Pouco mais de 400 vendedores retalhistas foram, hoje, retirados do Grossista do Zimpeto para ocupar novas bancas no mercado Matendene, na cidade de Maputo.
Alguns comerciantes receiam não conseguir espaço para vender e outros temem que no novo local não tenha clientes.
De um lado preparavam-se as listas dos vendedores retalhistas que deverão abandonar o mercado Grossista do Zimpeto…
E do outro, sem observar o distanciamento mínimo entre uma pessoa e a outra, os vendedores fazem fila para garantir que seu nome conste da lista e não percam a banca…
Alguns esperam mesmo para ver…até porque ainda têm muitas dúvidas sobre a transparência do processo.
“Não sabemos o que vai acontecer, mas estamos a sofrer porque não estamos a vender. Noutro mercado, não sabemos como vai ser”, disse Maria Francisco, uma das vendedeiras retiradas do Grossista do Zimpeto, acrescentando que não tem garantias de ter banca no mercado Matendene porque seu nome “não consta da lista e por isso estou desesperada”.
O que também não se sabe é se no mercado Matendene há condições para que o negócio corra como o desejado.
“Esperamos que os clientes apareçam no mercado Matendene para comprar os produtos como forma de ganharmos o pão os nossos filhos”, almejou Isabel Cumbane, também vendedeira no Grossista do Zimpeto.
Aliás, “nós não negamos de ir a Matendene, mas outras pessoas vão continuar aqui a vender e nós, lá de outro lado, não sabemos se os clientes entrarão para o mercado ou não. Todos nós queremos bancas, mas tem que se acautelar essa questão”, sugeriu Helena Moiane, uma das vendedeiras abrangidas pelo processo.
Inaugurado em 2005, o mercado Municipal de Matendene nunca viu suas bancas preenchidas pelos vendedores. O motivo é o de costume: não há compradores.
“Estamos a ver esse desaparecimento de vendedores que depois viraram informais e o mercado ficou às moscas, afirmou Issufo, chefe da comissão de vendedores do mercado Matendene, justificando que tal facto deve-se à suposta falta de clientes, porém “isso não é verdade porque onde existe uma pessoa, de seguida vem outra e assim se cria o movimento de um mercado”.
Mesmo com dificuldades para reter os vendedores no mercado, a Comissão dos Vendedores de Matendene assegura estarem criadas as condições para a recepção e acomodação dos pouco mais de 400 vendedores retalhistas retirados do Zimpeto.
“Ainda não fizemos a triagem de quantas bancas nós temos porque temos dado bancas a algumas pessoas que depois abandonam e assim fica difícil sabermos quantas bancas temos, efectivamente”, duvidou o chefe da comissão de vendedores do mercado Matendene.
A retirada dos vendedores retalhistas do Grossista do Zimpeto é no âmbito da reorganização dos mercados para que estes não se transformem em locais de contaminação e propagação da COVID-19.