Na época de chuva, vários bairros da capital moçambicana e não só ficam alagados. Sistemas de canalização e esgotos não permitem o rápido escoamento de águas e onde não existem a imundície agrava-se. Consequentemente, aumenta o risco de doenças infecto-contagiosas. Assim, as autoridades de saúde apelam para que se redobre a prevenção no sentido de evitar, eventualmente, a eclosão de diarreias, cólera e malária.
A chuva tem caído em Maputo inquieta os moradores, sobretudo da periferia, que diariamente estão expostos a um saneamento do meio precário.
No bairro da Mafalala, por exemplo, as valas de drenagem estão num estado deplorável, águas turvas, nauseabundas e muito lixo. A população receia o surgimento de doenças devido à situação a que está exposta.
“No passado tivemos muitos casos de diarreia, cólera e malária. Tudo isso por causa destas valas de drenagem [não cuidadas] e lixo”, desabafou Helena Sitoe, residente na Mafalala.
António Simbine, outro habitante daquele bairro, explicou que se tem feito limpeza aos fins-de-semana, incluindo nas valas de drenagem. Mas as autoridades municipais não colaboram porque não alocam um tractor para recolher o lixo. “Com a chuva, os resíduos sólidos voltam para as valas”.
Os distritos municipais KaLhamanculo, KaMubukuana e KaMavota, em Maputo, são tidos como os mais propensos a doenças causadas pela falta ou deficiente higiene no período chuvoso. Por isso, há acções constantes com vista a evitar enfermidades.
“Neste momento, estamos a fazer um trabalho multissectorial de prevenção envolvendo o sector da saúde, a Direcção da Água e o INGC. Para já, estamos a monitorar os casos de diarreia, fazemos palestras e visitas porta a porta, avaliando a qualidade da água que a população consome e transmitimos mensagens sobre como cuidar da água e higiene pessoal”, explicou a chefe do Departamento da Saúde Pública na Direcção da Saúde da Cidade de Maputo, Bélia Xirinda.
De acordo com a fonte, a cólera e a malária estão controladas desde 2017. Mas persiste a preocupação e o receio de surto de diarreias por causa da chuvosa. A enfermidade afectou 32 mil pessoas, de 2018 para 2019. No período anterior, 29 mil ficaram doentes.