Retomou, hoje, a greve geral dos profissionais de saúde à escala nacional com garantia de prestação de serviços mínimos. Entretanto, na Cidade de Maputo, algumas unidades sanitárias não estão a atender aos doentes.
A meio da manhã de hoje, os três gabinetes de atendimento junto ao Serviço de Urgências, ou seja, os bancos de Socorros do Hospital Geral de Chamanculo estavam fechados, nenhum paciente estava a ser atendido, os próprios pacientes fizeram questão de mostrar isso.
António é nome fictício de um paciente que conta que estava ali já havia algum tempo e ninguém o atendia. “Não sei o que está a acontecer, estou aqui, não há atendimento, estou com uma dor tremenda de cabeça e quem me devia atender não está aqui, o que ouço dizer é que estão em greve todos.”
Sara, nome fictício de uma mãe que levava no colo a sua filha que estava febril, conta que, à entrada no hospital, foi questionada: “Perguntaram-me à entrada e não tive resposta porque afinal quando alguém está doente deve seguir para o hospital para ser curado. Estou aqui com a minha filha e todas as portas das triagens estão fechadas”.
O Centro de Saúde de Xipamanine funcionou com mais estagiários que profissionais. Na manhã deste domingo, a Associação dos Profissionais de Saúde Unidos e Solidários de Moçambique anunciou a retoma da greve.
“Como havíamos falado ontem que íamos a greve por 21 dias prorrogáveis e com garantia de serviços mínimos em todas as unidades sanitárias, que inclui o serviço de urgências, berçário, maternidades, entre ouros.”
Na noite de sábado até este domingo, decorrem conversações entre o Governo e a Associação dos Profissionais de Saúde.
“O primeiro avanço esse momento de abertura do Governo em querer implementar o prometido, o que os profissionais de saúde cobraram que são o enquadramento na tabela salarial, então, aqui havia uma necessidade de implementar. O Governo não estava a implementar, não estava a sentar com os profissionais de saúde para abrir este espaço, de modo a acolher os anseios dos profissionais de saúde e também o Governo mostra-nos algum material, porque nos prometeu fazer visitas aos armazéns de medicamentos de todas as unidades sanitárias, o que deve ser implementado com urgência.”
No Centro de Saúde Primeiro de Maio, até ao principio da tarde, só estava a funcionar com uma enfermeira e um técnico de farmácia. A maternidade funcionava com uma enfermeira e quatro estagiárias.