O País – A verdade como notícia

Há vários focos de lixo acumulado na Cidade de Maputo. A edilidade diz que as manifestações dificultam os trabalhos de remoção dos resíduos sólidos e que caso haja continuidade dos protestos a situação pode piorar.    

O lixo voltou a tomar conta de algumas ruas e estradas da capital do país, com principal destaque para os bairros localizados na periferia. 

“Porque é que não se tira lixo, porque é que não se recolhe lixo. Pelo menos tínhamos que dizer alguma coisa, o que tem a ver se é por causa de greve?, desde as manifestações já não tiraram lixo”, são lamentações de um munícipe da Cidade de Maputo que exige explicações.

Porque o problema é o mesmo um pouco por toda a cidade de Maputo, como são os exemplos da  Avenida D. Alexandre, onde o cenário é de muitos resíduos sólidos a transbordar nos contentores de lixo, até, praticamente,  tomarem parte da estrada, o “O País” procurou ouvir os munícipes para esclarecer o assunto.

“Sofremos muito com as moscas, até pode nos causar baratas e ratos. “E isso é algo que não pode acontecer aqui numa zona onde tem muitas instituições que têm a ver com restauração. Porque é dali que saem muitas doenças, malária, cólera, muita coisa por aí”, falou Valdemiro, residente da urbe.

Da Avenida Dom Alexandre para a Avenida Vladimir Lenine, os contentores estão todos cheios e não passa despercebido da vista dos utentes, tal como refere, Mazive, também munícipe. 

“Primeiramente só o cheiro em si. Isso não faz com que as pessoas cheguem, os clientes também chegam a não vir aqui no seu posto de trabalho, porque eles temem, por exemplo, que o cheiro faz mal também para a saúde. A situação em que a cidade se encontra, de vários focos de lixo acumulado, resulta justamente da redução da nossa capacidade de remoção, por diversos motivos”, disse.

Esta é a Avenida Joaquim Chissano, uma das zonas nobres da Cidade de Maputo, o lixo transborda nos contentores. 

E o problema repete-se em vários outros pontos da capital do país. O conselho Municipal de Maputo conhece bem o problema da sua autarquia e culpa os manifestantes. 

O principal deles são as manifestações. E essas manifestações têm uma característica que infelizmente somos muitas vezes impedidos de fazer a recolha. Por quê? Porque as viaturas não podem circular, ou porque nós não temos os motoristas e os levantadores.

“Face à situação em que a cidade se encontra,  vários focos de lixo acumulado, resulta justamente da redução da nossa capacidade de remoção, por diversos motivos. O principal deles são as manifestações. E essas manifestações têm uma característica que, infelizmente, somos, muitas vezes, impedidos de fazer a recolha. Por quê? Porque as viaturas não podem circular, ou porque nós não temos os operadores, motoristas e os levantadores”, esclareceu João Munguambe, vereador de infra-estruturas e salubridade.

O município de Maputo remove cerca de 1200 toneladas de lixo diariamente mas com vários dias sem possibilidade de pôr as equipas a trabalhar para remover os resíduos sólidos devido a manifestações, a edilidade alerta para dias piores caso os protestos prevaleçam. 

“A nossa capacidade instalada é de 1200 toneladas por dia. Se eu ficar dois dias sem retirar, já tenho 2400 toneladas. Então, isto é extremamente difícil. O que vai acontecer é que gradualmente vamos tendo cada vez mais focos de acúmulo de resíduos sólidos, e infelizmente isso não vai ser bom para a nossa saúde”, acrescentou Munguambe.

Sem avançar os números, o Conselho  Municipal de Maputo diz que vários contentores foram queimados e outros vandalizados o que agudiza ainda mais a situação de salubridade da capital do país.

 

Pelo menos sete pessoas morreram atropeladas na noite de sexta-feira na zona da Texlon, e outras ainda em número não especificado, contraíram ferimentos, entre graves e ligeiros, no Município da Matola, durante uma manifestação, cujo objectivo era o de “tocar panelas”.

O Hospital Provincial da Matola confirma a entrada de cinco óbitos extra-hospitalares e sete feridos, sendo que três tiveram alta no mesmo dia e quatro, devido à gravidade, foram transferidos para o Hospital Central de Maputo.

Na manhã deste domingo, a família Langa, foi enterrar os restos mortais de Jorge Narciso Langa, de 20 anos. Entre choros, abraços e lamentações, todos diziam “ e se ele não tivesse saído”, e queriam compreender, como pode um jovem, num lapso, perder a vida?!.

Ainda assim, Jorge se foi e segundo o tio, Carlos Matsinhe, convidado por amigos que passaram da sua casa por volta das 20 horas convidando-o, para ir “tocar panelas” na estrada.

“Ele foi, quando chegaram na estrada, tiveram esse azar. Em casa, vimos o tempo passar, mas não imaginávamos que algo grave tivesse acontecido, foi quando o irmão de 13 anos, que estava com ele, voltou a correr e veio contar o que havia acontecido”, contou.

Matsinhe disse, ainda, que quando chegaram ao local, dos factos, viram que o jovem de 20 anos, perdeu a vida no local. Jorge, deixa um bebe menor, de apenas duas semanas de vida.

Ainda no mesmo bairro, na família Pelembe, também se chora, mas chora a morte de Filipe Pelembe, de 19 anos de idade, que morreu nas mesmas circunstâncias que a de Jorge.
Saiu de casa, por volta das 20 horas, na companhia de amigos, conforme relatou o tio, Estevão Pelembe.

“Só que, como ele trabalha em turnos, não nos apercebemos que ele não voltou para casa. De tarde, quando vimos os vídeos pelas redes sociais, percebemos que tratava-se dele. Mas procuramos por todas as morgues e só esta manhã (17.11) encontramos o corpo na morgue de Michafutene”, explicou o tio, Estevão Pelembe.

Mas do acidente não houve apenas mortos. Afonso Alberto, está internado no Hospital Central de Maputo, teve ferimentos na perna, braço esquerdo e na cabeça, mas não se recorda de nada do que aconteceu naquela noite.

Já Hélder Muiambo, de 22 anos, contou que que foi tudo de repente, o carro ia em alta velocidade, e só se apercebeu quando a viatura já estava à sua frente e sem reacção, foi atropelado e caiu ao lado.

Ele teve ferimentos na perna, nas costas e na cara. Alguns dentes caíram e a cabeça também foi afectada.

No local do acidente, os vestígios ainda estão intactos. Há marcas de sangue no asfalto, outras que indicam que alguns corpos foram arrastados, pela viatura cujas peças ensanguentadas mostram o quão violento foi o atropelamento. Algumas peças ainda com sangue derramado.

Segundo a polícia de trânsito na província de Maputo, do que foi apurado as vítimas encontravam-se no meio da estrada e o carro, que seguia no sentido Malhampsene- Ceres, estava em alta velocidade.

Porque o condutor “fugiu” e ainda não foi localizado, o caso está agora com o Serviço Nacional de Investigação Criminal, que trabalha para localizar o autor do acidente.

As famílias querem justiça

Os residentes do bairro Candodo, no Município de Chitima, na Província de Tete, debatem-se com a falta de água potável para consumo doméstico. A população recorre aos rios e poços tradicionais sem protecção.

Candodo é um dos bairros mais recônditos da autarquia de Chitima e dista cerca de cinco quilómetros da vila sede. Tem uma população estimada em cerca de três mil habitantes. Os residentes vivem num limiar da pobreza extrema, onde falta quase tudo, sendo a água potável um dos problemas mais graves.

A situação tem forçado mulheres e crianças a percorrer longas distâncias e boa parte da população recorre aos rios e poços desprotegidos.

A professora Mariazinha Guiabote, que também vive no Bairro Candodo, diz que a população está ciente do risco, mas não tem alternativas porque o acesso à água ainda é deficitário.

A população também queixa-se de más condições de uma estrada que dá acesso às suas residências.

No entanto, para ultrapassar a crise de água e minimizar as distâncias percorridas pela população naquele bairro, o edil de Chitima, Domingos Torcida, procedeu, nesta sexta-feira, à inauguração e entrega de dois furos de água.

As duas bombas custaram aos cofres da edilidade um milhão de meticais.

A população de Candodo agradece o gesto da edilidade.

Sete pessoas perderam a vida na noite de sexta-feira, na Estrada Nacional Número 4 (EN4), em Malhampsene, vítimas de um atropelamento, no decurso das manifestações convocadas pelo candidato presidencial, Venâncio Mondlane. Hoje foi enterrado um jovem de 20 anos de idade e reconhecido outro de apenas 19 anos.

O “O País” está a acompanhar o caso das sete vítimas de atropelamento de Malhampsene, na EN4, província de Maputo e já entrou em contacto com as famílias.

Na manhã deste domingo foi enterrado, no cemitério de Michafutene, um jovem de 20 anos de idade que deixou uma filha de apenas duas semanas.

A família Pelembe,  só este domingo conseguiu reconhecer o corpo de Filipe Xadreque Pelembe, de apenas 19 anos de idade, descrito como “um jovem trabalhador”.

Até ao momento, o autor do crime ainda não foi identificado.

A fronteira de Ressano Garcia está a funcionar, normalmente, desde a madrugada de hoje. Além da entrada de viajantes, há camiões de mercadoria, que estavam retidos na África do Sul a entrarem para o país. Transportadores de carga dizem que as manifestações impactaram negativamente no seu trabalho.

O movimento fronteiriço em Ressano Garcia está de volta. Isto acontece depois de ter fechado e funcionado de forma condicionada desde o dia 05 de Novembro. Os manifestantes deram trégua e liberaram o caminho.

Os gritos de reivindicação dos protestantes foram substituídos pelo som de carimbo, reabrindo a fronteira de Ressano Garcia aos viajantes.

“A viagem foi boa. Não há nenhum problema do lado sul africano e do nosso lado, também. Escolhi hoje (sábado) para tratar os meus assuntos porque dizem que segunda-feira haverá manifestações. Por isso, estou na fronteira para carimbar o passaporte”, contou Alice Maluana, uma das viajantes que vinha da terra do Rand.

O movimento na maior fronteira terrestre de Moçambique ainda é tímido por receio de possíveis protestos, mas quem fez a travessia dá um bom testemunho.

“Agora, há como passar. Não há nenhum problema na estrada. Até aqui, está tudo bem”, referiu Arlete Mateus, que saía da África do Sul para Moçambique.

E nos dias em que não estava tudo bem neste posto fronteiriço, havia entre 120 a 180 entradas e saídas de viajantes, diariamente.

Estes números estavam muito abaixo dos dias considerados normais, nos quais as estatísticas indicam uma média diária de entradas e saídas de cinco mil viajantes.

O movimento migratório reduziu, drasticamente, porque em dias de protestos, os manifestantes posicionavam-se na estrada, impedindo a entrada ou saída de qualquer viajante por Ressano Garcia.

E este bloqueio, segundo o Serviço de Migração, acontecia no intervalo das 10 às 21 horas. Ou seja, a fronteira só funcionava no período nocturno e madrugada, na ausência dos manifestantes.

Com o regresso à normalidade, os camiões que estavam retidos na África do Sul, por conta das manifestações do lado moçambicano, começaram a entrar no país. No chamado quilômetro quatro, há muitos deles e muitas histórias de quem sentiu na pele os impactos dos protestos.

Ficaram retidos na África do Sul e, do lado de Moçambique, aguardam numa extensa fila para acederem ao terminal de carga, quilómetro quatro, a fim de terem toda a documentação e seguirem viagem.

Muitos dos camionistas se encontram no terminal de carga, chegaram a ficar mais tempo do que deviam na África do Sul por conta das manifestações.

“Todas as greves encontraram-me na África do Sul. A greve prejudicou-me muito porque não deu para carregar a tempo e hora”, revelou Cândido Nhavotso, transportador de carga.

Porque não carregou no período no qual devia, Cândido Nhavotso foi forçado a dormir em condições desumanas por mais dias.

“O meu carro serve, também, de quarto. Dormia nas cadeiras, mas não é fácil. Mas quando não há condições, temos que dormir assim mesmo. Fiquei na África do Sul por quase 21 dias. Nunca fiquei tanto tempo. Geralmente, fico entre 3 e 5 dias e volto. Mas agora, a greve prejudicou-nos muito”, detalhou Cândido Nhavotso.

E os prejuízos serão extensivos ao mercado que, por estes dias, está a receber poucos camiões com mercadoria.

“Eu saí com uns cinco carros. São os que cruzei com eles na fronteira. Isso não é o normal. Deve ser por causa dessas manifestações. Muitos transportadores estão com receio de viajar para África do Sul. Talvez para a semana possam entrar para África do Sul”, revelou Alexandre Zefanias, também transportador.

Os camiões que carregam minérios a partir da África do Sul é que estão a entrar ao país em grande número.

“A fila é enorme e é de mais de 15 quilômetros. São camiões parados e não a andar do lado sul africano. Acredito que hoje (sábado), não são todos que conseguirão atravessar a fronteira”, relatou o transportador Carlos Panguane.

Nos dias de protestos, o terminal de carga de quilómetro quatro recebia abaixo de 500 camiões contra os cerca de dois mil nos dias normais.

Segundo apuramos, cada um dos camiões paga oito mil Meticais por um espaço no terminal a cada três dias. Isto significa que, com a paralisação, o quilómetro quatro arrecadava quatro milhões de Meticais, contra os 16 milhões de dias considerados normais.

Entretanto, neste sábado, a fotografia é de um terminal que está a voltar a funcionar normalmente.

A queima da residência dos funcionários da Migração foi um dos impactos das manifestações em Ressano Garcia. Depois de uma semana, a casa ainda não foi reabilitada e “O País” sabe que já foi feito o levantamento dos estragos.

Mesmo com a residência já queimada, há indivíduos que estão a tirar o que dela tinha sobrado. Janelas, portas e chapas foram arrancadas.

A nossa equipa de reportagem sabe, também, que os funcionários estão a viver em casas de conhecidos na vila de Ressano Garcia, enquanto a residência não é reabilitada.

Aliás, ainda que a mesma vá à reabilitação, os funcionários da migração, segundo apuramos, já não se sentem seguros porque a sua relação com a comunidade ficou azeda por conta de um suposto baleamento mortal de um manifestantes.

Por conta desse clima de insegurança, eles já não se fazem à rua uniformizados por temer serem atacados por supostos manifestantes.

E o local onde foi palco das manifestações está, agora, preenchido pelo comércio informal que, timidamente, volta às ruas de Ressano Garcia.

Algumas refugiadas sudanesas dizem que foram exploradas sexualmente para ter acesso mais fácil à assistência, emprego e até promessas de receber dinheiro. 

Essa exploração sexual é um crime na nação saheliana.

“Viemos para o Chade e a comida que nos deram não era suficiente, então dormi com um homem e dei à luz a esta criança. Tive quatro filhos (do casamento), este é o quinto filho. Tive que fazer isso, porque eles não nos dão o suficiente para comer”, relatou uma das mulheres refugiadas ao African News. 

A mãe de 27 anos embalou seu último filho, que ela disse ser filho de um trabalhador humanitário que lhe prometeu dinheiro em troca de sexo. As mulheres que falaram com a AP pediram anonimato, por temerem retaliação dos homens que, segundo elas, as exploravam.

As mulheres e meninas entrevistadas no campo de Adre, perto da fronteira com o Sudão, afirmaram que os homens que as exploravam incluíam trabalhadores humanitários e forças de segurança locais.

Uma refugiada de 19 anos disse que viu muitos de seus familiares serem mortos na sua frente antes de fugir. Ela chegou com sua mãe no campo de Aboutengue.

“No acampamento, as condições de vida eram difíceis para nós, então fui trabalhar no comércio sexual com a intenção de cobrir nossas despesas domésticas”, contou. Ela também deu à luz uma criança depois de se envolver em trabalho sexual. “Agora, lamento o que aconteceu”, acrescentou. 

Ali Mahamat Sebey, prefeito da área, disse que as alegações contra as forças de segurança são falsas.

“O facto de a assistência não ser suficiente para elas, pode ser um motivo para buscarem sexo de sobrevivência”, disse o prefeito. 

A Agência da ONU para Refugiados disse que os campos de deslocados têm “espaços seguros”, onde as mulheres podem reunir-se, além de uma linha directa gratuita e caixas de feedback para denunciar abusos anonimamente.

No entanto, o uso das caixas poderia chamar a atenção de algumas mulheres, o que era um medo delas, muitas nem sabiam que elas existiam.

As cidades de Maputo e Matola foram, na noite de ontem, tomadas por sons de apitos, panelas e outros utensílios domésticos. A intenção era protestar contra os resultados eleitorais.

Já se tinha visto um cenário igual, semana passada, sobretudo no centro da capital do país. Entretanto, na noite desta sexta-feira, os protestos aos resultados eleitorais, recorrendo ao som de panelas e outros utensílios domésticos, alastraram-se pelas cidades de Maputo e Matola, incluindo as zonas suburbanas. 

Os protestos começaram por volta das 21 horas e prolongaram-se por mais de uma hora, ao ritmo de cânticos e, diga-se, “pancadas” às panelas. 

No centro da Cidade de Maputo, por exemplo, os protestos faziam-se ouvir a partir das casas, mas, também, houve quem preferiu sair à rua. Em algumas artérias da capital, o trânsito ficou condicionado.

 

Trata-se de uma importante infraestrutura que liga Quelimane ao resto dos distritos da província da Zambézia, tendo tido o lançamento da primeira pedra para a  reabilitação e ampliação da Estrada Quelimane-Namacurra, num troço de 70 quilómetros, no segundo semestre de 2020. Em Março do ano seguinte iniciaram as obras, com previsão de término para 2023. 

Depois seguiriam oito anos para o processo de manutenção com o mesmo empreiteiro. Os prazos de término dos trabalhos não foram cumpridos, devido a vários factores, com destaque para os ciclones Ana, Gombe e Freddy, que assolaram a província de forma sucessiva. 

De acordo com Almiro Rudias, “o perfil inicial da largura do referido troço, sobretudo ao nível da zona urbana, vai baixar de 17,4 para 12,4 metros”.  Para Rudias a  alteração do projecto inicial deve-se a exiguidade de fundos cujo financiamento é do Banco Mundial. Por isso, o número de 425 infra-estruturas, que seriam abrangidas pela demolição e respectiva compensação, não será nos moldes previstos há cinco anos,  na concepção do projecto. 

População e automobilistas que utilizam o troço mostram-se otimistas em relação à execução das obras. Querem qualidade nas obras e sinalização. No entanto, dos perto dos cinco mil km da rede classificada, apenas 1 250 é que estão em condições, ao nível da província da Zambézia. 

Lixo, águas estagnadas e  mau cheiro  “afugentam clientes” no maior mercado de Gaza. Vendedores do Mercado Limpopo exigem do  Município acções concretas para pôr fim ao martírio a que estão sujeitos, sempre que chove.

As chuvas que caíram nos últimos dias  agudizaram o drama dos vendedores  do Mercado  Limpopo em Xai-Xai.

Partilhamos espaço com lixo e sapos. No meio do mercado formou-se um rio, mas o município nada faz perante a situação”, disse um dos vendedores. Lixo e águas estagnadas a exalar mau cheiro.

Outro vendedor  diz, que são obrigados a contratar serviços particulares para recolha do lixo”.

Com as valas de drenagem de águas fluviais danificadas, há mais de 4 anos, sempre que chove  o cenário se repete. Produtos frescos  disputam espaço com águas estagnadas. Munícipes consideram  um  atentado à saúde pública.

“A nossa saúde corre risco, não temos contentor, não temos sanitário para necessidades menores” , avançou.

Debaixo da chuva e do sol,  homens e mulheres batalham pelo “pão”. A vendedora Ana Chichava, por exemplo, diz estar a somar   prejuízos desde que as águas invadiram o mercado. Uma inquietação  que é compartilhada por outros vendedores.

“Não conseguimos capturar clientes desde que  as águas pararam no meio do mercado, não temos soluções” , lamentou a vendeira.

Os vendedores garantem pagamento das  taxas  diárias de 25 meticais e mensais que chegam a 750 meticais. Exigem do  Município acções concretas para pôr fim ao martírio a que estão sujeitos, sempre que chove. 

“Só sabem cobrar taxas, trabalho que é bom, não vemos nada. Estamos cansados e exigimos que o município faça o seu trabalho”, reclamou uma vendedeira. 

O município da cidade de  Xai-Xai reconhece o problema e promete soluções até a próxima quarta-feira.”O vereador Benaias Cofe avançou que em breve serão concluídas as obras de  limpeza das valas de drenagem de águas fluviais danificadas”.

O maior mercado da província, construído no contexto das  cheias de 2000, movimenta diariamente mais de 5000 meticais.

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