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Há uma nova polémica em Nampula. Uma estrada concluída há três anos está com sinais de degradação precoce. O empreiteiro diz que alertou do risco da falta de sistema adequado de drenagem e foi ignorado. O município pode avançar para o tribunal. Numa outra estrada, a edilidade acabou por rescindir o contrato, devido a atrasos não justificados.

A asfaltagem da segunda faixa da Avenida Eduardo Mondlane, na cidade de Nampula, foi a bandeira do anterior edil, Paulo Vahanle, mas, três anos depois, o pavimento está com desgaste precoce, com buracos a aumentarem a cada dia.

Ainda assim, a actual edilidade de Nampula diz que o Conselho Municipal não recebeu ainda a obra, nem provisoriamente, nem definitivamente. “Ainda há espaço para nós negociarmos a obra, e estamos a lutar por todas as vias para poder negociar e concluirmos aquele troço”, disse Luís Giquira, edil de Nampula.

Sobre a qualidade apresentada pelo troço actualmente, Giquira disse que “é aquela que todos nós vemos, que infelizmente não é desejável. Por essa razão, estamos ainda junto ao empreiteiro, não quero aqui adiantar, mas estamos a discutir, e penso que vamos chegar a um consenso, porque não vamos acabar o mandato com aquela estrada assim como está”, frisou Luís Giquira.

Trata-se de um troço de um quilómetro e duzentos metros, que custou 59 milhões de meticais para os cofres do município. A obra foi iniciada pela ZAC Construções, que apresentou dificuldades que levaram à rescisão do contrato. O município adjudicou ao segundo classificado no concurso público, que foi a empresa ECRAM Construções.

Mustafá Age, vereador de Manutenção e Obras no Município de Nampula, esclarece que, em termos de projecto, houve um pequeno erro. “Foi feito o projecto, mas o mesmo não foi adequado àquilo que é a realidade. Se for a reparar, a estrada em si tem muitos problemas de água, tem várias correntes de água. Os dois sentidos, tanto a parte a montante quanto a parte a justante, correm muita água”, explicou Age.

Para o vereador no Município de Nampula, a situação não foi acautelada em termos de infra-estruturas para que se pudesse evitar o cenário. Age diz que há muita água que vem do lado do bairro de Namutequeliua, que vai desaguar na estrada Eduardo Mondlane. 

“Temos o lado de cima do Jaló também, o lado do prédio Lopes, todas elas fazem um cruzamento num ponto, elas fazem escoamento numa ponte que não tem capacidade para poder fazer o encaixe necessário da quantidade de águas que há ali”, justifica Mustafá Age.

Empreiteiro sabia que havia erro e avisou o município

É mesmo o problema do sistema de colecta e drenagem de águas pluviais que está a acelerar a degradação da estrada nesta zona. O dono da ECRAM Construções, Faizal Salé, foi confrontado com o problema e reagiu assim: “Era necessário fazer um alteamento, mais ou menos 50 centímetros, elevar a cota da estrada e para além de elevar a cota da estrada havia a necessidade de construir mais aquedutos, um aqueduto ou dois pelo menos, para permitir que as águas não se estagnassem na plataforma”.

Faizal Salé diz que o município foi avisado e que a empresa submeteu cinco notas a pedir autorização para um trabalho a mais, por forma que a estrada estivesse em condições. “Mas infelizmente, nenhuma das cinco notas, isso na fase de execução, nenhuma das cinco notas foram respondidas. O município, pura e simplesmente, ignorou”, sentencia Faizal Salé.

Entretanto, mesmo diante desta recusa e falta de respostas, a ECRAM Construções avançou com a obra, mesmo ciente do desgaste precoce que a estrada ia apresentar. O dono da empresa esclarece os motivos.

“Não prescindimos da obra, porque havia uma pressão, havia uma pressão por parte do município. Eu acho que eles queriam fazer daquela estrada mais ou menos para a campanha eleitoral. Pareceu isto, porque houve mesmo uma pressão por parte do município que nós tínhamos que terminar, nós tínhamos que asfaltar”, revela Faizal Salé.

Agora, o assunto está a ser tratado a nível do departamento jurídico do Município e pode terminar no tribunal se não houver entendimento entre as partes.

Rua de Marrere é outra estrada problemática

A segunda fase da rua de Marrere é outro assunto que divide o Município de Nampula e o empreiteiro. De acordo com o presidente do Município de Nampula, Luís Giquira, abre-se agora espaço para um concurso público para a conclusão da obra.

“Tinha sido adjudicada à Igor Construção, mas acabámos nós rescindindo o contrato com o empreiteiro. Das sobras dos valores que ficaram para a conclusão da obra, vamos lançar um concurso público e vamos adjudicar a uma outra empresa para concluir as obras”, frisou Luís Giquira.

São dois quilómetros e quatrocentos metros com um custo total de cerca de 123 milhões de meticais. A estrada está com problemas de acabamentos e ainda não foi entregue oficialmente.

“Tivemos uma explicação, teve o seu contrato e ele executou igual como estava prescrito no projecto. A única coisa que falhou nele foram questões de tempo. Outra questão foi também de alguns desvios do projecto. O projecto foi desenhado daquela forma, mas também houve desvios ao longo da execução do empreiteiro. O que nós fizemos foi reparar primeiro a questão do tempo e a questão dos desvios. Fomos ver que, na verdade, havia necessidade de nós darmos uma pausa. Nós queremos que a obra seja feita com uma qualidade e com um período muito curto”, esclarece Mustafá Age, vereador de Manutenção e Obras, que acrescenta que o tempo foi muito alargado e “demos umas adendas no tempo, umas duas vezes, mas, mesmo assim, o empreiteiro não conseguiu cumprir o seu período.”

A Ígor Construções não recebeu a totalidade do valor, pelo que é do remanescente que o Município deverá adjudicar a um outro empreiteiro para os devidos acabamentos da estrada. O estranho é que nem ao município e muito menos aos jornalistas a Igor Construções explicou os motivos do atraso das obras.

A nossa equipa de reportagem contactou a direcção da Ígor Construções, que simplesmente preferiu não prestar nenhuma declaração.

A portagem de Malova retomou funcionamento dias depois de ter sido alvo de vandalismo em Massinga, província de Inhambane, na sequência de um protesto pelos ferimentos a dois civis. 

O incidente ocorreu a 30 de julho, quando um grupo de residentes bloqueou e danificou as instalações, protestando contra a atuação da Polícia da República de Moçambique, que durante a perseguição a um transporte semicoletivo, conhecido como “chapa 100”, que se recusara a pagar a taxa de portagem, disparou e feriu dois civis. Segundo as autoridades, durante a perseguição, um agente disparou contra o veículo, atingindo dois passageiros, um dos quais em estado grave.

Esta sexta-feira, a cobrança na portagem foi retomada, com reforço da presença policial e garantias de segurança para os trabalhadores. No entanto, o governador de Inhambane, Francisco Pagula, deixou um aviso claro que actos de vandalismo e desordem pública não serão tolerados.

Pagula considera incoerente a postura de parte da população que contesta a existência das portagens, mas, ao mesmo tempo, mantém esquemas ilegais de cobrança em desvios improvisados criados para contornar os postos de pagamento. 

“Não podemos aceitar que, ao mesmo tempo que se exige o fim das portagens, haja quem cobre de forma ilegal aos automobilistas nos atalhos que abre. Estes comportamentos não podem acontecer e não vamos tolerar. Vamos agir e impor-nos”, declarou.

O governador reforçou que, embora haja queixas recorrentes contra as portagens de Malova e Mapinhane, localizadas na Estrada Nacional Número Um (EN1), as receitas arrecadadas são aplicadas em benefícios concretos para as comunidades circunvizinhas.

 “Se não queremos portagens, porque é que estamos a cobrar de forma singular nos desvios? Isso não faz sentido”, questionou, sublinhando que as autoridades estão a criar mecanismos para assegurar que os benefícios sejam visíveis para quem vive junto a estas infraestruturas.

Entre as medidas já em curso, Pagula destacou a instalação de sistemas de abastecimento de água potável para as aldeias próximas e a colocação de postos de transformação elétrica para garantir o fornecimento regular de energia. 

“Estamos a trabalhar na ampliação do sistema de água em Malova para que toda a comunidade vizinha possa ter acesso. Também já temos um posto de transformação para levar energia elétrica às famílias”, acrescentou.

Outro ponto referido pelo governante foi o envolvimento direto dos jovens locais na manutenção das portagens. Segundo explicou, em vez de contratar empresas externas para a limpeza e conservação das áreas, o Fundo de Estradas pretende que grupos juvenis das comunidades organizem pequenas empresas para prestar estes serviços.

“Assim, não só criamos emprego local como fazemos com que a própria comunidade se sinta parte do processo e responsável pela preservação das portagens”, disse.

O governador aproveitou a oportunidade para apelar à união e à colaboração dos residentes na construção de um ambiente pacífico e produtivo. “As portagens existem para um benefício comum. Precisamos trabalhar juntos para construir a nossa nação. A energia que hoje é gasta em destruir, deve ser canalizada para criar oportunidades”, afirmou.

Relativamente à segurança no trabalho, Pagula confirmou que, após os incidentes de vandalismo, foi destacada força policial permanente para as duas portagens da província. “Sabemos que, depois do que aconteceu, é fundamental proteger os trabalhadores e as instalações. Temos polícia no local, de forma contínua, para garantir segurança operacional e prevenir novas ocorrências”, referiu.

As portagens de Malova, no distrito de Massinga, e de Mapinhane, no distrito de Vilankulo, fazem parte de um conjunto de postos de cobrança que têm gerado contestação desde a sua entrada em funcionamento. Uma das principais reclamações prende-se com o impacto económico para os transportadores e residentes locais, que alegam que as taxas encarecem o custo de vida e limitam a circulação. Em resposta, o governo tem defendido que a receita das portagens é essencial para a manutenção da EN1 e para a execução de projetos comunitários nas zonas adjacentes.

Apesar das garantias, continuam a surgir denúncias de criação de desvios ilegais para evitar o pagamento das taxas. Em alguns casos, jovens locais cobram valores aos condutores para permitir a passagem por trilhos alternativos, prática que as autoridades consideram ilícita e que pretendem eliminar com fiscalização mais apertada e campanhas de sensibilização.

O episódio de 30 de julho elevou o nível de tensão e colocou em evidência a necessidade de rever tanto as medidas de segurança como a estratégia de integração das comunidades no funcionamento das portagens. Para Francisco Pagula, a solução passa por aproximar o governo das populações e garantir que estas vejam benefícios concretos e imediatos no dia a dia. “Estamos a criar conselhos comunitários junto das portagens para assegurar que as decisões e investimentos sejam discutidos com os próprios residentes. Queremos que eles sintam que este equipamento é também deles e não apenas uma estrutura para cobrança”, explicou.

O governador reafirmou que, embora compreenda parte das preocupações apresentadas, não será tolerada a destruição de património público nem a cobrança paralela. “Vamos impor a lei sempre que for necessário. O diálogo é o caminho, mas tem de ser acompanhado por respeito às regras”, concluiu.

Estudantes pagam entre 12 mil e 50 mil meticais por trabalhos académicos. A prática expõe fragilidades no sistema de ensino e ameaça a integridade dos futuros profissionais.

Uma investigação conduzida pelo “O País” revelou a existência de um esquema bem estruturado de venda de monografias em Moçambique. A prática transforma um dos pilares da formação académica, o trabalho de fim de curso, num negócio lucrativo, alimentado por estudantes e facilitadores que operam fora do radar das instituições de ensino superior.

“O País” realizou uma simulação para compreender como funciona este mercado clandestino. Os resultados são: estudantes podem comprar monografias prontas mediante o pagamento de valores, que variam entre 12 e 50 mil meticais, dependendo de: curso do estudante – Trabalhos para Direito, Medicina ou Engenharia são mais caros;  complexidade do tema –  temas técnicos e específicos exigem maior investimento; e urgência na entrega -Quanto mais urgente, maior o custo.

Nas conversas com os vendedores, a nossa equipa teve acesso aos serviços oferecidos, apresentados como soluções completas e seguras para os estudantes: “Se tiveres projecto já feito, são 12 mil meticais com sessões de aula para imersão. Sem o projecto, são 15 mil meticais com o mesmo acompanhamento”, revelou um facilitador. 

O facilitador explica ainda que “o serviço inclui escolha uma reformulação do tema, estruturação completa segundo as normas da instituição, introdução, desenvolvimento, conclusão e referências. Assim como,  formatação e possíveis correções do orientador”. 

Além disso, os vendedores garantem a originalidade dos trabalhos e fornecem comprovativos de monografias já entregues com sucesso, inclusive para instituições como a Universidade Eduardo Mondlane (UEM), UNISCED e Universidade Católica de Moçambique. 

As trocas de mensagens entre estudantes e vendedores mostram um sistema funcional: os facilitadores pedem dados do curso, universidade, normas de formatação e até exemplos de capítulos já escritos para manter a coerência.

Apesar disso, muitos desses trabalhos são defendidos e aprovados, o que levanta sérias questões sobre os mecanismos de controlo nas universidades.

Segundo o advogado, Impasse Camblege, Moçambique ainda não possui uma legislação específica que puna a compra e venda de trabalhos académicos. Contudo, o Código Penal pode permitir interpretações que enquadrem tais actos como fraudulentos e falsificação de documentos. 

“As universidades têm mecanismos internos contra fraude académica, mas estes não abrangem os terceiros envolvidos”, diz o advogado. 

Representantes do ensino superior manifestam grande preocupação com o fenómeno. “Esta actividade representa uma ameaça grave à integridade académica”, declarou Eduardo Humbane, Director Pedagógico da UP-Maputo.

“A prática mina o desenvolvimento do país e prejudica a formação de profissionais competentes.”, acrescentou Adão Matimbe, Professor Universitário.

Apesar da existência de programas de detecção de plágio em algumas universidades, a sua eficácia ainda é limitada e falta investimento em tecnologia e formação.

Tércio Viola, Coordenador da Associação Nacional dos Estudantes Universitários de Moçambique (AEFUM) explicou que muitos estudantes sentem-se sozinhos no processo de produção do trabalho de final de curso, e procuram ajuda externa por desespero

Confrontado com os resultados da investigação, o Ministério da Educação afirmou desconhecer o esquema, mas prometeu abrir um inquérito para averiguar a situação.

Nesta altura, apela-se à união de forças para se ultrapassar o fenómeno. Enquanto isso não acontece, muitos estudantes vão continuar a optar pela via fácil, colocando em risco a qualidade do ensino e a credibilidade dos diplomas emitidos pelas instituições moçambicanas.

A Electricidade de Moçambique (EDM) esclarece que não haverá corte geral no fornecimento de energia, neste domingo. Porém, há zonas que poderão sofrer cortes em todo o país.

Na semana passada, a Electricidade de Moçambique emitiu um comunicado  a informar sobre o corte do fornecimento de energia eléctrica, neste domingo. Nas redes sociais, o anúncio foi percebido como geral, o que  causou desconforto.

Este sábado, a empresa reagiu através de um comunicado, onde esclarece que os cortes a nível nacional, neste domingo, não serão para todos.

A EDM esclarece que o ofício em circulação é destinado a um dos Grandes Clientes que será afectado pelo Plano de Cortes já anunciado desde a passada quinta-feira, 07 de Agosto de 2025. 

De acordo com a EDM, este tipo de comunicação aos grandes clientes industriais tem como objectivo minimizar os impactos do corte de energia.  Na mesma nota, a  empresa pública acrescenta que:  A interrupção de fornecimento de energia eléctrica para dar lugar a trabalhos técnicos não implica um corte em geral, senão nos locais previamente indicados, conforme o Plano de Cortes já em Circulação. 

De acordo com o plano de cortes da Electricidade de Moçambique, neste domingo, somente algumas zonas do Sul e Norte do país serão afectadas. No Centro, os cortes serão registados nalgumas regiões de Sofala e Zambézia.

Trabalhadores de uma empresa de produção de betão denunciam maus tratos e salários precários.  A inspecção do trabalho foi ao local, confirmou as denúncias e suspendeu imediatamente a empresa até regularizar as violações de trabalho

Trabalhadores da empresa  Fefani international Limitada, sediada na Beira, e que teem como actividade a transformação de detritos de areia e pedra em betão, denunciaram, na passada sexta-feira, a existência de maus tratos, protagonizados pelo patronato que é estrangeiro. 

De entre as denúncias avançadas pelos trabalhadores, está a inexistência de traje e  botas adequadas para o tipo de actividade que exercem, sem luvas de protecção, sem óculos para protegerem a vista e sem auriculares para a protegerem os ouvidos.

Os trabalhadores afirmaram ainda que para além da violação destes direitos, os salários são irrisórios.

Quando há um acidente de trabalho, a empresa não assume nenhuma responsabilidade.

Os trabalhadores afirmaram, por outro lado, que já submeteram várias queixas ao sector de trabalho que não resultaram em nenhuma acção, por parte das autoridades.

O inspector chefe da inspeção geral do trabalho em  Sofala, quando foi  contactado pelo jornal, para se pronunciar sobre o caso, afirmou que desconhecia  as denúncias e deslocou-se imediatamente a esta empresa, onde, em contacto com os trabalhadores, ficou a saber dos atropelos da lei por parte da entidade empregadora e no fim anunciou as medidas. 

A inspeção de trabalho descobriu outros problemas na empresa. Os contratos de trabalho são precários e não aparece inscrita no INSS.

E em relação aos trabalhadores que sofreram acidentes de trabalho e que foram abandonados pela empresa, a inspecção do trabalho garantiu que os casos serão todos analisados e, através de outras entidades, a empresa será responsabilizada  a indemnizar os danos. 

A Associação de Produtores da Capenta, em Tete, queixam-se de fragilidade na fiscalização da actividade na Albufeira de Cahora Bassa e  denunciam concorrência desleal com operadores ilegais.

A pesca da capenta é bastante lucrativa e com isso atrai muitos operadores ilegais na Província de Tete. No entanto, por ser uma espécie apenas predominante na Albufeira de Cahora Bassa, muitos são os que, à revelia, procuram capturar a espécie ilegalmente.

O fenómeno está deixar a Associação dos Produtores da Capenta preocupada com a sofisticação dos modus operandi dos ilegais e pedem maior controlo dos recursos da biodiversidade. 

Segundo a Associação de Produtores da Capenta em Tete, o baixo nível  e a turbidez das águas provocada pelo fenómeno el nino e artes nocivas, dificultam a navegabilidade e produtividade.

A explicação dada pelas autoridades locais é que por ter muitas ilhas, a albufeira acaba sendo um terreno fértil para a acção dos criminosos

A queixa sobre alegada fragilidade na fiscalização marítima na Albufeira de Cahora Bassa, foi apresentada esta sexta-feira, durante a abertura oficial do I Fórum Provincial do sector de Pescas, dirigido pela Secretária de Estado em Tete, Cristina Mafumo. Na ocasião, a governante exigiu adopção de medidas rígidas no combate ao fenómeno.

 

Na Província de Niassa, mais um paciente testou positivo para a Mpox. O número de pessoas infectadas subiu de 33 para 34, no país.

A Mpox é uma doença contagiosa e que está a alastrar-se pelo país. 

Nas últimas 24 horas, o sector da saúde testou 16 pessoas suspeitas e uma delas teve resultado positivo, no distrito de Lago, Província de Niassa. 

O país conta com um total de 34 pessoas com a doença, nas províncias do Niassa, Manica e Maputo. 

Dos pacientes com resultado positivo, 18 já estão recuperados e 16 estão em seguimento. 

O Ministério da Saúde refere que houve registo de 53 casos suspeitos da Mpox identificados esta sexta-feira e que ainda não foram testados, dos quais 15 na Cidade de Maputo, dois na Zambézia, um em Nampula e outro em Gaza. 

De acordo com as autoridades sanitárias, não há registo de mortes devido à doença. 

O Ministério da Saúde alerta que a Mpox é perigosa e reitera que se deve reforçar as medidas de combate, tais como lavar as mãos com frequência, evitar o contacto físico com pessoas infectadas ou suspeitas, assim como não partilhar roupas ou toalhas com pessoas já com a doença.

 

A tempestade tropical AWO não constitui perigo para Moçambique, segundo explicou o INAM esta sexta-feira. O fenómeno ocorre fora da época ciclónica devido a mudanças climáticas, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia

Um sistema de baixa pressão formou-se a nordeste da Ilha de Madagascar, no último dia cinco, e que evoluiu ao estágio tempestade tropical moderada. Chama-se AWO e de acordo com as projecções do Instituto Nacional de Meteorologia (INAM), está a mover-se para a região equatorial. No entanto, esta sexta-feira, o INAM esclareceu que o fenómeno tende a enfraquecer. “Neste momento, continua como tempestade moderada, mas as projecções indicam que vai enfraquecendo, vai perdendo a sua energia“, explicou o meteorologista Pedro Mutumane.

O fenónomo ocorre numa época atípica e o climatologista Luís Chone explicou que tal deve-se às mudanças climáticas. “Não é comum que sistemas ciclónicas se desenvolvam a esta época do ano“, disse, explicando que climatologicamente, as águas do mar apresentam temperaturas muito baixas que não favorecem a formação deste tipo de fenómenos. Como possíveis razões, apontou as mudanças climáticas.

O INAM refere que devido às mudanças climáticas, as águas do mar terão atingido temperaturas relativamente altas, o que abriu espaço ao fenómeno.

Moçambique já tem um laboratório ADN forense que vai permitir a análise de material biológico para o esclarecimento de vários tipos de crime, assim como confirmar a paternidade e ou maternidade. O mesmo tem capacidade de processar 200 amostras por dia, tendo custado 150 milhões de meticais aos cofres do Estado.

Terminou esta sexta-feira a dependência externa para análises laboratoriais de ADN Forense, com a inauguração do primeiro laboratório desta magnitude no país, concretamente no Serviço Nacional de Investigação Criminal, SERNIC. O país nunca teve um empreendimento desta magnitude, por isso dependia da África do Sul, segundo explicou o Director Geral da instituição, Nelson Rego. 

O responsável destacou que o laboratório vai ajudar no esclarecimento de vários crimes e deu exemplos.  “Por exemplo, no crime de raptos, sabemos que há contactos e nessas situações, às vezes são deixados, no local do facto, vestígios, evidências,  evidências que portam consigo determinados vestígios e que lavados à análise, é possível identificarmos os indivíduos que tenham praticado“, explicou. 

Para além de ajudar a travar o crime, o titular da pasta do SERNIC falou da capacidade que este tem na identificação da paternidade. “Moçambique, ao nível da região, passa a ser um dos países com capacidade de poder fazer análises, de poder ajudar no esclarecimento, nas investigações, na identificação de indivíduos e nas relações com enfoque para aquilo que nos apoquenta ao nível dos tribunais menores, a paternidade“.  

Segundo o responsável, o laboratório tem a capacidade de processar 200 amostras por dia e custou 150 milhões de meticais dos cofres do Estado.  

A inauguração do laboratório foi dirigida pelo Procurador Geral da República, Américo Latela, e contou com representantes dos sectores da Justiça, Segurança, Defesa e parceiros de cooperação.

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