Luzia Moniz e Julião Alar dizem que a SADC pode não conseguir uma resposta assertiva para a tensão política e social que caracteriza Moçambique. Os analistas de política internacional exemplificam que está enfraquecida a cooperação entre os membros.
Harare foi, na última quarta-feira, cidade de concentração dos líderes da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral, cujos pontos de agenda estavam virados para a tensão política em Moçambique e o conflito no leste da República Democrática do Congo. No que toca a Moçambique, a activista social e analista política, Luzia Moniz, tem dúvidas de que o bloco consiga uma acção concreta e eficaz, devido a sua fragilidade.
“Uma parte da SADC já tomou parte no conflito. Por isso, não creio que a partir da SADC saia alguma solução que ajude a debelar esse conflito. Eu acredito que a solução será mais interna. Será mais uma solução dos moçambicanos. Agora, apenas cinco países, incluindo o anfitrião, tiveram representados a acção a mais alto nível”, diz Luzia Moniz.
Para a activista Social, há um sinal claro de desinteresse por parte dos líderes dos 16 países, em se posicionar contra a insegurança na região. na sua visão “isso demonstra a falência da própria SADC, foram notórias as ausências dos líderes, quando o encontro pretende discutir duas questões importantíssimas, de segurança, importantes para o desenvolvimento de qualquer sociedade. Nenhuma sociedade se desenvolve tendo por base a segurança”.
Ademais, há outras dificuldades que circunda o bloco. No caso da insegurança da República Democrática do Congo, Julião Alar aponta as dificuldades financeiras da SADC para responder às necessidades.
“Por exemplo, na missão que vai terminar em Dezembro na RDC, previa-se, se não estou equivocado, o envio de 4 800 soldados, mas por questões de financiamento não foi possível o envio deste número de soldados. Há desafios no terreno, porque combater ou lidar com o campo militar necessita também o domínio de língua para questões de recolha de informação, para questões ligadas à espionagem das actividades do inimigo”, lamenta a fonte.
Além de lamentar as perdas humanas e o vandalismo e reafirmar o compromisso para garantir a paz, segurança e estabilidade, a SADC ainda não emitiu quaisquer recomendações.