A suspensão preventiva do Standard Bank de todas as actividades de conversão de moeda estrangeira no Mercado Cambial, há cerca de dez dias, está a causar prejuízos aos empresários nacionais, principalmente para os que lidam com o negócio de importação e exportação.
O empresário e Vice-presidente do Pelouro dos Recursos Minerais na CTA, Júlio Sethy, afirma que a sua instituição está a somar prejuízos e fala de atrasos nos pagamentos.
“Estamos a registar atrasos nos pagamentos, por estarmos dependentes de outra empresa que foi afectada por esta decisão e isto ocorre numa época em que temos impostos por pagar. Entretanto, esperamos que o problema se resolva”, disse Sethy.
O empresário, que actua no ramo de transportes em Cabo Delgado, disse que esta crise veio agudizar as antigas dificuldades provocadas pelas acções terroristas.
“Estamos a ter problemas com os clientes que não estão a cumprir os pagamentos, desde os acontecimentos em Afungi e, com esta decisão do Banco de Moçambique, a situação vai piorar”, lamentou Sethy.
Para o presidente da Câmara de Comércio Moçambique – Itália, Simone Santi, a decisão do Banco Central está a prejudicar, sobremaneira, as empresas nacionais que trabalham com empresas estrangeiras, principalmente as que lidam com importação e exportação.
“Para o nosso caso, por trabalharmos com vários outros bancos, não nos ressentimos directamente, mas aquelas empresas que trabalham com mercados e parceiros estrangeiros serão bastante prejudicadas, por isso é importante trabalhar sempre com mais de um banco, para evitar constrangimentos do género”, referiu o empresário.
Chamados a reagir em torno da alternativa de recorrer a outros bancos, sugerida pelo Banco Central, Júlio Sethy explica que “uma coisa é chegar ao banco com o qual trabalha e realizar as operações a tempo e sem restrições. Outra bem diferente é ter de transferir as operações para um segundo ou terceiro banco, o que vai atrasar todo o processo por conta das burocracias. Isto certamente vai prejudicar no cumprimento dos timings e toda a logística”.
Apesar destes constrangimentos, os empresários apoiam a medida do Banco de Moçambique, por a considerarem como um caminho para a transparência do sistema bancário nacional.