2017.
O órgão da Nações Unidas diz que uma mulher deu à luz em circunstâncias de regresso forçado pela Tanzânia para Moçambique, sem sequer receber assistência médica ou qualquer outro tipo de ajuda.
No seu recente documento, o ACNUR diz que as vítimas contaram episódios preocupantes a que foram submetidas, daí que exorta os países vizinhos a respeitarem o acesso ao asilo para aqueles que fogem da violência generalizada e dos conflitos armados no norte de Moçambique.
A organização das Nações Unidas reporta ainda situações relacionados com pedidos de favores sexuais por parte dos líderes comunitários em Cabo Delgado, em troca da inclusão de deslocados nas listas de distribuição de alimentos, o que representa uma grande preocupação no que respeita à exploração e abusos.
Mais de 700 mil pessoas estão internamente deslocadas em Moçambique, vítimas dos ataques terroristas.