O País – A verdade como notícia

Está detido, em Tete, um indivíduo de quarenta e cinco anos, suspeito de falsificar documentos para o transporte de gado bovino. De acordo com as autoridades, os animais seriam levados para o Zimbabwe.

Ao todo, foram apreendidos trinta cabeças de gado bovino e o condutor da viatura foi detido por alegadamente ter falsificado guias de transporte  e não emitir nota fiscal junto às autoridades competentes. A detenção ocorreu na madrugada desta quarta feira, quando esta viatura, transportando trinta cabeças de gado bovino, seguia viagem com  destino a Zimbabwe , Segundo a Polícia da República de Moçambique (PRM).

A PRM em Tete alega que o condutor da camioneta que transportava os animais também tentou subornar as autoridades com dez mil meticais. No entanto,o indiciado e o proprietário dos animais negam que os documentos sejam falsos e acusam a Polícia de agir de má fé e denunciam actos de corrupção nos postos de controlo.

Por outro lado, o Chefe do departamento de pescas na direcção provincial de agricultura e pescas  em Tete diz que as guias apresentadas pelo transportador são verdadeiras, contrariando a versão da Polícia.

Mesmo assim, a polícia diz que o indiciado deverá responder por uso de documento falsos e tentativa de suborno às autoridades.

Retomaram-se as avaliações trimestrais na província de Maputo, canceladas depois de uma fraude académica marcada pela circulação dos enunciados antes da realização das provas. A Direcção Provincial da Educação diz estar em curso investigações para identificar os responsáveis pelo vazamento antecipado das provas.

A circulação dos enunciados das provas trimestrais, antes da sua realização, tem vindo a preocupar as autoridades. O facto obrigou o sector da Educação em Maputo a anular as avaliações do primeiro e segundo ciclos, realizadas na quarta e quinta-feira da semana passada, tendo igualmente adiado as que estavam previstas para sexta-feira.

Os alunos tiveram que, mais uma vez, se preparar para realizar as provas quase uma semana depois. Em algumas escolas visitadas pelo jornal O País, nesta quarta-feira, alguns mostraram-se tristes pela repetição, porque acham que deveria ser aplicada outra medida e não o cancelamento.

“Eu estou preparada para realizar o teste, mas muito triste, porque não é justo que voltemos a realizar um teste que já fizemos. Hoje devíamos estar aqui para receber as provas e não para fazê-las novamente”, disse uma das alunas.

Mas outros olham com bons olhos a decisão do sector da Educação e condenam essas práticas.“Para mim, foi melhor terem cancelado os testes porque não é correto que alguns colegas usem cábulas. Eu aconselho os colegas a se esforçarem mais e evitarem esse tipo de comportamento”, destacou um dos alunos.

Em entrevista exclusiva à equipa de reportagem, a directora da Educação na província de Maputo, Carménia Canda, assegurou que o sector, em conjunto com a PRM, está a investigar os casos.

“Tivemos que cancelar esses exames porque já estavam a circular nas redes sociais. Estamos a trabalhar com a polícia no sentido de desvendar quem vazou as provas e acreditamos que essa pessoa pode ser identificada”, disse.

Canda acrescentou que novas estratégias estão a ser desenhadas para que casos do género não voltem a acontecer.

“Estamos a definir novas estratégias, aprendemos com o erro desta vez, com aquilo que aconteceu. Mesmo não tendo a certeza da porta de saída dessas provas, antecipamos algumas medidas de segurança que não me convém revelar para não comprometer a estratégia definida, mas que vão permitir melhorar o controlo e fechar o cerco deste vazamento de provas”, frisou.

Refira-se que as avaliações que foram canceladas, tanto nas escolas do ensino público quanto privado, serão realizadas até sexta-feira, 15 de agosto.

O reitor da Universidade Pedagógica de Maputo propõe uma reflexão profunda sobre a ética e a mentira, esta última vista por estudiosos como estratégia de sobrevivência dos seres vivos, incluindo o homem.  

Jorge Ferrão deu uma aula aberta na Universidade que dirige, esta terça-feira, subordinada ao tema “O comportamento animal para além da força”.

O académico fez contraponto com os evolucionistas Charles Darwin  e Lixing Sun, este último que defende que todo ser, incluindo o homem, é mentiroso. 

Nós fizemos este contraponto de Darwin e Lixing Sun e Lixing Sun é alguém que escreve e diz todos os seres precisam de mentir. Então, quer seja para se alimentar, para sobrevivência, reprodução, etc, explicou o académico, acrescentando que a natureza não seria natureza se não tivesse esse tipo de argumentos para existência. 

Diante desta realidade, uma questão surge: Como fazer coexistir a ética e a sobrevivência? Indagou o académico. 

“Mentir não ajuda, mas se não o fizer também não sobrevive”, sustentou. Assim, Ferrão propõe uma reflexão sobre como olhamos para as relações entre os animais e as formas, muitas vezes, ludibriadas, que usam para conseguir seus objectivos. 

É que segundo explica o académico, a força já não é o pressuposto para sobreviver, como sustentava Darwin há mais de 500 anos. O reitor da UP explica que “Darwin dizia, como base, que só sobrevivia na natureza aquele que era forte, mas 500 anos depois desta teoria descobre-se que há muitas espécies que sobrevivem graças à sua astúcia”. Para deixar mais claro o seu raciocínio, disse que tais espécies têm a capacidade de enganar os outros para poder  sobreviver, ludibriar para poder ter uma fémea, mentir para, enfim, deixar que o seu DNA se reproduza.  

A aula aberta ministrada pelo académico enquadra-se no âmbito da celebração dos 40 anos de existência da Universidade Pedagógica.

A Primeira-Ministra, Benvinda Levi, avançou que há uma equipa que está a trabalhar, para de 15 em 15 dias, dar informações sobre a Linhas Aéreas de Moçambique (LAM). Neste momento, assegurou a Primeira-Ministra, aguarda-se o resultado da equipa para o esclarecimento de cobrança de sobretarifas ilegais na companhia de bandeira. 

“Há uma equipa que trabalha neste processo [de fiscalização da LAM], de 15 em 15 dias a equipa apresenta ao Conselho de Ministros a situação da LAM, apresenta os problemas e, daqui a uma semana vocês terão a resposta , porque a última foi há uma semana”, assegurou Benvinda Levi sem avançar detalhes. 

O Ministério do Interior vai recrutar quatro mil novos agentes para a Polícia da República de Moçambique (PRM). O edital para as admissões foi lançado oficialmente esta terça-feira, e o Comando-Geral garante que está atento para travar esquemas de corrupção no processo de seleção.

As provas de recrutamento e seleção irão decorrer em todo o país, nos Comandos Provinciais da PRM, entre 18 de agosto e 30 de setembro de 2025. Os candidatos selecionados irão frequentar o 44.º Curso Básico de Formação de Guardas da Polícia, com duração de nove meses, a realizar-se na Escola Prática da Polícia de Matalana, na província de Maputo. O início da formação está previsto para janeiro de 2026.

A suspensão do recrutamento foi decidida em 2023 pelo então comandante-geral Bernardino Rafael, que justificou a medida como forma de concentrar recursos na construção e reabilitação de infraestruturas, aquisição de viaturas e modernização dos serviços. Na ocasião, também prometeu rever o currículo policial antes da retoma.

O porta-voz do Comando-Geral da PRM, Leonel Muchina, assegurou que as vagas não estão à venda e que qualquer pessoa envolvida em atos de corrupção ou burla será responsabilizada. “O Comando-Geral da PRM distancia-se de todos os atos contrários à lei”, reforçou.

O presidente da Associação Moçambicana de Polícias, Nazário Muanambane, alerta, no entanto, para a existência de esquemas de corrupção dentro da corporação. Segundo afirmou, há agentes incumbidos de liderar processos de recrutamento que se têm envolvido em pagamentos ilícitos para garantir vagas, permitindo a entrada de indivíduos de má-fé e com comportamentos desviantes, o que compromete a credibilidade da instituição.

Muanambane defende o reforço da formação contínua como solução para melhorar a atuação dos agentes. Para ele, é preciso valorizar a Academia de Ciências Policiais e garantir um percurso formativo que vá da formação básica à especialização, incluindo currículos e disciplinas capazes de responder a fenómenos criminais complexos. O dirigente também considera essencial preparar oficiais de esquadra para funções específicas, de modo a melhorar a eficácia nas investigações.

Já o capitão-tenente na reserva, Abdul Machava, entende que o modelo atual, focado no aumento do efetivo, não tem sido eficaz no combate à criminalidade. Para ele, o número elevado de agentes não se traduziu na redução de crimes hediondos ou sofisticados, como raptos. Machava defende o investimento em tecnologias que permitam obter resultados relevantes com um efetivo suficiente, evitando depender de grandes contingentes.

O oficial alerta ainda para o risco de o país caminhar para o que classifica como “uma ditadura democrática”, na qual a polícia se torne instrumento de cerceamento das liberdades individuais.

Pouco mais de 5 mil sementes entre agrícolas e silvestres estão conservadas no banco de sementes do país. Assim, o Instituto de Investigação Agrária pretende garantir a continuidade de plantas ameaçadas mesmo depois de extintas na natureza.

Plantas silvestres são constantemente ameaçadas por actividades como abate frequente de árvores para uso de biocombustíveis para cozinhar alimentos e não só, bem como  pelas mudanças climáticas, o que põe em risco a flora Moçambicana.

Pensando nisso, o Instituto de Investigação Agrária de Moçambique colecta sementes de plantas em risco de desaparecer na natureza e as conserva em laboratórios como este que existem nas três regiões do país. A missão é garantir o futuro ambiental e alimentar.

Actualmente, existem mais de cinco mil sementes agrícolas e silvestres conservadas no banco de sementes do país. Assim, o Instituto de Investigação Agrária pretende garantir a continuidade de plantas ameaçadas mesmo depois de extintas na natureza, explicou a Directora do IIAM, Zélia Menete. 

Tratam-se de plantas com teor medicinal, algumas até comestíveis e outras florestas que são salvas da extinção para o futuro. As sementes poderão ser usadas para reflorestação de áreas onde dada espécie tenha desaparecido.

No fim, o projecto prevê colectar e conservar pouco mais de mil tipos de sementes em todo o país, que vão servir para reflorestar garantindo a continuidade de plantas silvestres e algumas agrícolas que servem de alimento para as comunidades. 

As autoridades nacionais de saúde afirmaram, esta terça-feira, que mais de metade das pessoas que foram diagnosticadas e confirmadas com Mpox em Moçambique já estão recuperadas e sem registo de óbitos. As autoridades anunciaram na semana passada um reforço da vigilância fronteiriça, com equipas de rastreio e testagem, para travar a propagação da doença.

O Mpox, também conhecido por varíola dos macacos, continua a ser a doença que mais preocupação causa ao sector da saúde em Moçambique, desde Julho passado, quando foi diagnosticado o primeiro caso.

Por isso, diariamente as autoridades sanitárias tem estado a divulgar dados relativos à testagem, casos positivos e recuperados, numa situação que ainda não teve óbitos.

“Do total de 38 casos positivos, 20 estão actualmente recuperados da doença e já tiveram alta domiciliar. Até agora não tivemos nenhum óbito pela doença e esperamos, gostaríamos e estamos a trabalhar para evitar que tenhamos óbitos pela doença no país”, disse o director nacional de Saúde Pública, Quinhas Fernandes, citado pelo Noticias ao Minuto.

Quinhas falava durante um seminário de capacitação de jornalistas sobre a “mitigação de rumores e abordagem responsável da Mpox na comunicação social”, em Maputo, tendo esclarecido que no país, até domingo, tinham sido registado mais quatro casos da doença na província de Niassa, epicentro do surto, elevando para 38 num mês, com o total de casos suspeitos a subir para 325.

De acordo com Quinhas Fernandes, do cumulativo de casos positivos de Mpox, 23 pessoas são homens e os restantes 15 são mulheres, sendo que um total de 31 tem idades compreendidas entre 15 e 45 anos.

O director Nacional de Saúde avançou ainda que Niassa tem 14 casos de doentes estrangeiros, apontando o “movimento transfronteiriço intenso” como uma das principais causas de disseminação da doença naquela província, que faz fronteira com a Tanzânia e com o Malawi.

“O movimento transfronteiriço intenso, quer de garimpeiros, porque é uma área de minas, quer pelo movimento de mulheres trabalhadoras de sexo, tem estado a jogar um papel importante na dinâmica da transmissão da doença naquela área”, acrescentou o responsável, citado pelo Noticias ao Minuto.

Por isso mesmo, as autoridades moçambicanas anunciaram na semana passada um reforço da vigilância fronteiriça, com equipas de rastreio e testagem, para travar a propagação da doença.

Até domingo, Moçambique registou também 12 novos casos suspeitos, subindo para 325, entre as províncias de Maputo, Gaza, Tete, Manica, Nampula e Zambézia, estando 137 contactos em seguimento pelas autoridades de saúde.

Até ao momento, as autoridades sanitárias contabilizam 33 casos de Mpox no Niassa (norte), dois em Manica (centro) e três na província de Maputo (sul).

O director nacional de Saúde Pública em Moçambique pediu na quarta-feira que se evite o pânico e a desinformação em relação à doença, visando combater a discriminação que possa surgir contra as vítimas.

A Mpox é uma doença viral zoonótica, identificada pela primeira vez em 1970, na República Democrática do Congo. No actual surto, na África Austral desde 01 de Janeiro deste ano, já foram notificados 77.458 casos da doença, em 22 países, com 501 óbitos.

O primeiro caso de Mpox em Moçambique aconteceu em Outubro de 2022, com um doente em Maputo. O coordenador do COESP, órgão da Direcção Nacional de Saúde Pública, aponta a capacidade de testagem que agora existe nas províncias, com 4.000 testes disponíveis e mil para análises de reagentes para identificar estirpes de casos positivos, como a grande mudança em três anos.

Moçambique tem agora capacidade para testar em todas as capitais da província, através dos laboratórios de Saúde Pública, disse.

Moçambique espera receber em Setembro vacinas para conter um possível cenário de alastramento de casos de Mpox, anunciou na terça-feira o Governo.

O Governo diz que já foram recolhidas amostras de bebidas alcoólicas de elevado teor em várias unidades de produção em todo o país e submetidas a análises laboratoriais para o controlo de qualidade. Neste momento, o Executivo assegura que há brigadas que estão a sensibilizar os comerciantes a retirarem as bebidas das prateleiras.

A produção e comercialização de bebidas alcoólicas de elevado teor no país, vulgo xivontxongo, voltou a merecer atenção do Conselho de Ministros, esta terça-feira. O Executivo assegura que estão a ser tomadas algumas medidas para regular a actividade e um dos primeiros passos é a constituição de brigadas a nível nacional para a recolha de amostras. 

Segundo o porta-voz do Conselho de Ministros, Inocêncio Impissa, os resultados das análises laboratoriais poderão ser conhecidos nos próximos dias. Paralelamente, estão a ser levadas a cabo campanhas de fiscalização e sensibilização junto dos comerciantes tendo em vista a retirada das prateleiras todo tipo de bebida de alto teor alcoólico.

A medida inclui, igualmente, a proibição de venda de “xivotxongo” nas proximidades das escolas, bombas de combustível e respectivas lojas de conveniência, bem como nos parques, jardins, paragens de autocarros e táxis. 

 

O Presidente da República,  Daniel Chapo exonerou, através de Despacho Presidencial, Cecília Chamutota do cargo de Secretária  de Estado na Província de Sofala e, em Despacho Presidencial  separado, nomeou Manuel Rodrigues para o mesmo cargo. O Chefe do Estado renovou ainda o mandato de Luísa Meque e Gabriel Monteiro como Presidente e  Vice-Presidente, respectivamente, do Instituto Nacional de Gestão  e Redução do Risco de Desastres (INGD). 

Chapo nomeou ainda Ericinio Higínio de Salema para o cargo de Director do Gabinete de Comunicação  Institucional da Presidência da República. 

As entidades nomeadas tomarão posse nesta terça-feira.

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