A Renamo chamou hoje a imprensa para dizer que o ministro dos Negócios Estrangeiros e Cooperação mentiu ao afirmar que o governo já tinha integrado 400 homens daquele partido nas Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM).
Foi no encontro de segunda-feira com a secretária de Estado dos Negócios Estrangeiros de Portugal que o chefe da diplomacia moçambicana revelou que 400 homens da Renamo já tinham sido integrados nas Forças Armadas, no âmbito do processo de desarmamento, desmobilização e reintegração social da força residual do maior partido da oposição.
José Pacheco fez esta revelação quando procurava mostrar ao executivo português que Moçambique está determinado a resolver a questão da paz efectiva e que havia condições para uma cooperação entre os dois países.
Quem não gostou da revelação foi a Renamo, que a classificou como sendo uma mentira. “Nós queremos que o ministro Pacheco nos esclareça, com carácter de urgência, dada a sensibilidade desta matéria, onde foi buscar esse número de 400 oficiais”, exigiu André Magibire, chefe da equipa na Comissão dos Assuntos Militares daquele partido.
A Renamo tratou de esclarecer os passos que já foram dados em cumprimento de memorando de entendimento acordado pelo Presidente da República e pelo líder da Renamo.
“Já foram enquadrados nos lugares de comando e de chefia 14 oficiais da Renamo, nomeadamente três chefes de departamentos do Estado-Maior General; quatro chefes de repartições do Estado-Maior do ramo do Exército; um comandante de Brigada; dois comandantes de Batalhões Independentes; dois chefes de Estado-Maior de Brigadas; e dois chefes de Estado-Maior de Batalhões Independentes”, detalhou André Magibire, para depois exigir explicações ao ministro dos Negócios Estrangeiros e Cooperação.