A Troika do Órgão da SADC para Cooperação nas Áreas de Política e Defesa esteve reunido esta Terça-feira, em Pretória, capital sul-africana, para avaliar o decurso da missão militar dos países da África Austral que está a combater o terrorismo em Cabo Delgado e chegou à conclusão de que a mesma deve ser estendida até Janeiro de 2022. De ressaltar que a missão tinha sido aprovada para um período de apenas três meses e que se esgota agora no mês de Outubro.
A cimeira, que decidiu pela extensão do prazo da presença militar da SADC em Cabo Delgado, foi convocada pela África do Sul que, actualmente, dirige a Troika e contou com a participação dos Chefes de Estado e de Governo de Moçambique, como convidado e anfitrião da missão militar e humanitária, mas também de Namíbia e do Botswana que são vice-presidentes.
Antes de decidir pela prorrogação do prazo, a cimeira analisou o relatório de progresso da missão, segundo a declaração do Presidente da República, Filipe Nyusi, à saída do encontro.
O relatório da missão foi apresentado pelo recém-eleito Secretário-geral da SADC, Elias Magosi, cujo discurso considerou um sucesso a actuação do bloco regional em Moçambique “desde o envio de tropas, a missão tem registado consideráveis progressos, recuperando territórios em algumas regiões, este é um trabalho louvável das forças da SADC no terreno. Infelizmente, a missão perdeu três soldados, um da República do Botswana e dois da República Unida da Tanzânia, que suas almas descansem em paz e condolências às suas famílias”, disse o dirigente que acrescentou que apenas uma baixa ocorreu em acções de combate, concretamente no dia 25 de Setembro quando as forças da SADC tomaram de assalto uma base dos insurgentes em Nangade, onde foi morto um líder religioso dos terroristas. As outras duas baixas, uma do Botswana e a outra da Tanzânia, foram causadas por acidentes de viação.
O Presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa, no seu discurso, disse que experiência da actuação da SADC como bloco regional, em Moçambique, é positiva e deverá passar a ser assim sempre que necessário, “estamos determinados que, nesta região, seguramente mantemos o compromisso de solidariedade, vamos continuar a dar apoio a Moçambique, e que Moçambique ultrapasse este momento complicado da sua vida. Para estes actos de terrorismo e insurgência que interrompe a vida de cidadãos civis é, portanto, importante para a SADC que venha ajudar Moçambique. E a SADC deve estar sempre preparado para apoiar qualquer país desta região que experimente estes terríveis eventos de terrorismo”, disse.
Ramaphosa diz que a região já não pode mais admitir situações semelhantes a de Cabo Delgado em qualquer país do bloco, “queremos deixar bem claro que, nesta região, não iremos tolerar qualquer acto de terrorismo contra o nosso povo, independentemente de que país da região se trata. SADC vai actuar por um, vamos colaborar e cooperar tal como estamos a fazer agora em Moçambique.
Esta cimeira terminou ao fim do dia desta terça-feira e o Presidente da República regressou, ainda na noite de ontem, a Maputo o sentimento de satisfação por parte de Moçambique em relação aos esforços da região de ajudar o Governo a restaurar a paz e estabilidade no norte da província de Cabo Delgado, bem como pela actuação que as forças militares e equipas humanitárias estão a fazer em Moçambique.