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Restrição de água na zona metropolitana de Maputo afecta 21 mil clientes

Mais de 21 mil famílias, na região metropolitana de Maputo, sofrem restrição no fornecimento da água, desde o dia 5 de Maio. O facto ocorre devido às obras de melhoria da conduta adutora na ponte sobre o rio Incomáti, em Moamba.

Segundo o Director de Distribuição na empresa Águas da Região Metropolitana de Maputo, João Francisco, faz três dias que munícipes ressentem-se da redução da pressão da água e tem vindo a assistir diminuição do tempo.

“A água tem saindo normalmente, excepto ontem que saiu até as 10h e só voltou a jorrar na manhã de hoje”, contou uma munícipe que se identificou apenas como Judite.

Judite diz que quando viu a redução da pressão pensou se tratar de algum problema eléctrico, mas percebeu que se mantinha a pressão.

Segundo a fonte, estão na lista das restrições os bairros que recebem água dos centros distribuidores de Tsalala e Guava, nomeadamente a Matola-Gare, Tchumene II, Tsalala, Guava, Zimpeto, Chiango e Magoanine C, bem como o posto administrativo de Sábie e a localidade de Phessene, no distrito da Moamba, província de Maputo.

“É um trabalho que vai durar trinta dias, mas o que exige a paragem do sistema de distribuição é de oito dias, distribuídos em duas fases, sendo a primeira, que iniciou no dia 5 de Maio para terminar no dia 8 corrente, e a segunda fase decorre de 14 a 17 de Maio em curso”, explicou o director.

João Francisco disse que, para garantir que os clientes continuem a receber água, mesmo de forma restrita, do intervalo entre a primeira e a segunda fase (8 a 14 de Maio), serão repostas as reservas.

JFrancisco esclarece que não haverá falta de água para os 21 mil clientes afectados pela medida, mas sim redução do tempo de abastecimento.

“Quando iniciamos esta operação enchemos todas as nossas reservas, para garantir continuidade do serviço. Neste momento estamos a funcionar com a fonte do Ubeluze, que contribui com 80 porcento da nossa capacidade de distribuição e a da de Sábie contribui com apenas 20 por cento, ou seja estamos a dizer que reduzimos a nossa capacidade de produção e distribuição em 20 por cento”, disse João Francisco.

As obras visam evitar perdas de água e prejuízos para a empresa, porém ao cidadão preocupa a qualidade da água que jorra na sua torneira.

“Temos recebido reclamações dos clientes sobre a coloração, cheiro da água. Tomamos notas e melhoramos as nossas infra-estruturas e como resultados, nesta época chuvosa não tivemos reclamações sobre a qualidade da água e estamos cada a vez mais a melhorar”, concluiu.

Catarina Nhangave e Sara Moiane, munícipes, confirmam a redução da pressão e período de fornecimento de água nos últimos três dias, mas não é isso que lhes preocupa.

“As facturas de água ao final do mês são altíssimas. Há meses que trazem de 200 meticais, outros 400 meticais outros até 800 meticais. Houve um mês que chagamos a pagar 1500 meticais. Não foi só aqui em minha casa. Reunimo-nos e fomos reclamar”, desabafou Catarina Nhangave.

Como consequência das altas facturas, Sara Moiane está há dois meses sem água, apesar de estar a pagar em pequenas parcelas.

A intervenção na conduta adutora não terá custos adicionais por ainda se encontrar no período de garantia da obra.

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