O regadio de Munda-Munda, que está localizado no posto administrativo de Nante, distrito da Maganja da Costa, província da Zambézia, irá beneficiar 825 famílias. Com a entrada em funcionamento do empreendimento, espera-se elevar os níveis de produção de arroz, da actual uma tonelada para dez toneladas por hectar.
“Este é o renascer do regadio Munda-Munda que, em 2015, foi duramente afectado pelas cheias e inundações”. Foi nestes termos que o ministro da Agricultura e Desenvolvimento Rural iniciou o seu discurso, depois de visitar os trabalhos em curso do regadio de Munda-Munda, avaliado em USD 3.8 milhões.
Trata-se de obra consignada em 2020 e que termina em finais do corrente. O ministro Celso Correia fez saber que, com o renascimento do regadio, a vida das famílias será impactada sobremaneira na melhoria da qualidade de vida.
Espera-se que, com o empreendimento a funcionar, eleve-se a produção do arroz de uma para 10 toneladas por hectare na primeira época da campanha agrária que vai do mês de Novembro a Maio, e 4 toneladas por hectare na segunda época de Julho a Outubro, gerando uma renda na ordem de MZN 100 milhões a favor das famílias.
O governante fez saber que, para quem conhece a história produtiva de Moçambique e que viveu a vida económica da Zambézia, saberá que Nante já foi uma referência na produção do arroz. Neste Posto Administrativo, a cadeia de valor de produção de arroz já foi uma realidade.
“O distrito possuía uma fábrica de descasque do arroz que tinha um papel fundamental para o desenvolvimento local”, disse o ministro, referindo que “consciente da importância deste regadio, o Governo de Moçambique concebeu o projecto de reconstrução de infra-estruturas de irrigação, que incluem a drenagem e o controlo de inundações, cobrindo um total de 3.000 hectares de produção agrícola na planície do rio Munda-Munda.
Entre os elementos mais importantes da empreitada, diz o governante, destacam-se a construção do canal de entrada de água e de comportas, infra-estrutura de irrigação e de sistemas de controlo de irrigação, bem como a construção das infra-estruturas de drenagem.
De acordo com Correia, aquela região do país tem a capacidade de produção de duas safras por ano. Neste sentido, com o regadio a funcionar, projecta-se um crescimento significativo da produção de arroz, por sinal, uma marca moçambicana, pelas propriedades aromáticas que conferem um valor adicional quando colocado no mercado.
Esta acção do Governo no domínio dos regadios integra a reabilitação de 12.000 hectares nas províncias de Gaza, Manica, Sofala, Zambézia e, igualmente, a facilitação de acesso a kits de produção para mais de 50.000 pequenos produtores.
“Portanto, coerentes com a nossa política de optimizar o nosso potencial de terra irrigável, tudo continuaremos a fazer para a requalificação e optimização das infra-estruturas”, frisou Correia que, no âmbito da campanha 21-22 na província da Zambézia, presenciou a parada de 302 novos extensionistas que prestaram juramento e vão engrossar as fileiras de produção nos 22 distritos.
Assim, o efectivo total situa-se em 502 agentes, com destaque para 102 mulheres que compõem este exército.
“Destacamos que a nossa grande aposta é a transferência de tecnologia aos produtores e os nossos extensionistas são o mecanismo para alcançar este objectivo. Conforme pudemos acompanhar, o Governo está a fazer um grande esforço para criar condições de trabalho, para que estes agentes possam liderar esta transformação”, concluiu o governante.
Na mesma ocasião e no âmbito do programa SUSTENTA, foram entregues mais 16 tractores do total de 75, que estarão disponíveis para próxima campanha. De referir que esta campanha irá beneficiar 40.000 pequenos produtores num total de 200.000 beneficiários.