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Revendedores de combustíveis dizem desconhecer operadores que financiam terrorismo

A Associação dos Revendedores e Retalhistas de Combustíveis de Moçambique (ARCOMOC) diz que não conhece agentes do sector que financiam o terrorismo em Cabo Delgado. Mas, está disposta a cooperar com as autoridades para eliminar tais agentes que minam o ambiente de negócio no sector. Em relação às interdições de construção de bombas nas zonas circunvizinhas de capitais províncias, incluindo a Circular de Maputo, a agremiação diz que a decisão vai permitir a expansão do sector nas zonas rurais.

Há mais de uma semana que o Presidente da República, Filipe Nyusi, disse ter provas de existência de postos de venda de combustíveis em Sofala que financiam o terrorismo, que assola a província de Cabo Delgado, há quase cinco anos.

“Nunca falei de uma coisa sem base. Não gosto. Mas temos informações de pessoas que usam esses meios para subsidiar os terroristas. Então, é melhor pagarem, legalmente, e depois a Autoridade Tributária e o Ministério dos Recursos Minerais e Energia devem controlar isso. Proliferação, sim, para o desenvolvimento, mas, se for para branqueamento de capitais, não”, disse Filipe Nyusi, em Sofala, no dia 23 de Agosto de 2022.

As palavras chegaram até aos ouvidos da Associação dos Revendedores e Retalhistas de Combustíveis de Moçambique que diz não reconhecer que os seus filiados possam estar envolvidos em tais actos que minam o ambiente de negócio no sector do país.

“A nossa associação recebeu o comunicado do Presidente e nós distanciamo-nos de quaisquer actos mencionados e não conhecemos, dos nossos associados neste sector, membros que estejam a financiar o terrorismo”, referiu Luís Pereira, porta-voz da ARCOMOC.

A agremiação tem mais de 121 associados a nível nacional e cria um universo de aproximadamente 12 mil postos de emprego. Revela que reconhece que o Presidente da República tem bases que sustentam o seu pronunciamento, daí que está disposta a cooperar com as autoridades para penalização dos infractores.

“Estamos dispostos a colaborar naquilo que são os desafios das autoridades, para que estes agentes possam ser eliminados no nosso mercado. Estes infractores devem ser sancionados pelos órgãos competentes, porque, de alguma maneira trazem um mau ambiente ao sector, perigando a saúde do negócio de revendedores e retalhistas de combustíveis e estamos dispostos a colaborar”, revelou Pereira ao “O País Económico”.

Sobre a medida de interdição de construção de postos de combustíveis nas capitais provinciais e ao longo da Estrada Circular, nas cidades de Maputo e Matola, a associação diz que a medida vai estimular o crescimento noutros pontos do país.

“Isto vai permitir que tenhamos mais postos em zonas carenciadas, e possa haver investimento em zonas que poderão também apoiar o desenvolvimento económico rural que é um dos planos do Governo”, apreciou a porta-voz da ARCOMOC.

Pereira acrescenta que, embora ainda não seja permitida a participação da associação no processo de licenciamento das gasolineiras, a agremiação está aberta a fazer parte deste processo.

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