O secretário-geral da ONU, António Guterres, disse esta quinta-feira que a organização está “profundamente empenhada em retomar a iniciativa do Mar Negro”, que permitia a exportação de cereais da Ucrânia, mas que são necessárias “garantias mútuas”.
“Ao contrário do que foi dito recentemente, continuamos ativamente empenhados especialmente em aspetos como o acesso da Federação Russa aos mercados financeiros e outros aspetos para facilitar as suas exportações. Estamos a fazer esforços para restaurar um ambiente em que podem ser dadas garantias mútuas para a solução do problema”, afirmou António Guterres, numa conferência de imprensa, em Jacarta, antes da abertura da Cimeira da Associação de Nações do Sudeste Asiático (ASEAN) e das Nações Unidas.
Para Guterres, “as dificuldades que enfrentamos para ter a boa vontade de outros parceiros à volta do mundo, aumentam dramaticamente quando a Federação Russa bombardeia portos e armazéns de cereais, porque isso cria a dúvida se a Rússia está ou não preparada para retomar a iniciativa do Mar Negro. E isso cria alguma resistência noutros países”.
Secretário-geral da ONU defendeu o impaco positivo do acordo de transporte de cereais através do Mar Negro, considerando que a maioria das exportações da Ucrânia foram para países em desenvolvimento e que, globalmente, os preços baixaram.
“A maioria das exportações da Ucrânia foram para países em desenvolvimento, ainda que uma parte importante para países desenvolvidos”, disse, questionado pela sobre as acusações russas relativamente a este acordo.