O País – A verdade como notícia

Subiu para três o número de vítimas mortais em consequência de baleamentos perpetrados pela polícia, no Mercado 38 milímetros, em Chimoio. Há, ainda, o registo de 14 feridos, sendo que alguns lutam pela vida no leito hospitalar.

A família de Marlene Wilson, menor de 13 anos alvejada pela PRM na companhia da mãe, mostra-se indignada pelo sucedido. Exige que a haja justiça por esta acção policial que considera desproporcional.

A menor, de resto, entrou nas estatísticas do Hospital Provincial de Chimoio, que já fala de quatro óbitos por baleamento nas últimas 24 horas.

A partir de meados do próximo ano, a cidade de Nampula contará com um novo mercado de peixe ampliado e modernizado. A edilidade iniciou, também, a asfaltagem de algumas estradas que estavam críticas.

O terreno está, com efeito, a ser preparado para acolher as obras de requalificação da parte dedicada à venda de mariscos, no mercado dos Belenenses, na periferia da cidade de Nampula.

O novo mercado do peixe terá bancas, ruas, frigoríficos e locais de lazer, segundo deu a conhecer o edil de Nampula, Luís Giquira.

O projecto será executado em 8 meses, o que significa que, até meados de próximo ano, o local terá um novo aspecto.
O projecto completo será de requalificação de todo o mercado dos Belenenses.

A colocação do asfalto iniciou na semana passada. A edilidade está satisfeita com o desenrolar das obras que estão a cargo de um empreiteiro chinês.

Já na rua de Marrere, faz-se os últimos trabalhos de colocação de sinalização rodoviária e construção de passeios.

Pela primeira vez, a província de Sofala, no Centro do país, está há cerca de oito meses sem registar casos de cólera e diarreias. Acções coordenadas de medidas de prevenção, envolvendo os sectores de educação e obras públicas e as comunidades, são apontadas como estando na origem da redução destes casos.

Este cenário acontece depois de, no espaço de 2023 até medados deste ano, terem sido registados cerca de sete mil casos de cólera.

Apesar de não haver nenhum surto de cólera, actualmente, em Sofala, o sector de saúde apela à observância constante das medidas de higiene individual e colectiva.

Tendo em conta que se está na época chuvosa, o sector de saúde apelou, igualmente, a esforços redobrados nos cuidados a ter com a água e utensílios domésticos e garantiu que está a distribuir cloro e outro produto de purificação de água.

Uma família residente no bairro de Matacuane, na cidade da Beira, acusa a polícia de ter baleado mortalmente um dos seus parentes, no passado domingo. A PRM diz, no entanto, que a vítima era um perigoso cadastrado procurado pelas autoridades e que resistiu à detenção tentando arrancar a arma de um dos agentes, situação que culminou com o incidente.

Na madrugada do passado domingo, um indivíduo que em vida respondia pelo nome de Samir, foi baleado pela polícia no bairro de Matacuane, na cidade da Beira. Antes do baleamento, o mesmo, segundo a esposa, estava a consumir bebidas alcoólicas na sua companhia e de dois amigos numa casa de pasto.

Cerca das 3h00, acrescentou a esposa da vítima, três agentes da PRM chegaram ao local, fazendo-se transportar num “txopela, tendo os mesmos chamado o malogrado.

Foram os próprios agentes que socorreram o baleado para o Hospital Central da Beira, unidade sanitária onde perdeu a vida minutos depois de ter dado entrada. A polícia, que lamentou a morte do mesmo, acrescentou que a vítima era um perigoso cadastrado que era procurado pelas autoridades devido ao seu envolvimento num homicídio e assaltos à residências.

Os vizinhos do Samir indicaram que o comportamento do mesmo não era saudável.

Samir, de 27 anos de idade, deixa viúva e dois filhos. A mãe da vítima exige justiça por parte das autoridades.

Os restos mortais de Samir foram enterrados ontem, uma cerimónia que contou com a presença de familiares e amigos.

Um carro incendiou-se no vão suspenso da ponte Maputo-Katembe. O facto ocorreu por volta das 10:40 e presume-se um curto-circuito como causa do sucedido.

Foi tudo tão rápido que minutos depois a viatura ficou reduzida a sucata. Os bombeiros é que debelaram as chamas, mas já não foi possível recuperar nada.

Das informações que apuramos no local, o incêndio foi causado por um curto-circuito, e o que chamou atenção do proprietário da viatura foi o fumo, o que fez com imobilizasse o carro, abrisse o capô para perceber o que estava a acontecer. Mas, não deu para muito, a viatura logo pegou fogo. Apenas documentos essenciais do carro foram retirados, antes incêndio.

O trânsito ficou condicionado por alguns minutos, mas logo de seguida a transitabilidade normal foi restabelecida.

Este é o primeiro incêndio que acontece no vão suspenso da ponte Maputo-Katembe, mas há cerca de quatro meses, um camião também incendiou-se no viaduto, há poucos metros do mesmo local.

O proprietário da viatura, a polícia, e a gestora da ponte, Rede Viária de Moçambique, REVIMO, não quiseram se pronunciar sobre o assunto.

A Ordem dos Advogados de Moçambique (OAM) diz que a violência que se tem assistido nos últimos dias, no país, demonstra claramente que se está a perder a capacidade de diálogo na sociedade e que se está a normalizar a violência e ódio e se isso continuar o direito à manifestação pode ser proibido

Imagens de violência estão estão a virar moda nos últimos dias e, sobretudo, depois das 21 horas. É que quem se faz à estrada a esta hora, passa por cobranças ilícitas, é obrigado a cantar ou mostrar apoio a determinado candidato e se isso não for feito as viaturas são danificadas, pelos manifestantes, que também têm vandalizado e saqueado em diversos estabelecimentos comerciais.

A situação chegou à Ordem dos Advogados de Moçambique, que, na sua primeira avaliação, é que estas acções são criminosas e colocam em causa o direito às manifestações, por colocar em causa outros direitos também constitucionais, como se pode ler no seguinte excerto de um comunicado:

“Se a proibição de manifestações com recurso à força pública gera medo e insegurança na sociedade e nenhuma democracia deve inspirar o medo, não é menos verdade que esta violência protagonizada pelos manifestantes, com cobranças ilícitas, danificação e pilhagem de bens públicos e privados, também geram medo e insegurança.”

Ademais, os advogados que defendem uma manifestação pacífica, por entender que a reivindicação democrática da liberdade é um direito de todos, mas sublinha que não deve ser nesses moldes.

“A violência que estamos a assistir, com as condutas acima descritas, demonstra claramente que estamos a perder a capacidade de diálogo na sociedade, normalizando a violência e o ódio, constituindo, este tipo de actuações um alarme para o instinto da segurança do homem comum em sociedade”, lê-se no documento, que depois acrescenta que “Este escalar da violência que se tem vindo a assistir de forma crescente pode ser totalmente contraproducente para os manifestantes, pois estarão criadas todas as condições para o decretamento de medidas restritivas das liberdades para que seja assegurada a Ordem Pública.”

O documento termina com dois apelos, um para os manifestantes: que devem manifestar tendo em conta a saúde e bem-estar e segurança da comunidade e que evitem e se abstenham de praticarem actos de pilhagem, violência e vingança.

O outro apelo é para o Conselho Constitucional para que tome uma decisão o mais rapidamente possível sobre o processo eleitoral, para serenar e trazer a tão almejada paz social, mas fazendo isso de forma independente, equidistante e credível.

Os protestos contra os resultados das eleições de 9 de Outubro deixaram de ser simples manifestações, evoluindo para uma revolta popular contra as instituições do Estado. Quem assim o diz são os comentadores do Noite Informativa, Fernando Lima e Samuel Simango.

O dia-a-dia mostra que a situação tem sido de tumultos. Para o comentador do programa Noite Informativa, da STV Notícias, Samuel Simango, o que acontece tem outro nome.

”A elite que governa deve entender esta transição de manifestação para revolta. Exactamente porque a revolta não vem prescrita na Constituição, há uma necessidade de a elite política dominante encontrar soluções políticas para a revolta. Enquanto para as manifestações nós encontramos soluções a partir das leis, a revolta só tem soluções políticas. Deve-se entender que o que estamos a viver agora não é apenas manifestação, mas sim revolta”.

Já Fernando Lima, que secunda a posição de Simango, argumenta que há descrédito nas instituições, que é causado por elas próprias.

“Existe, de facto, uma revolta, uma oposição em relação às instituições, decorrentes da forma como as instituições estão a tratar os representados. Ora, os representados vão sistematicamente às eleições para escolher quem nos representa. Se os representados sentem que o seu voto foi roubado, que o seu voto não representa o seu querer. Então, estamos a criar uma subversão a este princípio que acordamos que a sociedade seria organizada”.

Os comentários surgem num contexto em que o país regista uma nova forma de manifestações, com recurso a “panelaço” e proibição de circulação de viaturas pelos manifestantes.

As Escolas Primárias e Secundárias, na cidade de Maputo, vão cumprir o calendário de avaliações, apesar das interrupções. Já as universidades estão a fazer ajustes e terão de estender o ano lectivo até às vésperas do natal. 

“Felizmente, as avaliações ocorreram dentro do calendário. Alguns alunos, que não poderam estar nos dias previstos, fizeram as suas avaliações na semana passada, razão pela qual, hoje, estão aqui de volta para poder receber as avaliações”, disse o director da Escola Secundário Eduardo Mondlane, Martinho Namburete. 

O director disse ainda que os exames finais serão realizados dentro do calendário académico, mas, “não sabemos o que poderá acontecer nos próximos dias”.

Partilhou ainda que não há situações em que os alunos fizeram mais de dois testes. Entretanto, o curso noturno encerrou as suas avaliações no sábado.

O mesmo cenário não se assiste nas universidades, pois algumas terão de fazer ajustes. A Universidade Pedagógica, por exemplo, vai estender o segundo semestre até 23 de Dezembro.

Para já está descartada a possibilidade de o sistema tropical “Bheki”  atingir o país, de acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia.  Entretanto, a depressão tropical continua a  evoluir a 1500 quilómetros do canal de Moçambique.

As projeções do INAM apontavam que o sistema tropical pudesse atingir o país no fim do dia deste domingo, mas para já a previsão mostra tendência contrária.

Com “Bheki” longe da costa moçambicana pelo menos nas próximas 48 horas, segundo o INAM, a semana poderá ser de altas temperaturas em quase todo o país.

Aparecimento de sistemas tropicais que chegam a evoluir até o nível de ciclones, têm sido frequentes na presente época de calor acompanhado de chuvas, daí que as autoridades advertem para a tomada de medidas de segurança.

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