O País – A verdade como notícia

O comentador da STV, Alberto da Cruz, diz haver grupos disfarçados de pequenos garimpeiros em Manica que continuam a explorar a actividade mineira. Uma dessas pessoas é o filho da governadora. 

Dois grupos terão invadido a mina da empresa Tantalite, em Manica, para extrair ouro. Por desentendimento, entraram em conflito resolvido com ajuda da UIR. 

Na sequência, segundo Alberto da Cruz, comentador da STV, as partes criaram uma cooperativa que continua a explorar ouro na zona.

“É que esta cooperativa, se entrarmos na plataforma da Direcção Nacional de Recursos Naturais, vamos encontrar que ali há nomes especiais, como o de Inocêncio Agostinho Francisco Fainda, que é filho da governadora”, refere.

Da Cruz diz que a cooperativa é a que está a criar os desmandos na actividade mineira em Manica e questiona como é que foi legalizada por instituições do Estado para operar em mina alheia, com disfarce de pequenos garimpeiros.

“E é bom frisar que é a única actividade mineira que, se formos para lá hoje, as suas máquinas estão a funcionar. (…) Isto é um desafio à autoridade do Presidente da República”, entende o comentador do programa televisivo.

Alberto da Cruz alerta para o aproveitamento político da situação. “O Presidente da República até pode ter uma visão, mas depois já não tem ninguém a seguir, e isso já é um problema, porque isso gera o aproveitamento político. Este grupo de governantes, pobres como eu, que chegou agora, têm a oportunidade para serem eles os donos das minas”, afirma Alberto da Cruz.

Por seu turno, Hélder Jauana, também comentador da STV, considera que é necessário atacar o mal pela raiz.

“Todos aqueles indivíduos que andam com sacos de dinheiro em hotéis, tanto em Manica, Niassa e um pouco por todo este país são conhecidos e até têm escolta, ou de empresas privadas ou da PRM são os que pagam os garimpeiros, são os que subornam e alimentam este negócio. Mão dura contra eles”, diz Jauana.

No tocante à retoma de algumas empresas mineiras, Jauana diz ser muito cedo. “No caso daquelas minas próximas aos rios, que estiveram a poluir, é preciso garantir que tenhamos um período sem trabalho naqueles locais e que se faça de tudo para recuperar do ponto de vista ambiental. Suspendeu, deve-se manter suspenso para lidar com aquela situação e garantir que o Estado ganhe dinheiro, os garimpeiros paguem impostos e alguém deve certificar o ouro que sai”, afirma.

Jauana entende que o tratamento deve ser igual para todos operadores. “Para situações críticas, medidas drásticas. O país não pode continuar a colocar paninhos quentes e a viver em ilhotas em que uns estão bem, funcionam legalmente e os outros que funcionam ilegalmente fazem e desfazem”, avança.

Hélder Jauana e Alberto da Cruz falavam no programa Pontos de Vista, da STV.

 

A Primeira Ministra, Benvinda Levi, conferiu, nesta segunda-feira, posse aos Directores-Gerais do Instituto para a  Promoção das Pequenas e Médias Empresas (IPEME), da Agência para a  Promoção de Investimento e Exportações (APIEX), do Instituto de Cereais de  Moçambique (ICM) e da Administração Regional de Águas do Centro (ARA centro). Durante o seu discurso, a governante apelou por inovações e agilidade aos recém-empossados.  

São Luís José Machava, que passa a ocupar o cargo de Director-Geral da APIEX, Feliz Pedro Malate, que vai ocupar o mesmo cargo no IPEME, Luís José Job Fazenda, indicado para o cargo de Director-Geral do ICM e Hilário Morais Pereira, Director-Geral da ARA-Centro. Para cada um, Benvinda Levi deixou recomendações específicas. 

Ao recém-empossado Director-Geral da APIEX, Levi disse esperar que a instituição continue a consolidar o seu papel de  porta de entrada para o investimento no país, assegurando que os projectos  aprovados sejam efectivamente implementados, em tempo útil. 

Por isso, a governante recomendou o aprimoramento dos mecanismos de promoção e divulgação, a nível interno e  externo, das potencialidades e oportunidades de negócios existentes no país; o desenvolvimento de actividades que visam criar sinergias no âmbito do processo  da industrialização do nosso país; e assegurar a operacionalização efectiva das zonas económicas especiais e francas industriais. 

A Feliz Pedro Malate, Director-Geral  do IPEME, a Primeira-Ministra recomendou a realização de acções que estimulem a criação, desenvolvimento e modernização das  Micro, Pequenas e Médias Empresas nacionais; o aprimoramento dos mecanismos que assegurem a assistência técnica e capacitação  institucional contínua das MPME’s, incluindo o aumento das incubadoras  empresariais; a promoção de acções que concorram para o acesso a mais recursos para as MPME´s  junto das instituições financeiras e/ou de outros mecanismos existentes; e continuar a promover o estabelecimento de parcerias e ligações entre as MPME’s  e as grandes empresas nacionais e internacionais. 

Ao novo Director-Geral do ICM, a governante apelou ao aprimoramento dos mecanismos e acções que garantem modernização da gestão,  logística e comercialização de cereais, em estreita articulação e coordenação  com os sectores privado e familiar; e o robustecer o sistema de compra, armazenamento, conservação e escoamento  dos excedentes agrícolas, assim a constituição de reservas estratégicas de  cereais. 

Por fim, Benvinda Levi recomendou a Hilário Morais Pereira, Director-Geral da ARA-Centro, a Implementação de acções concretas que conduzam a uma melhor gestão dos  recursos hídricos e mitigação dos impactos das cheias e secas; o aprimoramento de medidas e acções que assegurem a preservação da qualidade  de água, tanto para o consumo, abeberamento animal e para irrigação; e a adopção e implementação de acções que permitam a expansão, melhoria e  modernização das infra-estruturas hídricas, de modo a garantir disponibilidade  de água segura quer para o consumo, assim como para a produção agrária e  industrial.  

O Serviço de Investigação Criminal (SERNIC), na província de Maputo, deteve três indivíduos indiciados de envolvimento num suposto falso sequestro, em troca de 50 mil meticais de resgate, no bairro de Malhampsene, no município da Matola. 

A vítima é esposa de um dos indiciados, que segundo ele praticou o crime porque precisava de dinheiro para uma dívida de 40 mil meticais que contraiu junto à sogra, tendo sido burlado o valor em causa. Para tal e com a ajuda dos amigos, efectuaram uma série de chamadas à sua esposa informando sobre o suposto sequestro.  

“Quando eu fui burlado o valor tive receio de contar à minha esposa e à minha sogra. Agi no impulso e não pensei nas consequências. Arrastei os meus amigos para caírem nessa mentira”, explica o cabecilha do falso sequestro. 

Segundo explica, os amigos desempenharam o papel de persuasão, ou seja, tinham a missão de ligar para a sua esposa para exigirem o valor de resgate. Os amigos confirmam o seu envolvimento, mas negam que do crime teriam alguma recompensa.

“O meu papel era de efectuar chamadas. Fi-lo para ajudar o meu amigo e não sabia que poderia terminar no estado em que me encontro. O SERNIC encontrou-me em Malhampsene onde exerço a minha actividade como mototaxista e fui recolhido para as celas”, explica um dos falsos sequestradores.

O terceiro indiciado anota que o suposto sequestrado, responsável por orquestrar todo o crime, garantiu-lhes que nada iria acontecer com eles, pois após receberem o dinheiro de resgate, duas semanas depois devolveria o valor à sogra e tudo voltaria à normalidade. 

Segundo a porta-voz do SERNIC, Judite Alexandre, a detenção dos três indivíduos foi graças à denúncia anónima, tendo de seguida apurado a veracidade do caso. ‎Em relação ao caso da jovem sequestrada em Marracuene, cujos vídeos circulam nas redes sociais, o SERNIC confirma o caso e diz já estar a trabalhar o seu esclarecimento.

O Presidente da República, Daniel Francisco Chapo, destacou sábado, em Nampula, que a criatividade e a determinação dos jovens moçambicanos constituem “o coração de Moçambique que se renova”, ao encerrar a XI Edição da Gala Nacional do Prémio Jovem Criativo. Na ocasião, o Chefe do Estado considerou a Gala Nacional do Prémio Jovem Criativo uma das principais plataformas de promoção do talento e do potencial transformador da juventude no país.

Segundo o Presidente Chapo, a Gala, com mais de dez anos de existência, “tem vindo a afirmar-se como símbolo da criatividade, da inovação e do empreendedorismo juvenil”, evidenciando a capacidade do jovem moçambicano em transformar desafios em conquistas.

O governante ressaltou que, em todo o território nacional, emergem “exemplos inspiradores de jovens que, movidos pela determinação e pela fé, pela esperança e nas suas capacidades e, muitas vezes, com recursos próprios e mesmo sem recursos, criam negócios, desenvolvem tecnologias e prestam serviços que melhoram a vida das suas comunidades”.

Nesta edição, o Chefe do Estado realçou o compromisso do Governo em identificar, promover e premiar talentos nas áreas do empreendedorismo, inovação tecnológica e criação artística. “Queremos que este evento vá além do reconhecimento público.

Queremos que seja um grito de motivação nacional”, observou, defendendo a união de famílias, escolas, empresas e instituições para garantir ambientes que permitam aos jovens desenvolver plenamente as suas capacidades.

O Chefe do Estado sublinhou que a Gala representa “a afirmação do poder transformador da juventude moçambicana”, servindo também para distinguir pessoas e instituições que contribuem de forma decisiva para o empoderamento juvenil. Considerou o evento um tributo a quem “acredita, investe e caminha, lado a lado, com os jovens”.

O Presidente da República reconheceu que a juventude enfrenta hoje fortes pressões económicas, mas destacou que as adversidades também fazem nascer oportunidades para inovar e construir novos caminhos. Garantiu que o Governo está empenhado em implementar um novo paradigma de resposta integrada aos desafios da juventude, centrado em acções concretas com impacto real. 

Com a maioria da população composta por jovens, o governante reiterou que políticas públicas e programas estruturantes estão a ser orientados para colocar a juventude no centro do desenvolvimento nacional.

Entre as iniciativas mencionadas está o Fundo de Desenvolvimento Económico Local (FDEL), que reserva 60 por cento dos seus recursos para jovens, e o Fundo de Apoio às Iniciativas Juvenis 2025, com taxas bonificadas entre cinco por cento e sete por cento. Para o estadista, “esta iniciativa representa mais do que um apoio financeiro, é uma demonstração clara da confiança do Governo no talento, na capacidade e na visão empreendedora da juventude moçambicana”.

O Presidente Chapo anunciou que, a partir do primeiro trimestre de 2026, arrancam novas fases dos programas “Meu Kit, Meu Emprego” e “Emprega”, destinados a expandir oportunidades de geração de renda e emprego para jovens entre 18 e 35 anos. Segundo frisou, “cada programa, cada fundo e cada acção traduzem o comprometimento do Governo em criar condições para que o jovem moçambicano seja gerador de riqueza, de inovação e de transformação social”.

Ademais, reforçou que a base do desenvolvimento juvenil se encontra nos distritos, onde vivem mais de 12 milhões de jovens. Defendeu que “nenhum jovem deve passar despercebido” e saudou o distrito da Moamba pela valorização dos seus vencedores locais. Nesta edição, 7.419 jovens participaram no concurso, avaliados por 865 jurados das fases distrital, provincial e nacional, o maior número da história do prémio.

O Presidente moçambicano agradeceu ao júri nacional, liderado por Salimo Abdula, e apelou a uma maior mobilização de parceiros públicos e privados para reforçar a premiação. Incentivou também o Ministério da Juventude e Desporto a criar uma base de dados dos vencedores e a ampliar a participação destes nas Bienais da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).

Aos concorrentes, deixou três mensagens centrais: todos são vencedores pela determinação de participar; devem manter resiliência e foco; e continuar a ser pilares do desenvolvimento nacional. Enfatizou que são os jovens que transformarão desafios em oportunidades, ideias em realizações e sonhos em progresso concreto.

Após agradecer aos patrocinadores, o Presidente Daniel Chapo incentivou os jovens premiados a aproveitarem plenamente os recursos recebidos. “Através dos 150 mil meticais, se um jovem for concentrado, com determinação, com foco, com resiliência e espírito empreendedor, não há margem de dúvidas que daqui a mais uns  anos estaremos a observar grandes empresários moçambicanos que nasceram desta iniciativa”, assinalou.

O Presidente da República, Daniel Chapo, inaugurou, neste sábado, o Tribunal Judicial da província de Nampula. Chapo considera que a infra-estrutura representa um passo decisivo para a melhoria das condições de trabalho das instituições judiciárias e o acesso à justiça por parte do povo. 

Durante o seu discurso de inauguração do Tribunal Judicial de Nampula, na província com o mesmo nome, Daniel Chapo destacou os desafios que a província enfrenta na área da justiça. 

“A Província de Nampula enfrenta grandes desafios como a demanda processual, criminalidade organizada e transnacional, destacando-se o tráfico de drogas, órgãos e seres humanos, branqueamento de capitais, exploração ilegal de recursos minerais, florestais e faunísticos, imigração ilegal, entre outros males”, disse o Chefe do Estado. 

Todos os problemas, segundo Chapo, poderão agora ser resolvidos, com a implantação do novo tribunal, visto que, vai contribuir para a celeridade processual, “considerando que esta é a província com maior densidade e, por conseguinte, onde mais se procura os serviços judiciais”. 

O Presidente da República apontou que é preciso restaurar a confiança pública e garantir justiça, através da implementação de medidas efectivas de combate a corrupção dentro do sistema judiciário. 

Chapo destacou, por isso, a necessidade de adopção de mecanismos de  prevenção e combate à corrupção, assegurando  maior transparência nos processos judiciais, o fortalecimento das inspecções e a eficácia das  investigações conduzidas pelas entidades  competentes.

O Mais Alto Magistrado da Nação diz que Moçambique entra numa nova etapa de consolidação da justiça com a inauguração do Tribunal Judicial da Província de Nampula, um marco que considera coerente com o actual ciclo de reforço da legalidade e combate à corrupção no país.

“Voltamos a reunir-nos em evento solene com o Poder Judicial”, afirmou, sublinhando a continuidade institucional do esforço iniciado no Dia da Legalidade e na Conferência Nacional sobre o Combate à Corrupção.

Ao apresentar o novo tribunal como um edifício “imponente, resiliente e moderno”, o Chefe do Estado destacou que a obra representa “um passo decisivo para a melhoria das condições de trabalho das instituições judiciárias” e que reforça directamente o acesso à justiça para milhões de cidadãos. Observou ainda que, em Nampula, “a missão está sendo cumprida com sucesso”, numa província cuja população exige maior capacidade de resposta do sistema judicial.

O estadista recordou que Nampula é uma das províncias mais pressionadas por fenómenos criminais complexos, entre os quais “o tráfico de drogas, órgãos e seres humanos, branqueamento de capitais, exploração ilegal de recursos minerais, florestais e faunísticos, imigração ilegal”. A implantação do novo tribunal, frisou, constitui “mais um passo concreto” para garantir celeridade processual e fortalecer o combate à criminalidade organizada.

Com o lema “Prevenção e Combate à Corrupção no Sector Judiciário” a marcar a cerimónia, o Presidente Chapo recuperou as conclusões da recente Conferência Nacional sobre o tema, da qual emergiu a “Declaração de Maputo sobre o Combate à Corrupção”.

Sublinhou que “a integridade e a confiança pública são pilares fundamentais” para a estabilidade e segurança do país, destacando que nenhum órgão do Estado está “completamente imune” ao fenómeno.

Na sua intervenção de ocasião, o Chefe do Estado chamou atenção para o impacto directo da corrupção na credibilidade institucional, na justiça e no ambiente económico. Afirmou que o fenómeno provoca “perda de credibilidade”, gera “impunidade” e desestimula investimentos, lembrando que “os investidores, nacionais e estrangeiros depositam confiança num país onde não há corrupção”. 

O Presidente da República apresentou medidas concretas para prevenir e reprimir actos ilícitos no sector, defendendo maior transparência, fortalecimento das inspecções e capacitação contínua dos magistrados. Encorajou ainda instituições de ensino a reforçarem disciplinas de ética e integridade, bem como a criação de canais seguros de denúncia, garantindo: “Nós não queremos saber quem denunciou, para que não haja retaliação, vamos proteger os denunciantes”.

Outrossim, dirigiu uma mensagem directa aos operadores judiciários, desafiando-os a assumir uma postura exemplar na defesa do Estado de Direito. “Sem o judiciário, não há Estado de Direito Democrático”, afirmou, acrescentando que cabe ao sector demonstrar, pelo exemplo, que “o crime não compensa” e que a justiça firme é “o maior escudo da cidadania”. 

Reconhecendo que persistem limitações materiais e humanas no sector, o governante moçambicano garantiu que o Executivo continuará a actuar como “parceiro indissociável” do Poder Judicial, reforçando infra-estruturas, meios e condições de funcionamento.

Indicou que a inauguração de Nampula ocorre no ano do jubileu da independência nacional, simbolizando o compromisso de longo prazo com o fortalecimento das instituições.

No encerramento da cerimónia, o Presidente Daniel Chapo destacou que a entrada em funcionamento do novo tribunal representa mais do que uma obra concluída, simboliza o compromisso contínuo com uma justiça acessível, moderna e credível. Aliás, afirmou que o país “está a consolidar as bases de um Estado de Direito robusto”, reafirmando que o Governo continuará a fortalecer o sector judicial para que responda, com eficácia e transparência, às exigências de uma sociedade em crescimento.

O  Ministério das Obras Públicas, Habitação e Recursos Hídricos lançou, recentemente, o Projecto Água Segura para Vilas e Zonas Rurais, financiado pelo Banco Mundial e orçado em 150 milhões de dólares norte-americanos. Namapa, no distrito de Eráti, foi o primeiro ponto da implementação do projecto que vai chegar também à província da Zambézia.

As obras de construção do reservatório apoiado (tanque de água), com capacidade para dois mil metros cúbicos, equivalentes a dois milhões de litros de água, decorrem a um ritmo satisfatório em Namapa, na vila de Eráti, província de Nampula. 

O reservatório integra o futuro Sistema de Abastecimento de Água de Namapa, composto por captação, Estação de Tratamento de Água, Centro Distribuidor, conduta adutora e rede de distribuição, infra-estrutura edificada de raiz no âmbito do Projecto Água Segura para Vilas e Zonas Rurais.

No terreno, é visível o trabalho coordenado entre o empreiteiro, a fiscalização e as equipas técnicas que se dedicam à edificação deste sistema moderno e resiliente. Quando concluído, a primeira e segunda fases,  o empreendimento irá garantir água potável a 74.749 pessoas, transformando significativamente o panorama socioeconómico de Eráti, em particular, e de Namapa, no seu conjunto.

A melhoria no acesso à água segura representa, igualmente, um contributo directo para a saúde pública e para a qualidade de vida dos beneficiários.

O Projecto Água Segura para Vilas e Zonas Rurais, financiado pelo Banco Mundial, possui um orçamento global de 150 milhões de dólares norte-americanos. Trata-se de uma iniciativa do Governo de Moçambique, implementada pelo Ministério das Obras Públicas, Habitação e Recursos Hídricos, através de duas entidades de nível central: a Direcção Nacional de Abastecimento de Água e Saneamento e a Administração de Infraestruturas de Água e Saneamento – Instituto Público (AIAS-IP).

Nas províncias de Nampula e Zambézia, o projecto conta, adicionalmente, com o apoio das respectivas Direcções Provinciais das Obras Públicas.

Pequenos agricultores denunciam deslealdade na venda por estrangeiros

Sequestradores agridem, torturam e filmam uma vítima de rapto enquanto esta pede ajuda a familiares para que paguem o resgate exigido pelos malfeitores. 

Os vídeos que começaram a circular este sábado, mostram uma mulher identificada como Fazila Amade, esposa de um empresário, raptada no mês de Setembro passado, no distrito de Marracuene, Província de Maputo. 

Nas imagens com aparência fragilizada, é agredida pelos sequestradores enquanto pede socorro e ajuda aos seus familiares para que paguem o resgate que os malfeitores exigem. 

Mesmo aos gritos as agressões tanto físicas quanto psicológicas não cessam. Num dos vídeos a vítima aparece completamente acorrentada,apenas de calças e  com o tronco exposto e num outro vídeo está amordaçada e a sangrar. 

A STV entrou em contacto com o Serviço Nacional de Investigação Criminal que reconhece a veracidade dos factos, garante estar a trabalhar em coordenação com a família para esclarecer o caso desde que Fazila foi sequestrada, mas diz que não pode prestar declarações enquanto o crime não for esclarecido. 

Este é um caso que vem à tona, três dias depois de a Primeira Ministra ter revelado que apenas um caso de rapto registado este ano ainda não tinha sido esclarecido. 

Segundo Benvida Levi, dos 10 casos de rapto ocorridos este ano, nove tiveram desfecho e as vítimas já se encontram no convívio familiar. 

A questão que fica é: será este o caso que não teve desfecho? 

Três pessoas morreram na madrugada deste domingo, em dois acidentes de viação registados em pontos próximos da Praça dos Heróis, na Cidade de Maputo. 

Duas das vítimas morreram na Avenida Acordos de Lusaka, há cerca de 500 metros da Cripta dos Herois, possivelmente atropeladas. Do acidente pouco se sabe, pois testemunhas dizem ter se apercebido do sinistro quando amanheceu e se aperceberam dos corpos estatelados na estrada. 

“Aconteceu de madrugada, vieram me acordar por volta das cinco horas, a dizerem que tinham corpos aqui na estrada, viemos ver a pensar que fossem vizinhos, mas vimos que não são daqui perto”, contou Alice Cossa, uma testemunha. 

Os corpos foram retirados do local por volta das oito horas e as circunstâncias em que tudo aconteceu, pouco se sabe, uma vez que o sinistro aconteceu de madrugada, com pouco movimento nocturno associado ao mau tempo que se faz sentir na capital do país. 

No local, mesmo após a retirada dos corpos, nem a chuva que caia conseguiu apagar os  rastos deixados no asfalto.

Apesar da informação escassa, presume-se que as vítimas tenham sido atropeladas por uma viatura que encontrava-se há poucos metros adiante, no recinto da Praça dos Heróis. 

A viatura ligeira, despistou-se, invadiu o recinto da cripta e acabou por incendiar-se. Do carro, restou apenas sucata retorcida, chamando a atenção de curiosos e levantando ainda mais questões sobre o que terá provocado o acidente.

Contactada pelo “O País” a Polícia de Trânsito, na Cidade de Maputo, afirmou não dispor, de detalhes sobre o sinistro, mas confirmou que, ainda na mesma área, ocorreu um segundo acidente durante a madrugada, por volta das 3h30.

De acordo com a porta-voz, Joaquina Langane, o acidente ocorreu “no cruzamento das avenidas FPLM e Rua da Soveste, um veículo ligeiro que seguia no sentido Praça dos Combatentes–Praça dos Heróis tentou virar à esquerda quando foi embatido na traseira esquerda pela dianteira de outra viatura. O choque resultou em um óbito, dois feridos graves, dois ligeiros e avultados danos materiais”.

No total, são dois acidentes registados num raio de poucos metros e num intervalo de poucas horas, deixando um rasto de três mortos e feridos. A Polícia de Trânsito promete disponibilizar mais detalhes assim que as investigações em curso forem concluídas.

Moradores e automobilistas, na KaTembe e no Zimpeto exigem a retoma das obras das estradas que ligam a Rotunda ao Centro de Saúde de Incassane e da rua do rio Revué, na cidade de Maputo. Falam de constrangimentos às viaturas e de problemas à saúde, devido a poeira e paralisação dos trabalhos.  

A estrada da subida de Chamissava, no distrito municipal Katembe, cujas obras de pavimentação iniciaram na Rotunda e deveriam terminar no centro de saúde de Incassane, segundo ilustrava a placa que havia sido montada neste local. 

O troço de 3.2 quilômetros deveria ter sido concluído em Agosto de 2023, mas o que se vê até agora, são apenas 2 quilômetros pavimentados e automobilistas a somarem prejuízos, segundo contaram a nossa equipa de reportagem. 

“Nós passamos dificuldade de verdade, porque tem muitas covas e há muita gente lá mais adiante para o cemitério, mas os carrinhos que nem minibus  não vão até lá. Devido a este problema, a suspensão das nossas viaturas fica danificada”, contou Emmanuel Nhanza, automobilista.

O que agrava a preocupação dos automobilistas é o facto de há dez dias, o edil da cidade de Maputo, Rasaque Manhique ter anunciado o troço entre o rol das vias completamente pavimentadas. 

“Foram reabilitadas e pavimentadas mais de vinte vias, entre elas, a rua Marien Maqueba, avenida 24 de Julho e a rua da subida de Chamissava, reforçando a ligação entre bairros e melhorando a mobilidade”, disse o edil, nas celebrações do dia da Cidade Maputo. 

Porque não é o que se vê no terreno, os automobilistas exigem a retoma dos trabalhos até ao local ora prometido. 

“ Essa situação é péssima, porque já está parada há bastante tempo, já deveria ter terminado a estrada, mas devido ao que não se sabe, até aqui não há nenhuma satisfação.”, lamentou José Nhampossa, outro automobilista.

Além de danos às viaturas,  a saúde está também comprometida devido à poeira. 

“Só para ver, se não chove, olhamos a beira da estrada, para as árvores, aí fica colado de poeira aquilo ali, agora nós temos que pensar em nós próprios, já que as árvores, as plantas ficam assim, em nós por dentro, como é que estamos? estamos a correr risco tuberculoso, essas coisas”.

As obras estão avaliadas em mais de  65 milhões de meticais. 

Situação similar assiste-se na rua do Rio Revué, onde os automobilistas dizem -se traídos pelo Município de Maputo, por ter prometido pavimentar este troço de 1 quilômetro e meio, porém, os trabalhos decorrem a meio gás. 

As obras arrancaram em Agosto de 2024 e deveriam ter sido concluídas em nove meses, entretanto, um ano e três meses depois, o que se vê no terreno, é apenas um troço de menos de meio quilômetro pavimentado e obras abandonadas. 

“De facto, nós quando vimos aquelas obras ali, ficamos satisfeitos, dissemos, pronto, esta via alternativa ia nos ajudar, mas vimos depois, só esse pequeno troço e terminou aqui. A gente ficou sem entender se é o dinheiro que acabou, não sabemos, de facto é uma situação difícil. Chegaram aqui, encontraram a estrada,estava numa posição que até a gente já havia habituado, só cavaram, desapareceram, depois reapareceram, então cavaram de novo, fizeram só esse trecho.”

Por aqui, os automobilistas devem inovar em manobras, para fazer face aos montões de área que danificam as viaturas. 

“ Vejo que isso aqui talvez foi uma burla para o governo, prometeram que essa estrada ia até lá na escola secundária, mas até agora nenhuma coisa avançou. Os carros interam, porque esta via aqui é alternativa em relação a avenida de Moçambique, porque no mercado tem engarrafamento”

Os automobilistas que usam esta via como alternativa para não enfrentar o congestionamento, na Estrada Nacional Número 1 dizem-se prejudicados. 

As obras da estrada da rua do Rio Revué estão orçadas em 113 milhões de meticais. 

Para reagir aos assuntos, a nossa equipa de reportagem contactou o gabinete de comunicação e imagem do município de Maputo, mas não teve sucesso. 

 

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