O País – A verdade como notícia

O Governo aprovou hoje a resolução sobre a retoma do projecto de gás natural liquefeito, em Cabo Delgado. O executivo vai realizar uma auditoria, para apurar os custos originados durante o período da Força Maior. 

Depois da Total Energies ter declarado Força Maior, no mês passado, o Governo esteve reunido, esta terça-feira, e aprovou a resolução para a retoma do projecto de exploração de gás natural liquefeito, na provincia de Cabo Delgado, que foi paralisado em 2021, devido a insegurança causada pelo terrorismo.  

“A Resolução determina a realização e validação, pelo Governo, de uma auditoria aos custos incorridos durante o período da Força Maior, para posterior aprovação da Adenda ao Plano de Desenvolvimento do projecto, e assegura que o Governo acompanhe a implementação do projecto nas diversas matérias transversais”, avançou, neste terça-feira o porta-voz do Conselho de Ministros, Inocêncio Impissa. 

Na habitual reunião das terças-feiras, o executivo aprovou o decreto que cria uma única entidade de gestão de água, ou seja, extinguiu a Águas  da Região Metropolitana de Maputo, a Águas da Região Sul, do Centro e do Norte e aprovou o decreto que cria a Águas de Moçambique. 

“A extinção das sociedades comerciais Águas das Regiões Sul, Centro e Norte, enquadra-se no processo de reestruturação do subsector de água, visando promover a sustentabilidade na gestão do serviço público de abastecimento de água, e melhorar a qualidade e disponibilidade do serviço ao consumidor”, explicou Impissa.

O executivo de Daniel Chapo apreciou e aprovou ainda o decreto que classifica os bens e locais históricos, declarados Património da Luta de Libertação Nacional, um passo que, segundo o ministro da Administração Estatal e Função Pública, visa garantir a protecção, preservação e valorização do património da Luta de Libertação Nacional, aprovou o decreto que integra a estrada de acesso ao Porto da Beira, ao conjunto das estradas concessionadas à Rede Viária de Moçambique (REVIMO).

O Conselho de Ministros aprovou também a resolução que autoriza os Ministros que superintendem as áreas das Finanças e das Comunicações e Transformação Digital a constituir uma equipa técnica para negociar, em ajuste directo, com a Sociedade Escopil Internacional, Lda e SGS-Sociéte Générale de Surveilance, SA, os Termos da Concessão a ser estabelecida pelo Governo da República de Moçambique e a Sociedade Concessionária, na forma de Parceria Público-Privada para a manutenção e modernização do Sistema da Janela Única Electrónica (JUE).

Ainda nesta sessão o Governo anunciou que poderão ser avaliados mais de 2 milhões de alunos, nos exames finais deste ano, em 17 mil centros e garantiu que os livros escolares para o ano lectivo 2026 já estão a ser distribuídos, em todo o país. 

Dez pessoas morreram, na sequência de um acidente de viação, ocorrido ontem, envolvendo um veículo pesado de  passageiros de marca Toyota e outro pesado de mercadorias de marca  Hino, no Posto Administrativo de Namaita, em Nampula. Os óbitos incluíram os motoristas das duas viaturas e apenas uma pessoa sobreviveu. 

O acidente ocorreu ao longo da Estrada Nacional Número Um (EN1) e causou danos materiais avultados. Segundo o comunicado do INATRO, do trabalho preliminar realizado, constatou-se que, na altura dos factos, o veículo pesado  de passageiros seguia no sentido Cidade de Nampula–Murrupula, chegado ao local do  sinistro, embateu violentamente no veículo pesado de mercadorias, que circulava no  sentido oposto. 

Ainda  na segunda-feira, um outro acidente,  na província de Tete, distrito de Changara, povoado de Chicombende, envolvendo um veículo  pesado de passageiros, de marca Yutong e um ciclomotor, resultou em uma morte e um ferido grave. 

O INATRO reitera o  apelo para o cumprimento rigoroso das regras de trânsito, de modo a reduzir a  sinistralidade rodoviária e preservar vidas humanas.

A Missão de Assistência Militar da União Europeia em Moçambique (EUMAM MOZ) recebeu, hoje, Luís Sousa Sequeira, Embaixador de Timor-Leste acreditado em Moçambique, numa visita oficial à Missão.

 O Embaixador reuniu-se com o Comandante da EUMAM MOZ, Comodoro César Pires Correia, que apresentou os objetivos e as principais atividades em curso da Missão.

 Segundo o comunicado da Missão da União Europeia em Moçambique, a presença do Embaixador de Timor-Leste sublinha o carácter internacional da EUMAM MOZ e reforça a importância de dar a conhecer o trabalho, os resultados e o impacto da Missão a parceiros para além do enquadramento da União Europeia.

 A EUMAM MOZ é uma missão não executiva com um mandato até junho de 2026. A EUMAM MOZ apoia as Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM) com o objetivo de reforçar a sustentabilidade das Forças de Reação Rápida (QRF) de Moçambique, integrando-as num ciclo operacional robusto e autónomo.

Três jovens estão detidos em Bilene, na província de Gaza, indiciados por assassinar o próprio pai de 62 anos de idade. Os suspeitos confessaram o crime e alegam que o finado se recusou a pagar uma dívida de 1800 meticais e acusam-no de feitiçaria.

Um crime brutal chocou residentes do bairro Dzeve, em Bilene, na noite de segunda-feira. Um homem de 62 anos de idade foi encontrado ensanguentado e estatelado no chão da sua residência, com uma catana crivada na cabeça e mais de cinco perfurações em várias partes do corpo.
Vizinhos falam de uma convivência conturbada entre o malogrado e seus três filhos, que são os principais suspeitos do crime.

“Estamos todos chocados com este crime. Eles viviam em confusão, mas não esperávamos que terminasse em tragédia, e exigimos que o assunto seja investigado, para que os envolvidos sejam responsabilizdos”, disse uma fonte ao “O País”.

Detidos na vila da Macia, os filhos do finado com idades entre 20 a 29 anos confessam o crime. O mais novo diz ter agido como forma de pressionar o pai a pagar uma dívida antiga de 1800 meticais.
“Matei o meu pai porque não aceitava me pagar o meu dinheiro de 1800 meticais, que me deve há anos”, disse.
Já os dois irmãos mais velhos contam ter agredido e catanado o próprio pai sob acusação de feitiçaria.

“A minha vida não anda. Quando eu tento procurar nos curandeiros, as coisas não saem, por causa do meu pai”, disse um dos indiciados.

Segundo o porta-voz da Polícia da República de Moçambique (PRM) em Gaza, Júlio Nhamussua, o crime ocorreu dentro da casa da vítima durante uma discussão familiar.

“O mais velho disse que ele foi a casa do pai apenas para tirar satisfações com ele, porque a vida dele não anda bem. Quando procura emprego, não apanha, e  quando a  sua esposa tenta engravidar,  a gravidez desfaz-se. Disse ainda que quando tentou procurar por vias de curandeirismo, foi dado indicações de que o pai estaria por detrás dessas acções”, avançou o porta-voz da Polícia.

Júlio Nhamussua acrescenta ainda que o filho do meio confessa o crime e diz ter sido o primeiro a levantar a catana e a desferir os golpes. “Deu o primeiro golpe e o segundo, e diz que fez isso porque o  pai lhe estava a dever um valor de 1800 meticais. Então, foi lá na intenção de cobrar a dívida, mas o pai não estava disposto  a pagar essa dívida”. 

Nhamussua disse ainda que correm investigações para apurar o possível envolvimento de outros membros da família.
“Nós como Polícia já fizemos aquilo que nos compete, que é a neutralização deles, e vamos submeter a quem é de direito para posterior responsabilização, caso se apure a indiciação de cada um desses elementos”. 

Neste ano, mais de 20 pessoas foram assassinadas, e mais da metade por suposta feitiçaria nos distritos de Bilene, Chongoene e Limpopo.

Três novas ambulâncias vão reforçar a resposta de emergência no país. A Cotur entregou, nesta segunda-feira, os veículos ao Ministério da Saúde, num gesto que promete salvar vidas em regiões de difícil acesso.

O progresso de um país também se mede nos gestos que salvam vidas. E nesta segunda-feira, em Maputo, a Cotur deu um desses gestos: entregou três novas ambulâncias ao Ministério da Saúde, reforçando a capacidade de resposta em zonas onde cada minuto faz a diferença.

“Estas acções fazem parte de um compromisso contínuo, estar sempre ao lado das populações, sobretudo onde a necessidade é maior. Excelências, minhas senhoras, meus senhores, as ambulâncias que hoje entregamos não são apenas veículos, são instrumentos de vida, representam a capacidade de chegar a tempo mínimo às comunidades remotas, de assegurar que mães, crianças e idosos possam ser atendidos com a urgência e o cuidado que merecem. Representam também a confiança num futuro onde cada moçambicano, independentemente de onde viva, possa contar com uma resposta rápida e humana em momentos críticos”, disse Noor Momade, presidente da agência de viagens Cotur.

O presidente da Cotur sublinhou a importância deste apoio às populações mais vulneráveis.

“Com a entrega destas três ambulâncias, renovamos esse compromisso. Sabemos como a ambulância pode, em determinado momento, significar a diferença entre a vida e a morte. Por isso, encaramos este gesto não como uma acção isolada, mas como mais um passo num percurso permanente do serviço ao nosso país”, reiterou. 

O ministro da Saúde agradeceu o gesto e destacou a união de todos os sectores presentes.

“Agradecer este gesto da cultura, vejo aqui embaixadores, eminentes de cheia, empresários, esta união que hoje estou aqui a testemunhar me encoraja e me fortalece, como sector da saúde, para continuarmos juntos para uma causa nobre. Só a grandeza no ser humano, quando a gente cuida do outro com amor, com carinho, com bondade, com afecto, este gesto de amor que hoje traz aqui para o Ministério da Saúde é um gesto nobre, sublime, que tenho de registar”, agradeceu Ussene Isse, ministro da saúde.

Equipadas para situações de emergência, as três ambulâncias serão enviadas para regiões onde o acesso aos cuidados de saúde continua a ser um desafio diário.

O terrorismo em Cabo Delgado não chegou a comprometer a segurança alimentar, apesar de que quase metade dos camponeses deixaram de produzir comida, devido aos ataques terroristas.

A garantia foi dada pelo Governo, através do director dos Serviços Provinciais de Actividades Económicas de Cabo Delgado, que assegura que a província continua longe de ter uma crise de fome, mas que continua a mobilizar apoios para evitar uma crise no futuro.

A estabilidade da segurança alimentar em Cabo Delgado contou com o apoio do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, PNUD, que está a importar um projecto de recuperação da província.

Samuel Akera, representante do PNUD no país, diz que o apoio que é prestado permite que, mesmo quando há ataques terroristas, a população não tenha problemas alimentares.

“Os aspectos da sobrevivência são importantes, porque, quando os terroristas atacam as comunidades, eles roubam a sua comida, destroem todos os meios de subsistência de que as famílias dependem, e todos sabemos que a agricultura é chave, pesca também é importante, pequenos animais domésticos também são importantes e tudo isto normalmente perdem. E, quando os deslocados regressam, voltam sem nada e precisamos de os apoiar a recuperar a sua fonte de subsistência, temos de ajudar-lhes a recomeçar a sua vida de novo”, assegura Samuel Akera.

Além da agricultura, o projecto de recuperação de Cabo Delgado apoia na reconstrução das infra-estruturas e até as comunidades que acolhem as vítimas do terrorismo.

“O nosso maior objectivo é apoiar a maior parte das pessoas que estão a regressar e, tal como sabem, temos 610 mil deslocadas que estão a regressar às suas casas, e este é o nosso primeiro objectivo apoiar-lhes”, frisou Samuel Akera.

Para evitar uma crise de fome em Cabo Delgado, o Governo e parceiros de cooperação estão a tentar dinamizar a agricultura nas zonas consideradas seguras.

 

Quatro jovens foram mortos pelos terroristas no fim-de-semana, no posto administrativo de Mazua, distrito de Memba. O administrador do distrito diz não ter informação concreta, mas assegura que as Forças de Defesa e Segurança estão no terreno.

As imagens que circulam nas redes sociais e que mostram corpos de quatro jovens que foram mortos pelos terroristas são chocantes. Um foi decapitado e outros três foram baleados. Todos mortos, supostamente pelos terroristas que assolam o Norte do país, com destaque para a província de Cabo Delgado.

O caso deu-se no povoado de Mecula, pertencente ao posto administrativo de Mazua, no distrito de Memba, província de Nampula. Supõe-se que o facto aconteceu na sexta-feira ou no sábado.

O administrador distrital, Manuel Cintura, não tem detalhes, mas garante que o local está a ser controlado e protegido pelas Forças Armadas de Defesa de Moçambique.

“O que tenho conhecimento é que as Forças Armadas estão em perseguição do inimigo, mas sobre as imagens ainda não tenho informação. Ainda não me reportaram, por isso ainda não tenho informação”, disse Manuel Cintura, administrador de Memba.

A falta de informação oficial, segundo justificou Manuel Cintura, deve-se à ausência do chefe do posto administrativo de Mazua e dificuldades de comunicação com outros funcionários da administração local.

“Infelizmente, o chefe do posto de Mazua, o chefe de posto do Lúrio, o chefe do posto de Memba-sede, todos os chefes de postos foram à Beira numa indução, por isso fica difícil”, disse.

Ademais, segundo o administrador de Memba, não está fácil ter comunicação com o pessoal administrativo, razão pela qual prefere não avançar com mais dados em relação a este ataque.

“O que sei é que algumas pessoas, como o chefe da secretaria, liguei, ontem (domingo), não consegui falar com ele. O telefone não chamava”, afirmou Manuel Cintura.

É mais um episódio de violência extrema a assombrar as comunidades do distrito de Memba, dando uma clara indicação de que os terroristas estão em movimento.

 

O antigo Presidente da República, Armando Guebuza, apoia a decisão do Governo que suspende a actividade mineira em Manica. No seu entender, há muita batalha pela frente para que a medida do Executivo seja efectiva.

Desta vez, Armando Guebuza não falou de muita poeira, nem de boatos, no caso de poluição ambiental em Manica, mas apoiou a decisão do Governo que suspende a actividade mineira na província por 90 dias.

“Houve uma declaração feita pelo Presidente da República que diz que exploração desregrada, que pare, e eu concordo com ela. Que se faça tudo para o bem do nosso povo”, reagiu à decisão do Governo o antigo Presidente.

Porém, alertou que há pela frente muita batalha para tornar efectiva a medida. 

“Encontrou-se uma fórmula que ainda terá de se batalhar para ser efectivada e concretizada, mas é importante que não haja exploração de recursos no país de forma desregrada”, avançou Armando Guebuza.

Para já, faltam cerca de 40 dias para o fim do decreto que suspende a actividade mineira em Manica. O período poderá ser prorrogado, com base no relatório a ser apresentado ao Conselho de Ministros pela comissão criada para o efeito.

De acordo com o decreto, “a suspensão abrange as actividades mineiras de todas as pessoas singulares e colectivas, públicas ou privadas, detentoras de títulos mineiros e autorizações, incluindo cooperativas e associações mineiras locais e mineradores artesanais, independentemente da autorização”.

Para acompanhamento, de 15 em 15 dias, a Comissão Interministerial de Gestão e Reabilitação Mineira da Província de Manica tem por obrigação apresentar ao Governo relatórios de progressos sobre os trabalhos que está a realizar.

15 dias, a Comissão Interministerial de Gestão e Reabilitação Mineira da Província de Manica tem por obrigação apresentar ao Governo relatórios de progressos sobre os trabalhos que está a realizar.

Uma bebé morreu carbonizada, no interior de uma residência, no bairro 2, arredores da cidade de Xai-Xai, na província de Gaza. O caso ocorreu na manhã deste domingo, na ausência da mãe. As causas do incêndio continuam sob investigação.

Um trágico episódio abalou o bairro 2 do município de Xai-Xai, na província de Gaza, onde uma bebé morreu carbonizada, na manhã deste domingo. Yasmin, de apenas um ano, estava na companhia do seu irmão de seis anos de idade, que conseguiu escapar quando a casa começou a arder.

“Ele viu o fogo de repente, ele correu, foi atrás do socorro, mas não encontrou ninguém, só conseguiu salvar-se”, avançou Eula Dzimba, mãe da vítima.

Entre choros e lágrimas, a mãe da finada conta que se ausentou de casa por volta das 6 horas, na sequência de uma jornada de limpeza na zona. Entretanto, antes de chegar ao local, a “tragédia” invadiu a sua residência e destruiu tudo. “Dez minutos depois, estamos a ver fogo. Corremos todos, mas quando chegámos aqui já era tarde”.

O fogo deflagrou na sala da casa em apenas sete minutos, alastrou-se para o quarto, onde se encontravam-se as duas crianças. Vizinhos foram os primeiros a chegar ao local e encontraram a criança de apenas um ano, envolta em fumaça.

“A criança estava lá dentro, então tentámos, na medida do possível, debelar o fogo para tentar retirar o menor, ele já estava sem vida”, disse uma testemunha.

As causas do incêndio, entretanto, continuam um mistério por desvendar.

“Então, significa que a criança levou fósforo a brincar com fósforo, acendeu a vela e a vela encostou naquelas cortinas e aconteceu aquilo ali. Viu aquilo ali, acho que saiu a correr”, disse Filimão Langa, secretário-adjunto do bairro 2.

No entanto, Júlio Sitoe, familiar da finada, avança outras causas. “É curto-circuito, foi um incêndio que apareceu rápido e terminou. As pessoas que vieram ajudar estavam aqui embaixo para limpar a vala”, disse.

Face às duas versões, o porta-voz do Serviço Nacional de Salvação Pública em Gaza, Abel Simango, considerou, sem avançar datas, que os resultados da perícia em curso vão determinar a causa exacta do incêndio.

“De forma mais detalhada, o SENSAP está a trabalhar para poder averiguar as reais  causas deste incêndio, porque, para além do curto-circuito eléctrico, a família fala  da possibilidade de as crianças terem brincado com fósforo e assim como a vela. O trabalho dos peritos do SENSAP poderão trazer com mais detalhes se, de facto, foi  curto-circuito eléctrico ou mesmo a questão da vela”, disse.

Com este caso, sobe para 45 o número de incêndios que resultaram na morte de seis pessoas na província de Gaza neste ano.

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